
Em um movimento que parece simples à primeira vista, a Mercedes-Benz está repensando radicalmente como seus carros são construídos — e, principalmente, desmontados.
No lugar de soluções altamente coladas e praticamente descartáveis, a marca alemã quer voltar ao básico: usar parafusos.
Essa mudança faz parte da estratégia “Tomorrow XX”, um plano ambicioso de circularidade que visa tornar os veículos da Mercedes mais fáceis de consertar, reaproveitar e reciclar.
Um dos primeiros alvos da reformulação são os faróis, que hoje são colados com adesivos industriais de difícil remoção.
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Na prática, isso transforma um pequeno dano — como um trincado na lente — em um prejuízo de milhares de reais, já que o conjunto todo precisa ser substituído.
A proposta da Mercedes é usar parafusos para fixar as lentes aos módulos de iluminação, permitindo a troca individual da peça danificada.
Essa medida simples pode cortar drasticamente os custos de reparo, especialmente em modelos com faróis adaptativos Multibeam LED, que podem custar de R$ 2.500 a mais de R$ 15 mil por unidade.
Isso lá no exterior, imagine aqui.

Ainda que essa ideia não seja permitida por regulamentações dos EUA, mercados europeus e asiáticos devem se beneficiar da mudança a curto prazo.
Mas os parafusos são apenas o começo.
A fabricante também está desenvolvendo novas formas de montagem interna, como substituir soldas ultrassônicas por rebites termoplásticos reversíveis em painéis de porta.
Isso permite que, no fim da vida útil do carro, os materiais sejam separados por tipo, em vez de triturados em massa, como acontece hoje.
Materiais reciclados também ganham protagonismo nos próximos lançamentos da marca.
A nova geração do CLA, por exemplo, terá reservatório de lavador de para-brisa feito 100% com polipropileno reciclado e para-choques com 25% de material reaproveitado.
A Mercedes ainda testa suportes de motor fabricados a partir de airbags usados, isolamento acústico vindo de pneus velhos e revestimentos internos com couro sintético parcialmente derivado de plásticos reciclados.
Essas mudanças individuais podem parecer pequenas, mas têm um potencial de impacto massivo quando aplicadas em escala global.
A marca acredita que a combinação de soluções simples, como uso de parafusos, com inovação em materiais e montagem modular, representa um passo essencial para um futuro mais sustentável.
Ao repensar a forma como seus carros são projetados para nascer — e para morrer —, a Mercedes sinaliza que a sustentabilidade no setor automotivo pode estar mais nos detalhes do que nos slogans.
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