A Volkswagen não está indo nada bem na China, onde as vendas caíram vertiginosamente nos últimos anos e a liderança acabou fugindo de suas mãos e caindo sobre as da BYD, que agora reina sobre o imenso mercado do país asiático.
Lá, a montadora alemã fechará a fábrica de Nanquim por conta da queda na demanda interna, porém, outra operação foi vendida para uma empresa chinesa, já que a região onde fica se tornou bem polêmica ao nível internacional.
Por conta dela, a Volkswagen estava na mira da ONU devido a denúncias de violação dos direitos humanos envolvendo a região de Xinjiang, onde fica a fábrica.
A Organização das Nações Unidas alega ter evidências “confiáveis” de tortura, tratamento médico forçado e violência sexual na província chinesa.
A questão local envolveria o povo uigure, que estaria sendo explorado por Pequim também por regime de trabalho forçado nas fábricas da região. Por lá, vários fabricantes do setor automotivo possuem instalações e a Volkswagen é uma delas.
Ela tinha uma fábrica e também uma pista de teste, porém, investigações apontaram que pelo menos na construção desta última, em 2019, teriam sido usados trabalhadores uigures em regime de trabalho forçado.
Uma investigação interna da VW identificou posteriormente 197 funcionários em regime de trabalho forçado. Diante dessa e de outras suspeitas envolvendo a operação, a empresa anunciou nesta quarta (27) a venda das operações por lá.
A VW segue o caminho da BASF, que tem duas joint ventures em Xinjiang e anunciou sua saída total da região. Durante a auditoria, a montadora alegou dificuldades em obter informações junto às autoridades chinesas e a pista de Turpan não estava incluída na investigação.
Em nota, segundo o site Economic Times da Índia, a VW disse: “Por razões econômicas, o local foi vendido pela joint venture [com a SAIC] como parte de seu realinhamento estratégico”. A compradora é a empresa chinesa Shanghai Motor Vehicle Inspection Center (SMVIC).
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