Honda compra fatia bilionária da LG em fábrica de baterias nos EUA em meio à crise dos elétricos

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A Honda decidiu assumir o controle total de sua fábrica de baterias para veículos elétricos em Ohio, nos Estados Unidos, comprando a parte da parceira LG Energy Solution por aproximadamente 4,2 trilhões de won, o equivalente a US$ 2,9 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões).

A transação, segundo documento regulatório divulgado pela LG nesta quarta-feira, será finalizada até o fim de fevereiro e envolve todas as instalações e ativos operacionais da joint venture.

A venda ocorre em um momento delicado para o setor, marcado por uma desaceleração significativa na transição para os carros elétricos fora da China — tendência que vem abalando a confiança e os investimentos em toda a cadeia produtiva global.

A LG justificou a decisão como parte de um esforço para melhorar sua eficiência operacional, após uma série de reveses recentes.

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Anunciado originalmente em 2022, o projeto conjunto previa um investimento total de US$ 4,4 bilhões, com o início da produção em larga escala programado para o fim de 2025.

Mas o cenário mudou.

Fabricantes como a Ford vêm revisando para baixo suas metas de eletrificação, o que afetou diretamente acordos com fornecedoras sul-coreanas.

A montadora americana chegou a cancelar um contrato de 9,6 trilhões de won (mais de R$ 36 bilhões) com a LG e também desfez uma joint venture com a SK Innovation.

Diante desse panorama, a LG vem reestruturando suas operações e buscando alternativas para minimizar os impactos.

Além da venda para a Honda, a empresa está investindo em duas novas linhas de produção em Michigan e Arizona, além de reforçar sua atuação no setor de armazenamento de energia.

Paralelamente, outra crise envolvendo a empresa veio à tona nos EUA.

Agentes de imigração realizaram uma operação inédita em uma fábrica da LG na Geórgia, que é tocada em parceria com a Hyundai.

Mais de 300 trabalhadores sul-coreanos foram detidos sob suspeita de irregularidades trabalhistas.

O episódio adiciona mais tensão a um momento já turbulento para os fabricantes de baterias da Coreia do Sul, que haviam apostado alto na expansão no mercado americano.

Ao assumir integralmente o controle da planta de Ohio, a Honda dá sinais de que seguirá com seu plano de eletrificação, mesmo em meio ao esfriamento da demanda.

A marca japonesa agora carrega sozinha a responsabilidade por um investimento bilionário, numa jogada que também reflete o esforço das montadoras em retomar o controle de suas cadeias de produção estratégicas.

Com o futuro dos elétricos ainda incerto fora da China, a saída da LG pode indicar uma mudança de rumo na estratégia das fornecedoras asiáticas, que agora buscam maior cautela em parcerias internacionais e diversificação além do setor automotivo.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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