
Em um mercado onde startups disputam protagonismo na corrida elétrica, poucas caíram tão rápido — e de forma tão dramática — quanto a Nikola Corporation.
A empresa, que já teve quase 900 funcionários e chegou a ser avaliada em bilhões, agora conta com apenas um nome em sua folha de pagamento.
Sem registrar uma única venda em novembro, a Nikola fechou o mês com prejuízo de R$ 8,8 milhões, aprofundando ainda mais o buraco aberto desde sua falência em fevereiro de 2025.
No acumulado desde o pedido de recuperação judicial, a empresa já perdeu mais de R$ 3 bilhões, sem qualquer perspectiva de reversão.
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A única pessoa ainda contratada é Thomas Pitta, designado como o administrador do processo de liquidação judicial.

O balanço atual mostra uma situação de total insolvência: são R$ 682 milhões em ativos e R$ 1,63 bilhão em dívidas.
Dessa dívida, cerca de R$ 1,49 bilhão correspondem a obrigações não garantidas, contraídas antes da falência.
Para tentar mitigar o colapso financeiro, a Nikola vem leiloando seus últimos ativos a um ritmo acelerado.
Entre as transações recentes estão a venda de créditos ambientais para a Mack Trucks por R$ 84,1 milhões, e a cessão de ativos da Hyroad Energy para a Simoneta Ltd. por R$ 21,2 milhões.
Outras vendas incluem a participação na Wabash Valley Resources por R$ 6,2 milhões e uma negociação aprovada em abril com a Lucid, cujo valor não foi detalhado.

Ainda em disputa está um processo de arbitragem contra o fundador e ex-CEO Trevor Milton, que pode render cerca de R$ 550 milhões à Nikola.
Milton, que se tornou símbolo de promessas falsas e escândalos no setor de veículos limpos, foi recentemente perdoado pelas autoridades americanas após ser condenado por fraude.
Apesar disso, especialistas avaliam como improvável que a empresa consiga recuperar o valor total da indenização, dado o histórico do ex-executivo.
Enquanto a Nikola se desfaz, o setor de caminhões elétricos avança sem grandes abalos.
Montadoras como Volvo, Renault e a americana Motiv continuam ampliando suas frotas, acumulando milhões de quilômetros em operação e contando com infraestrutura de recarga cada vez mais robusta.
No fim, o sonho de revolucionar o transporte de cargas com caminhões movidos a hidrogênio e baterias virou um alerta para o mercado: hype e tecnologia não andam juntos sem responsabilidade e entrega real.
A história da Nikola entra para os anais da indústria como um dos maiores colapsos de uma empresa de mobilidade limpa no século.
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