
Em alguns casos, o que transforma um carro em um pesadelo financeiro não é o motor, a tecnologia ou a eletrônica — é uma simples peça que ninguém vê.
Um dono de Honda Ridgeline descobriu isso da pior forma ao se deparar com o preço para substituir o assoalho traseiro da caminhonete.
A peça, listada oficialmente no catálogo da Honda para os modelos de 2017 a 2025, custa absurdos US$ 10.082,22 — algo em torno de R$ 55 mil na conversão atual, sem contar a mão de obra.
Isso representa cerca de um quarto do valor de uma Ridgeline nova, que parte de US$ 40 mil (R$ 220 mil), e mais do que o valor de mercado de unidades usadas de 2017, que já são vendidas por até US$ 12 mil (R$ 66 mil).
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Em outras palavras: se você tiver um pequeno dano no assoalho traseiro e não acionar o seguro, pode acabar gastando quase tanto quanto o valor do carro inteiro apenas para uma peça estrutural de aço.
O relato veio de um usuário do Reddit, que não explicou como o dano ocorreu, mas conseguiu encontrar uma solução mais econômica: comprou um assoalho de ferro-velho por US$ 500, com frete de US$ 400.
Mesmo assim, a diferença entre os preços de mercado e o valor cobrado oficialmente pela peça nova levanta uma questão cada vez mais preocupante: até onde vai o custo de manter um carro moderno rodando?

Algumas concessionárias revendem a peça por valores “mais baixos”, na casa dos US$ 6.500 (cerca de R$ 36 mil), o que ainda está muito além do aceitável para a maioria dos motoristas.
Especialistas apontam que o alto custo pode estar relacionado à baixa demanda, forçando a Honda a comprar o item de fornecedores emergenciais que cobram o que quiserem.
Outros usuários questionaram se a troca era mesmo necessária, já que o dano descrito não era estrutural e não comprometia segurança nem dirigibilidade.

Mas o mais alarmante é como peças absurdamente caras estão fazendo com que seguradoras optem por declarar perda total com muito mais frequência.
Dados recentes mostram que 27% dos carros envolvidos em colisões estão sendo descartados após acidentes, número bem maior que os 19% registrados em 2018.
Não se trata mais apenas de grandes sinistros: um pequeno dano em uma parte “escondida” do carro pode ser suficiente para inviabilizar o conserto.
E o impacto não termina aí.

O aumento nos preços de peças e reparos também afeta todos os motoristas, já que eleva os prêmios de seguro para o mercado inteiro.
O caso da Ridgeline é só mais um exemplo — mas mostra como estamos entrando em uma nova era onde reparar um carro custa quase tanto quanto comprá-lo.
E, neste cenário, quem sofre é sempre o dono, que paga caro pela promessa de durabilidade e recebe, no fim, um orçamento de conserto de fazer qualquer um desistir.

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