O retorno do Honda Prelude deveria ser uma celebração nostálgica para os fãs da marca, mas a realidade nas concessionárias transformou essa história em uma comédia de mau gosto.
À medida que as primeiras unidades do cupê esportivo chegam às lojas, os preços inflacionados e as expectativas mornas em relação ao desempenho já estão manchando a recepção do modelo.
Em um caso emblemático, uma concessionária da Flórida virou motivo de piada ao anunciar um Prelude 2026 por inacreditáveis US$ 174.600, o equivalente a cerca de R$ 850 mil.
O modelo em questão, listado no site Cars.com pela Delray Honda / Acura, na verdade deveria custar US$ 43.650 (cerca de R$ 213 mil), de acordo com o valor sugerido pela própria Honda.
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Após a repercussão negativa, a loja afirmou que o valor absurdo era um erro de digitação.
Ainda assim, o “preço real” informado foi de US$ 58.970 — aproximadamente R$ 318 mil — o que representa um ágio de mais de R$ 100 mil sobre o valor de tabela.
Segundo a própria concessionária, cerca de US$ 10 mil desse acréscimo seriam classificados como “ajuste de mercado”, uma justificativa frequente usada por lojas para cobrar mais por modelos cobiçados.
O restante viria da inclusão de acessórios e taxas administrativas, muitas vezes de utilidade questionável.
Entre os itens adicionados estão protetores de borda de porta, kit de pneus com nitrogênio, trava de rodas, faixas decorativas, bandeja de porta-malas, molduras de para-lamas, taxa eletrônica de título de US$ 399 e uma taxa de concessionária de US$ 999.
Ao ser questionada se era possível adquirir o carro sem esses “extras”, a loja respondeu que poderia retirar alguns itens, como os tapetes, o kit de rodas e os protetores — mas isso reduziria apenas US$ 500 do total.
Na prática, o cliente continua pagando muito acima do valor oficial por um carro que deveria marcar uma retomada mais acessível do espírito esportivo da Honda.
Estudos recentes apontam que práticas como essa afetam não apenas a imagem da concessionária, mas também corroem a confiança na marca como um todo.
A percepção do público é de que os abusos são endossados pela montadora, mesmo quando ela afirma que os preços são definidos de forma independente pelos revendedores.
Esse tipo de insatisfação tem impacto direto na fidelidade à marca, na intenção de recompra e nas indicações que os consumidores fazem a amigos e familiares.
Em tempos de redes sociais, um print com um preço absurdo se espalha mais rápido do que qualquer retratação oficial.
Assim, mesmo que o Prelude nunca tenha custado de fato R$ 940 mil, o estrago na imagem já está feito — e a piada, registrada para sempre.
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