Nissan e Honda voltam a conversar sobre aliança para conseguir sobreviver à era dos EVs

ivan espinosa ceo nissan
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A relação entre Nissan e Honda tem sido marcada por reaproximações e distanciamentos ao longo dos anos, mas parece que os ventos da indústria automotiva voltaram a unir as duas gigantes japonesas.

Segundo o Nikkei Asia, a Nissan está retomando conversas com a Honda para uma possível parceria estratégica no mercado dos Estados Unidos — e, embora não se trate de uma fusão, a colaboração pode ir muito além do que já foi tentado no passado.

O CEO da Nissan, Ivan Espinosa, afirmou em entrevista que as empresas estão avaliando formas de cooperação que envolvem o desenvolvimento conjunto de powertrains, novos produtos e até compartilhamento de fábricas nos EUA.

O objetivo é claro: reduzir custos, aumentar competitividade e enfrentar os desafios de um mercado em plena transformação, especialmente com o crescimento dos veículos elétricos e a pressão de tarifas comerciais impostas pela administração Trump.

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nissan versa eua (1)
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Atualmente, ambas as marcas enfrentam dificuldades em segmentos estratégicos de entrada.

A Nissan descontinuou a versão mais acessível do sedã Versa, enquanto a Honda viu o HR-V crescer em tamanho e preço na geração 2023, afastando parte do público jovem que buscava um SUV compacto e acessível.

Uma eventual parceria permitiria às marcas dividir os custos de engenharia e desenvolvimento de modelos populares, o que poderia viabilizar novos produtos de baixo custo sem sacrificar margem de lucro — algo cada vez mais difícil diante da elevação dos juros e do crescimento dos financiamentos subprime.

No campo industrial, a sinergia entre as duas marcas também parece promissora.

honda zr v 2026 3
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A Nissan conta com três fábricas nos EUA — duas no Tennessee e uma no Missouri —, enquanto a Honda opera unidades em Ohio, Indiana e Alabama.

O compartilhamento de linhas de montagem poderia ajudar ambas a evitar tarifas sobre veículos importados e a reforçar a produção local de modelos voltados ao consumidor americano.

Espinosa reforçou que o potencial logístico já existe: “Ambas as empresas têm excelente cobertura nos EUA em termos de rede de fornecimento, engenharia e capacidade industrial. Temos muitas opções a explorar.”

Um exemplo prático seria a criação de uma versão norte-americana do Honda City, construída sobre a mesma plataforma do sucessor do Nissan Versa, com produção compartilhada em território americano. Com isso, a Nissan poderia abandonar a produção no México — hoje sujeita a barreiras tarifárias — e produzir modelos populares localmente.

Vale lembrar que a ideia de dividir linhas de montagem entre marcas rivais não é nova.

Entre 2007 e 2016, a Subaru fabricou o Toyota Camry em sua planta de Indiana, mesmo sem qualquer relação técnica entre os modelos. A estratégia pode voltar com força em um momento no qual economizar recursos é vital.

Além da parceria atual em software e tecnologias para veículos elétricos, esse novo capítulo nas conversas entre Nissan e Honda pode ser um divisor de águas para ambas no competitivo e volátil mercado americano.

Fica claro que, frente a margens apertadas e mudanças profundas na indústria, até os maiores rivais precisam considerar parcerias inesperadas.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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