Honda City Hatch Touring tem bom design e ótimo interior, mas motor deveria ser Turbo

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O Honda City Hatch veio cobrir a lacuna deixada pelo Fit, modelo que foi sucesso de vendas da marca e ainda hoje é visado no mercado de usados.

A tarefa não é fácil, ainda mais em um mercado que segue dominado pelos SUVs e modelos com motorização turbo.

Avaliamos uma unidade da versão Touring e trouxemos todos os detalhes para você.

Partindo de R$ 138.000,00, o Honda City Hatch Touring vem de série com:

Rodas de liga 16”, 6 airbags, alerta de pressão dos pneus, câmera de ré multivisão, ABS com EBD, assistente de frenagem de emergência, assistente para redução de ponto cego, controle de tração e estabilidade, “Honda Sensing” (piloto automático adaptativo, ajuste automático dos faróis, frenagem autônoma, sistema de permanência de faixa), sistema para mitigação de evasão de pista, DRL, faróis e Lanternas em LED, rebatimento elétrico dos retrovisores, acendimento automático de faróis, chave presencial com destravamento de portas por aproximação, 8 alto-falantes, ar-condicionado digital, volante multifuncional, Multimídia de 8” com Android Auto e Apple CarPlay, cluster digital de 7”, bancos em couro, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e mais.

Versão de topo deveria ser turbo ou híbrida

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O motor de alumínio 1.5 litros, 16V, com sistema i-VTEC, rende 15,8 kgfm de torque no etanol e 126 cv, sempre acoplado ao câmbio automático tipo CVT.

São ótimos números para um propulsor sem turbo e de baixa cilindrada, mas numa versão de topo é pouco, infelizmente.

O conjunto leva o modelo de 0 a 100 km/h em cerca de 10,7s, com velocidade máxima de 186 km/h.

O Polo Highline, que parte de R$ 122.790,00, faz o 0 a 100 km/h em cerca de 10,5s e tem velocidade máxima de 192 km/h.

Onix RS, também bem mais barato, tem desempenho similar.

O Yaris tem desempenho inferior, com 0 a 100 km/h na casa dos 11,8s, e a velocidade máxima de 182 km/h.

O Peugeot 208 Griffe Turbo, partindo de R$ 116.490,00, tem o 0 a 100 km/h em 9s e velocidade máxima de 206 km/h.

No quesito consumo, o City faz no álcool 9,1 km/l na cidade e 10,5 km/l na rodovia, na gasolina são 13,3 km/l na cidade e 14,8 km/l na rodovia.

O Polo no álcool faz 8,5 km/l na cidade e 10,4 km/l na rodovia, na gasolina são 12,3 km/l na cidade e 14,6 km/l na rodovia.

O Yaris faz, no álcool, 8,9 km/l na cidade e 10,0 km/l na rodovia, na gasolina, são 12,2 km/l na cidade e 13,8 km/l na rodovia.

O 208 Turbo faz, no álcool, 8,8 km/l na cidade e 10,0 km/l na rodovia, na gasolina, são 12,5 km/l na cidade e 14,1 km/l na rodovia.

Design segue atual

Se a performance não se situa dentre as melhores do segmento, não posso dizer isso do visual.

O Honda City Hatch segue atual (e mais bonito que o sedan).

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Na versão Touring, os faróis dianteiros Full LED são diferenciados das demais versões, modernos e funcionais, são um dos pontos altos do modelo.

Um friso cromado liga os faróis entre si e cobre a porção de lataria logo abaixo do capô. Bem chamativo em carrocerias pretas, é responsável por dar um ar conservador à dianteira.

Logo abaixo, uma grade ao estilo colmeia é relativamente pequena e casa com o visual.

O para-choque tem construção lisa e fluída, sem muitos vincos, exceto por um bem marcado que é responsável por mudar a angulação do componente.

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Olhando de lado, o City tem desenho simples e agradável, sem grandes inovações.

As rodas de face diamantada e aro 16” são bonitas e casam muito bem com a proposta, nem muito esportivas, nem muito conservadoras.

A lateral tem vincos marcados, em especial um que começa na linha dos faróis, percorre toda a extensão da carroceira e liga à lanterna traseira.

Retrovisores e maçanetas recebem pintura igual à do restante da lataria.

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A traseira é o ponto alto do City, em especial pelas lanternas, que têm design moderno e bem detalhado.

O aerofólio é discreto e conta com um par de acabamentos pretos que descem acompanhando o vidro traseiro.

O para-choque conta com rebaixos nas extremidades, que abrigam os refletores e são responsáveis por um aspecto mais agressivo.

Ótimo interior

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Assim como por fora, o City é muito agradável por dentro, com material de qualidade, design sóbrio e cuidadoso.

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As forrações de porta recebem acabamento em couro, puxadores cromados e desenho liso.

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Os bancos de couro prezam pelo conforto, mas não pecam em visual, são bonitos, com costuras profundas em alguns pontos, mas essencialmente liso, assim como as forrações de porta.

Detalhes claros dão um quê de refinamento, mas sem exageros.

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O volante é outro acerto, com acabamento em preto brilhante nos raios, com vários botões multifuncionais (até demais).

As costuras são claras, o revestimento em couro, empunhadura grossa e a textura do conjunto são bem agradáveis.

O cluster é misto, parte digital, parte analógico, o mesmo já utilizado em outros modelos e versões da montadora.

Não é feio, é funcional, só deixa um pouco de saudade de outros conjuntos que a Honda já teve em seus carros.

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O painel é bonito, sem grandes novidades, recebe acabamento em couro com costuras claras, além de trechos com plástico preto brilhante.

Os comandos do ar-condicionado são bem acabados, ficam abrigados em um conjunto logo abaixo da multimídia.

A central é encaixada no painel, já se tornando visualmente agradável por isso, porém é levemente destacada, quebrando um pouco a fluidez.

Perto de muitas outras aplicadas no mercado, cumpre bem sua função, além de harmonizar relativamente bem com o painel.

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O console central tem acabamento bom, com aplicação de plástico preto brilhante em alguns trechos, além de couro.

A manopla de câmbio é simples, sem firulas.

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Na segunda fileira, o acabamento se mantém de qualidade, contando inclusive com apoio de braço central e porta copos.

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O espaço para as pernas é bom e as saídas traseiras de ar-condicionado garantem um conforto extra.

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O porta-malas também não deixa a desejar.

Vende mal

O City é um carro completo, com robustez mecânica, bom acabamento e bonito, mesmo assim vende mal.

A falta de propulsor turbo e seu preço elevado não combinam, fazendo com que seja uma escolha de nicho, infelizmente.

No acumulado de janeiro a agosto de 2024, emplacou apenas 8.807 unidades, ficando em décimo lugar da categoria de hatches pequenos.

Vendeu mais apenas que Ora 03 e Sandero.

À sua frente estão Dolphin, Dolphin Mini, C3, 208, Yaris e Argo.

O top 3 da categoria fica com HB20, emplacando 57.026 unidades, Onix com 60.043 e Polo, líder disparado, com 84.678 unidades.

 

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Autor: Luca Magnani

Engenheiro mecânico na indústria automotiva, pós graduado pela Universidade da Indústria do Paraná em Engenharia de veículos elétricos e híbridos.