A Ford Motor Co. concordou em pagar uma multa de até US$ 165 milhões, a segunda maior já aplicada pela Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA), por não cumprir os requisitos federais de recall.
A NHTSA determinou que a montadora não realizou o recall de veículos com câmeras de ré defeituosas em tempo hábil e falhou em fornecer informações corretas e completas sobre o processo.
A investigação se concentrou nos modelos de 2020, incluindo Ford F-150, Super Duty, Explorer, Mustang, Transit, Expedition, Escape, Ranger, Edge, e os Lincolns Nautilus e Corsair.
Em comunicado de 14 de novembro, Sophie Shulman, administradora adjunta da NHTSA, destacou a importância de recalls precisos e rápidos para a segurança nas estradas.
“Quando os fabricantes não priorizam a segurança do público e não cumprem suas obrigações legais, a NHTSA os responsabilizará”, afirmou.
A multa faz parte de um acordo de três anos, que exige um pagamento inicial de US$ 65 milhões, com outros US$ 55 milhões sendo diferidos para garantir que a Ford cumpra as obrigações do acordo.
Os US$ 45 milhões restantes poderão ser usados pela montadora para investimentos em melhorias, incluindo o desenvolvimento de uma infraestrutura de análise de dados de segurança e a criação de uma plataforma de rastreamento de componentes baseada no número de identificação do veículo (VIN).
A Ford também construirá um laboratório de testes de imagem voltado para eletrônicos de baixa voltagem.
Além disso, a Ford deverá revisar todos os seus recalls dos últimos três anos e, caso necessário, realizar novas ações de segurança. A empresa também terá reuniões trimestrais com a NHTSA para garantir que está cumprindo os requisitos.
Em comunicado, a Ford afirmou estar comprometida em aprimorar continuamente seus processos de segurança e conformidade, com várias melhorias já em andamento, incluindo um novo centro de testes interno e tecnologias avançadas de análise de dados.
A montadora garantiu que, até o momento, não houve ferimentos ou mortes relacionados ao recall que levou à multa.
A Ford tem liderado a indústria automotiva em número de recalls nos EUA nos últimos três anos, um cenário que se repete em 2023, empatada com a Stellantis, totalizando 58 recalls até o momento.
Este é o maior valor aplicado pela NHTSA desde que a Takata Corp. foi multada em até US$ 200 milhões em 2015, devido a infladores de airbags defeituosos.
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