A China parece ser o único lugar no mundo onde uma empresa de eletrodomésticos pode, com seriedade, anunciar que pretende fabricar o carro elétrico mais rápido do planeta — e ainda mirar diretamente na Bugatti como concorrente.
Parece piada, mas é exatamente o que está fazendo a Dreame Technology, marca conhecida por fabricar aspiradores-robôs e secadores de cabelo, e que agora quer revolucionar o setor automotivo.
Fundada em 2017 com o propósito de “revolucionar a vida diária dos consumidores”, a Dreame já possui um portfólio consolidado de dispositivos inteligentes voltados para o lar.
Mas a empresa garante que seus planos automotivos vêm de muito antes disso: desde 2013, segundo ela, já havia esboços de entrar no setor de veículos elétricos.
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Agora, com quase mil engenheiros dedicados à divisão automotiva e mais contratações previstas, a Dreame anunciou oficialmente que está desenvolvendo seu primeiro carro elétrico de altíssimo desempenho, com lançamento previsto para 2027.
E não se trata de qualquer EV: o objetivo é bater de frente com o lendário Bugatti Veyron em termos de velocidade e desempenho.
A ousadia não para por aí. A Dreame promete um supercarro 100% elétrico equipado com os chamados “motores super Dreame” e um ecossistema inteligente que vai além do luxo tradicional.
A proposta inclui integração completa com casas conectadas e smartphones, apostando em um conceito de experiência digital total — algo que pode atrair o público tecnológico e viciado em inovação.
Embora essa transição de um nicho para outro pareça absurda à primeira vista, a China já mostrou que isso pode dar certo. A Xiaomi, gigante dos smartphones, seguiu caminho semelhante ao anunciar sua entrada no mercado de EVs em 2021.
Apenas quatro anos depois, seus modelos já figuram entre os mais procurados do país, com direito a recordes de velocidade e tecnologia própria.
Inspirada por esse sucesso, a Dreame afirma que, embora não seja a primeira nessa corrida, será a mais determinada. E o recado é claro: o objetivo não é apenas lançar mais um EV no mercado saturado da China, mas sim construir o veículo elétrico mais rápido do mundo.
Ainda é cedo para saber se a Dreame conseguirá entregar essa promessa ambiciosa ou se o projeto se tornará mais um exemplo de delírio tecnológico.
Mas uma coisa é certa: num cenário cada vez mais movido por disrupções e com consumidores ávidos por novidades, até empresas de aspiradores-robôs podem se tornar potenciais fabricantes de supercarros.
Agora, resta a pergunta: o mundo está pronto para um Bugatti chinês criado por quem antes limpava sua sala?
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