
Diante da crescente ameaça representada pelas marcas chinesas, que ganham espaço com preços competitivos e equipamentos fartos, a Honda não pretende entrar em uma guerra de preços.
Pelo contrário: aposta em sua reputação, qualidade e um pós-venda sólido como pilares para manter sua base de clientes e continuar relevante em mercados estratégicos, como o australiano.
Jay Joseph, presidente da Honda Austrália, deixou claro em entrevista ao portal Drive que a marca japonesa vê sua posição de mercado como “premium acessível”, algo que combina alta qualidade com valor percebido, sem se posicionar como uma marca de luxo — como faz a divisão Acura nos Estados Unidos.
“Globalmente, a Honda ocupa um espaço único como uma marca premium dentro do mainstream (ou seja, dentro das marcas comuns). Está na nossa filosofia entregar produtos de alto valor e alta qualidade para nossos clientes”, afirmou o executivo, ao site Drive.
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“Não somos apenas mais uma marca tentando vender volume com base no preço. O diferencial dos nossos produtos nos permite atuar com um posicionamento acima do convencional.”
Com o crescimento acelerado de marcas como BYD, MG e GWM na Austrália, muitas já à frente da Honda no ranking de vendas, Joseph acredita que a confiança conquistada ao longo de décadas vai falar mais alto.
Um dos pontos-chave citados é a agilidade no serviço de pós-venda, especialmente quando se trata de fornecimento de peças.
“Você vê relatos o tempo todo sobre clientes de marcas novas esperando semanas por um reparo porque a peça não chega. Não posso dizer que somos perfeitos nisso, mas somos muito bons. Podemos entregar qualquer peça em até um dia em qualquer ponto do país”, afirmou Joseph.

“Esse nível de confiança é o que nossos clientes valorizam — e isso tem peso.”
Além da logística eficiente, a Honda também aposta em programas de pós-venda que reforçam o compromisso com o cliente: garantia de oito anos e manutenção com preço fixo de 199 dólares australianos por ano durante cinco anos.
Segundo o executivo, esse tipo de clareza traz paz de espírito ao consumidor e ajuda a manter o valor de revenda dos veículos — outro ponto em que as marcas chinesas ainda não conseguiram se destacar.
Mesmo admitindo que a marca perdeu espaço — terminando 2023 na 19ª posição no ranking de vendas, atrás de vários estreantes — a Honda garante que tem planos ambiciosos para retomar terreno a partir de 2026, com uma nova geração de modelos mais alinhada com as exigências do consumidor moderno.

Com uma estratégia que mescla tradição, eficiência no pós-venda e uma identidade sólida de marca, a Honda pretende mostrar que nem tudo se resume a preço baixo e telas enormes no painel.
A confiança construída ao longo de décadas ainda pode ser um diferencial crucial — especialmente quando o barato começa a sair caro.
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