
Veja só como que o design de um modelo o ajuda, na percepção que o público tem. Quando avaliamos o C3 Aircross, ouvimos de algumas pessoas que seu visual era meio estranho, e que não era um carro interessante pois tinha o formato do carro de uma mãe de três filhos.
Agora, ao mostrar o Basalt para as mesmas pessoas, só ouvimos elogios. Eles vieram especialmente do seu design, de SUV/cupê.
Ele, de SUV e de cupê não tem quase nada, mas temos que admitir que suas linhas são interessantes, especialmente na traseira.
Nos dias em que passamos testando o Basalt Shine, versão topo de linha do modelo, achamos ele um modelo mais interessante e acertado do que o C3 Aircross.
Ele também demonstrou um desempenho mais interessante. Vamos ver os detalhes:

Como pontos positivos, motor, custo/benefício, consumo e espaço interno
Quando testamos a minivan/SUV C3 Aircross, comentamos que seu desempenho foi mais do que o suficiente, mas apenas quando se acionava o modo Sport através do pequeno botão no painel.
As respostas do acelerador foram vistas como rápidas, mas longe de lembrar o ótimo desempenho que apresentou o C3 You, com seu conjunto levíssimo e motor 1.0 Turbo.
Já o Basalt entrega um desempenho esperto e vivo, que lembra mais o C3 turbinado, o que é uma ótima vantagem.

O acelerador responde rapidamente, e o motor vai junto, aumentando a velocidade do veículo sem subir muito nos giros, um comportamento que a maioria dos brasileiros aprecia.
A aceleração de 0-100 km/h de cerca de 9 segundos mostra como ele é espertinho.
O volante com auxílio elétrico é muito leve em ambiente urbano, e tem uma boa empunhadura, apesar da ergonomia não ser boa, igual lá no C3 Aircross, graças à falta de regulagem de profundidade e também o banco com posição muito alta.

O consumo que verificamos foi de 9,0 km/l na cidade, com gasolina, o que fica longe dos 11,9 km/l prometidos pelo fabricante, mas foi melhor do que outros modelos 1.0 Turbo que testamos.
Em termos de espaço interno, nota-se um ambiente amplo como no C3 Aircross, com a vantagem de o porta-malas ser enorme, mesmo com a caída progressiva da traseira, e o modelo ser mais curto do que o Fiat Fastback, por exemplo, em quase 10 centímetros, o que é bem perceptível ao olhar o Basalt de lado.
Aliás, falando em Fastback, o espaço interno no Basalt é bem mais amplo, se isso seja algo importante na sua decisão de compra.

A suspensão traseira é bem macia, e entrega uma experiência bem similar ao que temos nos modelos da Fiat do Brasil, o que pessoalmente não acho ser algo negativo. Na prática, o Basalt é bem confortável, mais até do que o C3 Aircross, que tem praticamente o mesmo conjunto.
O custo/benefício do modelo é bem evidente, já no preço oficial de tabela, que hoje é de R$ 117.100, mas é possível negociar a versão topo Shine por algo entre R$ 105.000 e R$ 110.000.
Apesar de ser, obviamente, muito dinheiro, é difícil enxergar um modelo que entregue o mesmo na mesma faixa de preços.
Temos também o Jeep Renegade de entrada, mas embora ambos sejam tecnicamente do mesmo segmento, acabam atraindo compradores diferentes.

Pontos negativos: a simplicidade extrema e o pacote de equipamentos
Vamos agora falar do outro lado da moeda, não é mesmo? Os pontos negativos.
Primeiramente pensei em citar o isolamento acústico, muito fraco, mas pelo menos para mim, durante o período de análise do modelo, achei legal em vários momentos, pois é possível ouvir perfeitamente o espirro da turbina, igual citamos na avaliação do C3 You turbinado.
A simplicidade é aquele tema recorrente em toda a linha atual da Citroen.

Acontece no caso do C3, mas para ele temos que dar um desconto, afinal ele é um compacto que em certas versões acaba competindo com Mobi e Kwid.
Já para Basalt e C3 Aircross, tanto o conteúdo de equipamentos quanto o nível de acabamento deveriam ser bem melhores.
Além do acabamento de plásticos extremamente simples, temos apenas o controle dos vidros elétricos dianteiros na porta do motorista. Os demais ficam no final do console central, onde os passageiros de trás conseguem alcançar, mas a ergonomia fica péssima para quem está na frente.
E o nível de equipamentos poderia ser bem melhor se a marca subisse o valor do modelo em R$ 2.000 ou R$ 3.000, adicionando, por exemplo, os dois airbags que existem no Basalt da Índia, mas que aqui foram cortados.

Outras coisas relativamente baratas que foram eliminadas foram o já citado ajuste de profundidade do volante, as saídas de ar-condicionado lá da traseira e as baratíssimas lâmpadas nos quebra-sóis, que aliás, fazem um barulho super alto quando você os volta para cima, mostrando que o teto também não tem nada de forração acústica.
Ah, e se você for comprar um Basalt, lembre-se de que seu ar-condicionado é um dos mais ruidosos do mercado hoje, parecendo mais a condensadora de um ar-condicionado Split residencial, funcionando a pleno vapor, em um calor de 40 graus.
Outro ponto a ficar ciente antes da compra é a questão do vidro traseiro, que não recebeu limpador, por custos, e também para deixar aquela área mais bonita.
Infelizmente, quando chover, você vai sentir bastante a falta deste equipamento, pois o vidro fica todo respingado, e isso prejudica bem a visualização.

Um carrinho estiloso, esperto no trânsito e com preço razoável
Resumindo, ainda que ele tenha acabamento bem fraco e vários detalhes simplificados:
Se você quer um carro com visual acertado, bom desempenho no dia-a-dia, e com um preço um pouco menos absurdo do que as outras opções do mercado brasileiro um pouco acima de R$ 100.000, o Citroen Basalt pode ser uma boa escolha.


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