Donos do esportivo Xiaomi SU7 descobrem (da pior maneira) que o carro elétrico de mais de 670 cavalos tem freios piores que um mero Honda CR-V

xiaomi su7 oficial 1
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Imagine seu carro não responder quando você mais precisa, como ao frear em alta velocidade.

Essa é a realidade que alguns proprietários do Xiaomi SU7 Max estão enfrentando, especialmente em condições extremas de pista.

A montadora, conhecida principalmente por seus smartphones, lançou seu primeiro veículo elétrico, o SU7, este ano, e já está lidando com questionamentos sobre a confiabilidade de seus sistemas de frenagem.

O SU7 Max, versão topo de linha do modelo, foi apresentado com impressionantes 673 cavalos de potência, aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 3 segundos e promessas de superar rivais como o Porsche Taycan Turbo.

xiaomi su7 oficial 2
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Porém, o desempenho em pistas não tem correspondido à expectativa.

Um incidente significativo ocorreu em abril, quando o influenciador Tang Zhu Liao Che perdeu o controle do SU7 Max no circuito de Tianma, em Xangai.

Após várias voltas, os freios falharam completamente, resultando em um grave acidente.

Vídeos e fotos do acidente viralizaram, mostrando pastilhas de freio desgastadas quase até o limite do material.

O SU7, com freios de compostos NAO (não asbestos orgânicos), projetados para uso urbano, não estava equipado para suportar o estresse de frenagens intensas em condições de pista.

xiaomi su7 oficial 8
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Além disso, ao passo que o Xiaomi SU7 tem discos de freio dianteiros de apenas X polegadas, o Porsche Taycan tem discos de 16,1 polegadas na dianteira, sendo que na versão Turbo S, os discos são ainda maiores, com 16,5 polegadas, e 10 pistões.

O Xiaomi SU7 tem um peso de aproximadamente 2.300 quilos, e potência três vezes maior do que o Honda CR-V, mas os seus discos de freio são de tamanho similar ao SUV japonês, que, além de ter um terço da potência, pesa bem menos, uns 1.800 quilos.

A Xiaomi respondeu dizendo que o SU7 Max foi desenvolvido exclusivamente para uso em estradas e não deve ser levado a circuitos.

A empresa destacou que, apesar de atender aos padrões nacionais de segurança, os freios do SU7 não foram projetados para temperaturas e desgastes extremos.

A resposta não agradou parte do público, que questiona a decisão de promover o veículo como um esportivo de alta performance sem oferecer componentes adequados para esse uso.

Além disso, a comparação com modelos como o Porsche Taycan Turbo evidencia a discrepância.

Enquanto o Taycan conta com freios maiores e mais robustos, projetados para suportar o calor gerado em condições extremas, o SU7 utiliza discos e pastilhas menores, mais próximos do padrão de SUVs familiares como o Honda CR-V.

Apesar das críticas, a Xiaomi está trabalhando em uma versão mais avançada, o SU7 Ultra, que promete solucionar o problema. Esse modelo terá freios de carbono-cerâmica, capazes de resistir a altas temperaturas, e já estabeleceu um recorde de volta no circuito de Nürburgring.

No entanto, o incidente inicial levantou dúvidas sobre a preparação da empresa para competir no segmento de veículos de alto desempenho.

Ao entrar no mercado automotivo, a Xiaomi aprendeu uma lição importante: vender potência exige também garantir segurança e confiabilidade em todas as condições.

Resta saber se o SU7 Ultra conseguirá recuperar a confiança dos consumidores e estabelecer a marca como uma verdadeira concorrente no mercado de EVs esportivos.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.