
As ações da Nissan tiveram um dia turbulento nesta segunda-feira (25), caindo até 6,7% na Bolsa de Tóquio após a Mercedes-Benz anunciar que irá vender sua participação de 3,8% na montadora japonesa.
O movimento representa um duro golpe para a Nissan, que já vinha enfrentando forte pressão no mercado devido a vendas em queda, tarifas nos Estados Unidos e dificuldade de competir com os elétricos chineses.
O anúncio foi feito por um porta-voz da Mercedes-Benz, que confirmou que a participação da Nissan — avaliada em cerca de US$ 346 milhões — será completamente desfeita.
A fatia estava nas mãos do fundo de pensão da Mercedes desde 2016 e, segundo a empresa, nunca teve valor estratégico real. A venda faz parte de um processo de “limpeza de portfólio”, afirmou o representante.
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Com a decisão, a Nissan perde seu segundo maior acionista — ficando apenas com a Renault, que ainda detém 35,7% da companhia.

A Mercedes disse que seus ativos relacionados à Nissan representam apenas 2,7% de sua carteira total, sendo que a Daimler Truck ocupa quase 93% do portfólio.
O impacto foi imediato: os papéis da Nissan chegaram a cair quase 7% nas primeiras horas de negociação, antes de reduzir um pouco as perdas, mas ainda fecharam com recuo de 6%.
A empresa acumula desvalorização de mais de 29% no acumulado de 2025.
A situação da montadora japonesa já vinha se deteriorando.
Além da pressão das tarifas sobre veículos exportados aos EUA — que, apesar de reduzidas recentemente, ainda impactam as margens —, a Nissan enfrenta dificuldades para se adaptar à eletrificação acelerada do setor, onde rivais chineses ganham cada vez mais espaço.
Em fevereiro, a Nissan encerrou discretamente uma negociação com a Honda para uma possível fusão que teria criado a terceira maior montadora do mundo. O plano não foi adiante.
Pouco tempo depois, em maio, a empresa anunciou a demissão de 11 mil funcionários e o fechamento de sete fábricas como parte de uma reestruturação agressiva.
O CEO da Nissan, Ivan Espinosa, declarou em junho que a prioridade da empresa no curto prazo é “corrigir a trajetória”, reforçando que a marca vive um momento de transformação profunda.
Para investidores e analistas, a retirada da Mercedes-Benz é mais um sinal claro de que a confiança no futuro da Nissan está cada vez mais abalada.
Em um mercado altamente competitivo e em rápida transição para os elétricos, a montadora japonesa terá que provar que ainda consegue reagir — com ou sem apoio de antigas parceiras.
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