
A exclusão da BYD do novo programa britânico de incentivo a carros elétricos, o Electric Car Grant, poderia ter sido um golpe duro para a marca chinesa.
Mas o que se viu foi exatamente o oposto: mesmo sem os subsídios de até £3.750 oferecidos pelo governo, a BYD está batendo recordes de vendas e se consolidando como uma das líderes do mercado de elétricos no Reino Unido.
A justificativa para deixar a BYD de fora é o critério de sustentabilidade na fabricação. Como o ECG avalia também o impacto ambiental do processo produtivo, montadoras chinesas — incluindo a BYD — foram automaticamente excluídas.
Mas a vice-presidente executiva da empresa, Stella Li, foi direta ao classificar a medida como injusta com os consumidores. “Isso não é justo para quem quer escolher livremente seu carro elétrico”, afirmou em entrevista à Autocar.
Veja também

Em vez de recuar, a BYD contra-atacou com uma estratégia ousada. A marca anunciou cinco anos de manutenção gratuita para seus modelos elétricos no Reino Unido, como o Dolphin Surf, o Dolphin tradicional e o Atto 3.
Além disso, a garantia de bateria foi ampliada para oito anos ou 200 mil km — uma cobertura que se estende inclusive para os veículos já vendidos.
Essas ações vêm acompanhadas de um portfólio cada vez mais completo. Do Dolphin Surf — elétrico mais barato da marca e um dos cinco mais acessíveis do país — ao novo SUV Sealion 7, que entra na briga direta com o Tesla Model Y, a BYD quer estar presente em todos os segmentos.
E os números mostram que a estratégia está funcionando: até agosto de 2025, a marca vendeu quase 25 mil veículos no Reino Unido, um salto impressionante em relação aos pouco mais de 4 mil no mesmo período do ano anterior.

Na prática, a BYD já superou gigantes como Honda e Mazda em vendas no país e está perigosamente próxima da Tesla, que emplacou 26.951 unidades no mesmo período. E isso tudo sem contar com o benefício fiscal que várias concorrentes ainda têm acesso.
O modelo Dolphin Surf, que custa a partir de £18.650 no Reino Unido, é mais barato que rivais como o Hyundai Inster e o Ford Puma-e, mesmo sem o desconto do governo.
Segundo a Autocar, ele só fica atrás de modelos ultracompactos como o Citroën Ami, Leapmotor T03, Dacia Spring e o Micro Microlino.
A BYD mostra que entende o consumidor britânico: quem compra um carro elétrico quer economia, sim, mas também quer confiança no produto, assistência garantida e um bom custo-benefício a longo prazo.

Com sua ofensiva de pós-venda e um leque diversificado de modelos, a marca não apenas contorna o boicote institucional como se posiciona como uma força dominante no novo cenário elétrico europeu.
A exclusão do programa de incentivo pode até ter sido política, mas a resposta da BYD é de mercado. E quem sai ganhando, ao que tudo indica, é o consumidor — que está descobrindo alternativas além das tradicionais montadoras ocidentais.
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
✅ Canal do WhatsApp📡 Canal do Telegram
📰 Siga nosso site no Google Notícias