Um novo protótipo da Tesla voltou a ser flagrado nas imediações da fábrica de Fremont, na Califórnia, reacendendo rumores sobre o suposto “Tesla acessível”.
Mas, ao que tudo indica, trata-se apenas de uma versão simplificada do Model Y, com visual semelhante e proposta voltada para reduzir custos.
A expectativa de um modelo novo e barato da Tesla não é recente. Durante anos, falou-se em um carro elétrico na faixa dos US$ 25 mil.
Esse projeto chegou a existir internamente sob os codinomes NV91 e NV92, mas foi cancelado no início de 2024. Elon Musk decidiu arquivar os planos de uma nova plataforma e redirecionar o foco para os modelos já existentes, como o Model 3 e o Model Y.
O motivo? A Tesla vinha enfrentando queda de demanda e suas linhas de produção estavam subutilizadas.
Em vez de investir em algo totalmente novo, a marca optou por aproveitar as estruturas atuais para criar versões mais baratas dos carros que já fabrica.
Esses “novos modelos”, na prática, serão variantes com menos equipamentos e materiais mais simples. Isso inclui bancos de tecido no lugar do couro sintético, ausência de bancos aquecidos e ventilados, vidro simples no lugar do duplo com isolamento acústico, e sistema de som mais básico.
A Tesla pode até usar novos nomes comerciais, mas visualmente os carros devem ser quase idênticos ao que já está nas ruas.
Nas últimas semanas, o mesmo protótipo foi avistado várias vezes com camuflagem parcial. As imagens sugerem algo muito próximo de um Model Y, talvez alguns centímetros menor, embora essa diferença ainda não possa ser confirmada com precisão.
O fato é que, mesmo com todo o burburinho, não se trata de um veículo revolucionário — apenas uma estratégia de ajuste para enfrentar um mercado mais desafiador.
A Tesla já confirmou, durante sua última conferência de resultados, que está limitada em quanto pode mudar um veículo quando ele é produzido nas mesmas linhas do Model 3 e Model Y.
Em outras palavras: não espere nada radicalmente novo.
O objetivo real é claro: reduzir o preço médio de venda, reaquecer a demanda e voltar a ocupar as fábricas com mais eficiência. Atualmente, a taxa de utilização das linhas da Tesla gira em torno de 60%, bem abaixo do ideal para manter a operação saudável.
Se essa tendência de queda na demanda continuar, a Tesla poderá se ver forçada a desacelerar ainda mais ou até a fechar unidades produtivas.
A nova aposta da marca, portanto, não é uma revolução elétrica — mas uma medida pragmática para sobreviver ao novo momento do mercado.
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