VW Amarok: leitor fala de experiência (de 2 anos de uso)

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O processo de compra

Olá a todos. Neste relato vou contar em detalhes minha experiência de dois anos de uso com uma Volkswagen Amarok Highline Automática 2013/2013, adquirida no início de 2015 com apenas 29 mil km rodados, até o ano de 2017.

Dono de uma Chevrolet S10 LTZ 2012/2013, procurava um veículo mais firme e seguro, já que a caminhonete da GM era assustadoramente mole, chegando a me causar alguns riscos de acidente devido à essa característica.

Então, no início de 2015, encontrei no OLX o anúncio do carro que viria a ser meu no mesmo dia: Volkswagen Amarok Highline 13-13 com menos de 30 mil km, totalmente revisada na concessionária e sem “nenhum” arranhão.

Como um cara experiente no mercado automotivo, fiquei com pé atrás até realmente ver o carro pessoalmente: Era a caminhonete melhor cuidada que já tinha visto na vida e realmente sem nenhum arranhão. Fechei negócio na hora, pagando os 90 mil reais pedidos sem pechinchar um centavo.

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Uso no dia-a-dia

A primeira impressão ao dirigir o carro foi de segurança e estabilidade, coisa que realmente senti falta no meu carro anterior. Com a suspensão firme eu poderia fazer curvas impensáveis para um caminhonete sem esforço, quase como se estivesse em um sedã – juro por Deus.

A cada passeio eu ia descobrindo características interessantes do carro, como porta-objetos revestidos em veludo para impedir que objetos depositados neles façam barulho, faróis automáticos que realmente funcionam, sensor de chuva eficiente, retrovisor fotocrômico, além de uma infinidade de pequenas coisas que foram me fazendo adorar o veículo.

Até mesmo os faróis de neblina ligavam na direção do esterçamento do volante, a fim de conferir maior capacidade de iluminação para o motorista, e logo depois apagavam.

A central multimídia era bem rápida e completa, apesar de simples. No lugar de uma câmera, o Park Pilot, que nada mais é do que sensor de estacionamento visual na frente e atrás do veículo, inclusive nas diagonais do mesmo.

Isso me fez nunca sentir falta de uma câmera de ré, já que eu podia “ver” as “arestas” do carro.

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O som tinha boa qualidade e os vidros eram one touch de fábrica – coisa que a Chevrolet Trailblazer e a Toyota Hilux não têm, por exemplo.

Depois de algum tempo notei que o carro não dispunha de entrada USB – o que não fez falta para mim, já que usava o Bluetooth – e também não rebatia os retrovisores eletronicamente, o que foi um pecado, já que a Amarok é muito larga.

Para vocês terem noção, o motorista, se quiser bater mais forte a porta do passageiro ao lado, precisa sair do carro para fazê-lo. Eu simplesmente não alcançava, mesmo tendo uma altura mediana (1,75 m).

O câmbio do carro é um espetáculo, com reduções precisas, conferindo um consumo de uns 8,5 km/litro na cidade e com trânsito pesado, dando um desempenho muito bom ao enorme carro.

O acabamento é de plástico, assim como o de todas as concorrentes, mas é tudo muito bem encaixado. Minha Amarok não fazia um ruído interno de acabamento sequer, e isso, aliado ao bom isolamento acústico do motor, te faz achar que está guiando um carro à gasolina.

As maçanetas eram firmes, assim como o abrir das portas e até mesmo a maçaneta da caçamba, o que mostra a qualidade de montagem desse carro.

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O ar-condicionado dual-zone gela demais e o espaço interno é generoso, dando conforto a quem vai atrás. Outra coisa que me chamou a atenção foi a qualidade do “couro” dos bancos, que não desgastaram nada, mesmo com 5 anos de uso. Todos sabemos que esse problema é recorrente em camionetes devido à altura do solo, já que os passageiros se “arrastam” pelo estofamento para descer do carro.

Outra coisa: A pintura parece ser mais “grossa” que a das concorrentes. Arranhões muito dificilmente chegam à lataria, coisa que era muito comum na S10, pois qualquer coisinha exigia reparo. Na Amarok bastava polir.

Eu usava o carro juntamente com meu veículo principal, majoritariamente na cidade, e não carregava peso com tanta fequência na caçamba, apenas quando ia para o sítio da família uma vez por semana, numa área rural a 60 km da minha cidade, sendo 10 km de estrada de terra.

O máximo de carga que coloquei nela foi cerca de 500 kg, juntamente com 4 passageiros. Não senti falta de fôlego algum no carro, parecia nem estar se esforçando e a caçamba é literalmente quadrada devido à largura do carro, muito ampla e espaçosa. Cabe tudo que você quiser.

Esses 10 km de estrada de terra viram barro em época de chuva, mas ela nunca me deixou na mão. Não são condições extremas, admito, mas envolvem alguma poças de lama, ondulações e subidas muito lisas, então só 4×4 passa.

Achei ótimo não precisar mexer em alavancas para acionar a tração. Lógico que para isso eu coloquei pneus um pouco menos urbanos.

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(Imagem do pneu KUMHO um pouco mais cravejado que o de fábrica que me ajudou nos esporádicos atoleiros.)

O painel é de fácil leitura, com velocímetro digital e muitas informações no computador de bordo.

Faço uma crítica à cor dos grafismos que ficam um pouco cansativos durante uma viagem longa, mas no uso convencional não atrapalham.

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(Imagem de 19-01-17 do painel, mostrando os grafismos e o consumo de 10,7 km/litro em trajeto urbano fora de horário de pico.)

Custos e Problemas

Gosto de fazer as revisões na concessionária para ter respaldo caso haja algum problema e também como atrativo na hora de vender o carro.

A Volkswagen pede manutenções de 6 em 6 meses, coisa que a princípio parece assustadora, mas na ponta do lápis, não pesava no bolso. A primeira revisão que fiz custou cerca de 700 reais, a próxima cerca de 900.

A média de todas ficou em uns 800 reais, mais ou menos, custando 1.600 reais por ano com isso.

Aos 43 mil km, sentia uma vibração no centro do carro quando freava e as marchas reduziam. Rodei assim mais alguns km e resolvi levar na concessionária. Como eu já tinha pesquisado e sabia, o mecânico não me deu nenhuma surpresa quando fez o diagnóstico: seria preciso trocar o cardã, com o valor de quase 10 mil reais, já que a garantia havia acabado.

Eu, que não sou idiota, fui atrás do gerente da oficina e argumentei dizendo ser esse um problema crônico, um vício de fabricação – como realmente é, basta pesquisar na internet.

Resultado: consegui sem dificuldades a peça de graça em uma semana, pagando apenas uma hora de mão de obra no valor de 170 reais, se não me engano. O carro ficou perfeito.

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Aos 52 mil km senti um ruído ao esterçar o volante, como se houvesse algum atrito, fazendo um som agudo. Além disso, um pequeno assobio no ar-condicionado me incomodava.

Levei na concessionária de “confiança” e obtive o seguinte orçamento: Quase 8 mil reais pela bomba de direção hidráulica, já que ela precisava ser trocada, juntamente com todos os dutos do ar-condicionado.

Depois dessa notícia meu chão se abriu, eu realmente venderia o melhor carro que tive na vida porque jamais pagaria tal valor. Eu me recusava.

Foi quando postei meu problema no grupo de whatsapp de donos de Amarok e um rapaz veio falar comigo no privado muito educadamente, dizendo ser dono de uma concessionária VW concorrente e que poderia averiguar minha situação com melhores olhos. No mesmo dia eu fui e fiquei chocado (!) com as constatações:

1 – A bomba não precisava ser trocada, ela estava intacta! O ruído era proveniente do baixíssimo nível de fluido da direção que nunca foi trocado na concessionária anterior!!!

2 – O apito do ar-condicionado era causado pelo quase entupimento total do filtro de ar que também nunca havia sido trocado desde 2013!!! Eu vi com meus próprios olhos quando o mecânico retirou o filtro e subiu uma nuvem de poeira no interior do carro – que precisou ser aspirado depois.

Em 2 anos e meio eu paguei quase 4 mil reais em revisões para os animais da concessionária nunca terem feito serviço algum no meu carro! Um absurdo!

Resumindo: Paguei 150 reais pelo filtro e o fluido da direção me foi dado como cortesia pela concorrente. O carro? Ficou como zero, sem nenhum tipo de ruído.

O IPVA custava barato, cerca de 1.600 reais com descontos para quem pagava adiantado, e o seguro também não era nada demais. Quero deixar aqui meu ponto de vista sobre a Hilux, por exemplo, que na boca do povão não desvaloriza, mas por causa disso eles pagam 3 mil, 4 mil, 5 mil de IPVA por 5 anos seguidos, já que o valor de tabela desce pouco.

Além disso o seguro de Hilux é caríssimo, eu falo porque temos aqui também uma SW4 2013 e meu pai usa como carro principal e compartilha da minha opinião.

No fim das contas o gasto com revisões e IPVA em 2 anos e pouco de uso que tive com minha Amarok foi cerca de 6.800 reais, enquanto meu velho gastou 11.800 reais na Hilux dele, sem contar o seguro que, para Toyota, custa cerca de 50% a mais.

Conclusão

É um carro tranquilo de manter, caso você encontre uma concessionária de confiança. O carro tem sim, alguns vícios de fabricação, porém, problemas relacionados a esses vícios são consertados sem custo pela VW.

O carro não se parece com uma caminhonete ao guiar; lembra muito um carro baixo, como um Civic (que eu já tive, guardadas as proporções, óbvio).

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O carro não bate nada dentro e é extremamente silencioso para um carro a diesel, muito diferente de S10, Dakar ou SW4. Todos os comandos são intuitivos e estão à mão, com ergonomia excelente.

Precisei vender a Amarok porque na próxima revisão seria preciso trocar a correia por tempo de uso, não por km, então o gasto seria de uns 4 ou 5 mil reais. Aproveitei para juntar isso a um valor que eu tinha e adquiri uma Trailblazer 2014/2014 com 35 mil km, que já está me dando muita saudade da Amarok.

Comprei a SUV da GM porque não encontre nenhuma Amarok no mercado de usados que estivesse bem cuidada como a minha e não pago 5 mil reais para concessionária nem sob a mira de uma arma.

Eu pretendo ficar mais alguns meses com a Blazer e pegar uma Amarok 2016 ou 2017, talvez no início do ano que vem.

Aqui em casa somos adeptos de carros altos. Temos ou tivemos nesse ínterim de 2013 para cá, Dakar (que foi o carro mais lixo que já tivemos), S10, SW4, Amarok, Sorento e Trailblazer, além de alguns sedãs.

Afirmo que nenhum se compara à picape da VW em qualquer aspecto – claro, considerando o uso moderado do pessoal de casa.

Para finalizar, digo aos amigos do site que fujam dos lugares comuns, dos mitos que o povo incauto conta, das histórias de carros inquebráveis e que apenas por ostentarem um símbolo de marca japonesa, são inquestionáveis.

Pesquisem, conversem com ex-donos, testem, e verão que a unanimidade, principalmente no contexto automotivo brasileiro, é burra.

Me desfiz da Amarok há 2 meses com quase 60 mil km. Vendi em menos de uma semana por 85 mil reais, valor bem próximo dos 88,8 mil reais da Fipe. A procura de compradores foi boa, devido ao estado impecável da mesma e a desvalorização foi muito baixa, de apenas 5 mil reais em 2 anos. Não tenho nada do que reclamar, exceto da má-fé de uma concessionária da VW em Belém.

Cuidando bem e fazendo as manutenções em dia, a caminhonete da VW só vai te dar alegrias, a não ser que você ache que está guiando um caminhão 3/4 e enfiar 1,5 toneladas de sacos de cimento em cima todo dia, ou ficar brincando de cabo de guerra tentando puxar outras caminhonetes como aqueles “agroboys” retardados. Assim qualquer carro quebra.

Definitivamente a Amarok foi o melhor carro (utilitário ou não) que já possuí na vida e pretendo voltar para ele assim que aparecer algum bom no mercado de seminovos – lembrando que eu não uso o veículo para trabalho.

Respondo qualquer comentário respeitoso e estou aberto a opiniões contrárias. Essa foi a minha experiência com a Amarok.

Por Lucas L. M.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X