Elon Musk manda cortar todos os componentes vindos da China na fabricação de carros da Tesla

elon musk 1
elon musk 1

A Tesla está promovendo uma ruptura drástica com seus fornecedores chineses, acelerando uma mudança estratégica que promete redesenhar sua cadeia de produção nos Estados Unidos.

A medida determina que nenhuma peça fabricada na China seja utilizada nos veículos montados em território americano.

Essa reviravolta é vista como consequência direta da escalada de tensões comerciais entre Washington e Pequim, que já afetam profundamente a indústria automotiva global.

Segundo informações do Wall Street Journal, a decisão foi tomada ainda no início do ano, mas só agora começou a ser implementada com mais agressividade.

Veja também

A fabricante já vinha substituindo parte dos componentes chineses, mas agora estabeleceu um prazo de até dois anos para eliminar completamente essas peças.

Há poucos dias, a General Motors deu o mesmo tipo de ordem para a sua cadeia de produção.

Esse movimento ganha força após o governo norte-americano intensificar tarifas sobre produtos importados da China, dificultando a previsibilidade de custos e a formulação de preços para os veículos.

A empresa também enfrenta obstáculos logísticos e políticos, como o recente impasse entre China e Holanda envolvendo chips automotivos da Nexperia.

O plano da Tesla, na prática, é operar com duas cadeias de suprimento totalmente separadas: uma focada na China, Europa e Ásia; e outra dedicada exclusivamente ao mercado norte-americano.

Na China, a fábrica de Xangai continua a utilizar uma malha local de mais de 400 fornecedores, o que permitiu ganhos expressivos em escala e redução de custos.

Mas esse sucesso não pode ser replicado nos Estados Unidos, onde as unidades da Tesla, como Fremont e Texas, estão sendo blindadas contra qualquer vínculo com fornecedores chineses.

Essa desconexão forçada cria desafios logísticos e estratégicos, dificultando a padronização da produção e a sinergia entre as operações globais.

Nos bastidores, a empresa já vinha pressionando fornecedores chineses a migrarem suas operações para o México, buscando manter o abastecimento próximo das fábricas americanas sem infringir as novas regras.

O desafio é especialmente grande em relação às baterias, área em que a China mantém hegemonia — principalmente nas células de fosfato de ferro e lítio (LFP), amplamente utilizadas nos modelos de entrada da Tesla.

Essas baterias, antes presentes nos EVs vendidos nos EUA, deixaram de ser utilizadas após perderem elegibilidade para subsídios do governo americano e passarem a ser tarifadas.

Apesar disso, a Tesla ainda depende fortemente das LFP chinesas para seus produtos de armazenamento de energia, como o Powerwall.

Para contornar essa dependência, a empresa iniciou a construção de uma fábrica de baterias LFP em Nevada, prevista para entrar em operação em 2026.

O projeto será voltado inicialmente para os sistemas de energia, com produção em escala limitada e insuficiente para atender toda a demanda da Tesla.

De acordo com o diretor financeiro Vaibhav Taneja, a empresa está empenhada em desenvolver uma nova cadeia de suprimentos fora da China, embora ele reconheça que esse processo levará tempo.

Enquanto isso, a Tesla se vê obrigada a lidar com custos mais altos e complexidades logísticas em nome de uma independência estratégica que, cada vez mais, parece inevitável.

📣 Compartilhe esta notíciaX FacebookWhatsAppLinkedInPinterest
📨 Receba um email com as principais Notícias Automotivas do diaReceber emails
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:

Canal do WhatsAppCanal do Telegram
Siga nosso site no Google Notícias
noticias
Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


formulario noticias por email

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação / 5. Número de votos:

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.