Nos últimos anos, os carros com sistema mild hybrid — ou híbrido leve — têm invadido o mercado como solução intermediária entre os motores a combustão e os elétricos.
A promessa é tentadora: ganho moderado em desempenho e economia, um sistema de partida mais suave e um custo menor do que os híbridos completos ou plug-in.
Mas o que muitos motoristas ainda não perceberam é que, no longo prazo, esses modelos podem se tornar um verdadeiro problema financeiro — especialmente quando a bateria precisar ser trocada.
Diferente dos híbridos tradicionais, o sistema mild hybrid não move o carro apenas com eletricidade. Em vez disso, ele utiliza um motor elétrico pequeno acoplado ao motor a combustão, geralmente alimentado por uma bateria de 48 volts.
Esse conjunto é mais simples e barato que os sistemas híbridos convencionais, mas ainda assim, substituir a bateria custa, em média, 1.500 dólares — ou cerca de R$ 8 mil na cotação atual.
Imagine por aqui, os precinhos camaradas.
E esse é apenas o começo do problema. Um levantamento com preços de baterias à venda nos Estados Unidos mostra que alguns modelos chegam a ultrapassar os R$ 10 mil.
A bateria do Mercedes Classe C mild hybrid, por exemplo, sai por mais de US$ 2.100. A do Jaguar F-Pace passa de US$ 1.200, enquanto a do BMW M340i custa cerca de US$ 1.260.
Mesmo veículos populares com sistema híbrido leve, como o Mazda CX-70, exigem quase US$ 2.000 na hora da substituição da bateria.
Apesar de mais baratas que as baterias de EVs ou híbridos plug-in, essas peças ainda pesam bastante no bolso.
E o pior: como os mild hybrids são uma tecnologia relativamente nova em grande escala, ainda não se sabe por quanto tempo as montadoras vão manter essas peças disponíveis.
Basta olhar para o passado para ficar com a pulga atrás da orelha. O Honda Insight, primeiro híbrido vendido nos EUA e considerado um “mild hybrid”, teve sua produção encerrada em 2006 e, hoje, a Honda não fornece mais baterias para o modelo.
Quem ainda tem um precisa recorrer a empresas especializadas, como a Best Hybrid Batteries, que vende kits de reposição por até US$ 1.749.
A situação levanta uma questão importante: vale a pena investir num carro híbrido leve pensando em longo prazo? Enquanto o veículo estiver na garantia, o custo da bateria não é uma preocupação.
Mas e depois de 8 ou 10 anos, quando a bateria começar a dar sinais de cansaço e já não houver peça original no mercado?
Para quem compra pensando em manter o carro por muitos anos, o alerta é claro: a economia de combustível pode virar um prejuízo no futuro.
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