Minha experência ao rodar 2.500 km com um Chevrolet Onix LT 1.0 alugado

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Dando sequencia nas minhas impressões ao testar carros visando escolher um para comprar, chegou a vez do Chevrolet Onix.

Anteriormente aqui, escrevi sobre os carros produzidos pela Stellantis . Que em comum, possuem mesmo motor.

Lembrando que são carros alugados. No caso do Onix 1.0, a versão disponível nas locadoras é a básica, ou a LT. Nos 3 carros que testei em 2 deles o acabamento era o mais simples.

Tinham pouco mais de 5, 17 e 22 mil quilômetros rodados. Portanto um deles estava ainda cheirando novo. A viagem mais curta, foi de 500 km, a mais longa de 1200 Km.

Condições climáticas com extremos. Dias de temperatura negativas e outros beirando os 38°. Dirigi durante o dia e noite, em estradas simples, dupla, em bom estado e em péssimo estado de conservação.

Sempre 2 adultos e 2 crianças. Queimando gasolina, álcool e suas misturas.

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O Onix tem um visual que agrada praticamente a todos. Mas está ai desde seu lançamento, e merece uma repaginada mais profunda. Foi o mais desejado quando era novidade, atualmente nem tanto assim.

Detalhes que preciso descrever: Em 2 carros testados, equipados com faróis auxiliares, que na verdade não auxiliam em nada, me decepcionaram.

Estes faróis fazem algo semelhante as luzes DLR, de uma forma mais simples. O facho do auxiliar é fraco e não é possível combinar o funcionamento junto com o farol principal, serve apenas para uso diurno.

Sem utilidade pratica, pois basta ligar o farol principal e pronto. Vi outros proprietários de Onix reclamando disso. E a iluminação dos faróis principais não é das melhores, lâmpadas básicas, as mais comuns.

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O facho é até bem resolvido, mas sem intensidade. Farol alto muito ruim. Descobri que a lâmpada da lanterna traseira, tem função de luz de posição e freio.

O normal seria uma lâmpada 2 polos, mas no Onix é de 1 polo, a central eletrônica envia uma determinada corrente elétrica quando em luz de posição e aumenta quando o freio é acionado.

Tem ocorrido queima precoce dessas lâmpadas, fica a dica. Gosto das medidas do pneus, 185/65/15. O vão livre do solo é de 128 mm, portanto, baixo.

E merece atenção em ruas mal conservadas. Algumas vezes senti a suspensão chegar ao batente. Porém o acerto da suspensão é muito bom, pouca rolagem da carroceria, não afunda tanto nas freadas e nem sobe nas acelerações.

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É possível dirigir sem preocupação com a estabilidade. De forma geral o carro está num nível, que o motorista normal, jamais vai ter surpresa. A direção é leve em manobras, e firme quando aumenta a velocidade.

O ponto zero, ou seja, quando em linha reta, é bem definido e em poucos minutos o motorista se adapta a condição de assistência elétrica.

Volante não possui regulagem de altura, assim como não tem regulagem da intensidade da luz do painel de instrumento, que deve custar uma fortuna ao fabricante.

Painel de instrumentos sem marcador de temperatura, mas bem resolvido na questão do design. O velocímetro sempre marcando muito mais do que a velocidade real.

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Constatei isso nos vários radares que passei. Pelo menos evita multas. Sistema de som, básico e senti dificuldade de sintonizar estações de rádios, que em outros carros consegui muito fácil e com ótima qualidade.

O som sempre foi motivo de reclamação. Em 2 dos carros testados ao ligar o carro o ar condicionado sempre estava ligado, sem eu ter ligado o ar. Ou seja, sempre o ar condicionado era ligado sem eu fazer essa escolha no botão, em dias de temperatura negativa lá estava o ar condicionado funcionando imediatamente após eu dar a partida, não sei se tal função existe em alguns modelos ou não, mas não gostei de ter que desligar o ar condicionado a cada nova partida.

Computador de bordo com funções tradicionais. A posição de dirigir é boa, mas a manopla da alavanca de câmbio é de material muito duro, desconfortável. Sugiro mudarem isso o mais rápido possível, e utilizar algo mais macio.

Espaço interno e porta malas, são bons para uma família, seja de adultos ou com crianças. Em uma viagem ficamos 11 horas na estrada, devido a acidentes e reformas na pista. Não escutei reclamação dos ocupantes.

Freios com discos de 256 mm, se o motorista não abusar, tudo bem. Mas em descidas de serras, aqueceram e a eficiência caiu. Percebi que no carro com 5 mil km, o freio vibrava um pouco após uso mais intenso.

Isso foi no inicio da viagem, depois foi diminuindo. Nos outros não percebi tal vibração.

Motor e câmbio

O melhor conjunto dos carros testados até aqui. Apresentou baixo ruído interno, mesmo sobe aceleração plena, nada de vibração ou aspereza ao arrancar.

O motor apresenta no inicio da aceleração em arrancada, certa demora, quando comparado ao Firefly. Mas isso ocorre entre 1000 e 2000 RPM.

Depois dá um banho entregando potência de forma linear. E este motor gosta de girar, e em altos giros chega a surpreender de forma positiva.

A maneira que cresce depois dos 4000 RPM até o corte, 6500 RPM é de abrir sorriso para quem gosta. Percebi pontos, que o motor vem subindo a rotação e ao atingir, tem grande variação da entrega de potência.

Aproximados são, 4000 / 5000/ 6000 RPM. Cada vez que chega nessas rotações, o motor muda para melhor. Aliando ao ótimo câmbio manual de 6 marchas, dirigir o Onix é puro prazer.

Não importa se estas a dirigir de forma econômica ou esportiva. Com este câmbio bem acertado, vai sempre encontrar o que deseja.

Mas nos dias de temperatura negativa, o câmbio apresentou dificuldade de troca de primeira para segunda marcha. Somente depois de um tempo rodando e com aquecimento do motor e do câmbio, as trocas ficam suaves.

Em relação ao consumo, sempre digo, tudo depende do motorista. Nesse caso quando busquei por economia, eu a encontrei, com bons números para o que considero nesse segmento do Onix.

E mesmo ao exigir o máximo do motor, o consumo se mostrou condito. Diferente do motor Firefly, o motor do Onix sofre menos em relação as condições climáticas.

Portanto não vai encontrar grande variação de vibração e ruído, e também de performance. Mas na última viagem ao estacionar o carro na garagem percebi pela primeira vez o motor grilar, ao dar aceleração rápida, fiz varias vezes, e em quase todas o motor grilou.

Nunca aconteceu com os outros carros. Nessa condição o motor não sofre danos, mas não deveria acontecer. Estava abastecido com cerca de 70% de álcool e 30% de gasolina.

Bem, eu trabalhei 4 anos como consultor técnico em concessionário Chevrolet, foi na época de ouro, onde tínhamos Vectra, Astra, Omega, Silverado etc. Época do acabamento primoroso e bons conjuntos mecânicos. Geralmente os carros da Chevrolet eram superiores de forma geral.

O Onix precisa receber um pouco mais de atenção, melhorar pequenos detalhes e assim, conquistar consumidores que buscam um degrau a mais diante das opções.

Cabe ao consumidor exigir mais pelo valor que paga.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.