
Em um ano que já vinha sendo marcado por incertezas para a Honda, mais uma reviravolta interna veio à tona. Shinji Aoyama, vice-presidente executivo e membro do conselho da montadora japonesa, renunciou ao cargo após denúncias de conduta inapropriada.
Segundo relatos, o episódio teria ocorrido durante um encontro social fora do expediente, mas mesmo assim o comitê de auditoria da Honda abriu uma investigação interna e elaborou um plano disciplinar para o caso.
Antes que as sanções fossem aplicadas, Aoyama, de 61 anos, decidiu deixar o cargo voluntariamente.
Veterano na empresa desde 1986, Aoyama ocupava um dos postos mais altos na hierarquia da Honda.

Ele era um dos dois vice-presidentes executivos que se reportavam diretamente ao CEO Toshihiro Mibe e chegou a liderar as operações da marca na América do Norte, o processo de eletrificação global e a divisão de motocicletas.
Como resposta à situação, o próprio Mibe anunciou que abrirá mão de 20% de sua remuneração mensal pelos próximos dois meses. Além disso, afirmou que a empresa implementará uma nova estrutura de gestão como medida preventiva, segundo a Bloomberg.
Em comunicado enviado aos acionistas, a Honda declarou:
“É profundamente lamentável que um líder com papel tão importante na administração da empresa, e de quem se espera o exemplo no respeito aos direitos humanos e ao cumprimento das leis e regulamentos, tenha se tornado alvo de uma alegação de conduta contrária a esses princípios.”
A situação se soma a outros desafios enfrentados pela montadora em 2025. As conversas sobre uma possível fusão com a Nissan, que movimentaria cerca de 60 bilhões de dólares, fracassaram.
Além disso, após o anúncio das novas tarifas de importação de 25% impostas pelo governo Trump para veículos e autopeças estrangeiras, as ações da Honda recuaram 11%.
No acumulado do ano, os papéis da empresa já caíram 22% na Bolsa, um desempenho preocupante para uma das maiores fabricantes de veículos do Japão.
Embora a conduta de Aoyama tenha sido tratada com agilidade, sua saída inesperada e o impacto negativo na imagem pública da marca ocorrem justamente num momento em que a Honda enfrenta obstáculos financeiros e estratégicos significativos.
A reestruturação de sua diretoria, portanto, pode ser apenas o início de uma série de mudanças internas mais amplas.

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