A Volkswagen está prestes a apresentar seu carro elétrico mais acessível até agora, o ID1, e não será apenas o preço que chamará a atenção.
O pequeno hatch urbano será o primeiro modelo da marca desenvolvido em um novo ritmo, muito mais ágil, com apenas 36 meses entre o início do projeto e o lançamento — uma redução considerável diante dos 50 meses habituais na indústria automotiva.
Segundo Thomas Kamla, engenheiro-chefe do projeto, essa aceleração exigiu uma profunda transformação na cultura interna da VW.
“A gente afiou o machado antes de entrar na floresta”, disse Kamla à revista alemã Automobilwoche, em alusão à preparação intensa da equipe antes de encarar esse novo desafio.
A chave para o sucesso? Um ambiente de trabalho colaborativo, adoção massiva de inteligência artificial e ferramentas digitais que vão da modelagem 3D à simulação virtual.
O ID1, posicionado abaixo do futuro ID2, previsto para 2026, usará uma versão encurtada e revisada da plataforma MEB da Volkswagen.
Ainda assim, Kamla garante que não se trata apenas de um reaproveitamento: o projeto inclui uma carroceria inédita, um novo eixo traseiro, rodas menores e uma bateria mais compacta.
“É um carro genuinamente novo”, afirma.
O foco do modelo é claro: oferecer uma alternativa elétrica acessível aos europeus, competindo com o novo Renault Twingo elétrico e o chinês BYD Dolphin Surf, com preço estimado na faixa dos €20.000.
Para bater de frente com essas marcas, sobretudo as chinesas, que trabalham com prazos até menores — algumas entregando projetos em 24 meses — a VW adotou métodos de trabalho inspirados em startups.
A maior parte do desenvolvimento do ID1 ocorre na sede da marca, em Wolfsburg, com uma estrutura interna colaborativa.
A ideia é que todas as áreas trabalhem juntas, simultaneamente, em um modelo de “feedback contínuo”, o que inclui design, engenharia e conceito integrados desde o início do projeto.
O uso de simulações e testes virtuais deve reduzir pela metade a necessidade de protótipos físicos, e há planos de eliminá-los completamente no futuro. Componentes do ID2 serão utilizados em testes de validação para o ID1, acelerando ainda mais o processo.
Kamla aposta que esse novo ciclo de 36 meses se tornará o novo padrão dentro da Volkswagen, e poderá ser encurtado ainda mais com o uso intensivo de IA.
A empresa já trabalha com ferramentas de design generativo, gestão de requisitos baseada em dados e plataformas digitais que permitem tomadas de decisão mais rápidas — tudo com o consumidor em mente desde os primeiros esboços.
A chegada do ID1 promete não apenas democratizar os carros elétricos da marca, mas também inaugurar uma nova era na engenharia automotiva da Volkswagen, onde agilidade, digitalização e colaboração serão os motores do futuro.
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