Motor queimando óleo: 5 causas e o que fazer

fumaca escape

Imagine que você ligou o carro logo cedo e, ao abrir o portão da garagem, notou aquela fumaça estranha e azulada saindo do escape. Além do cheiro forte, você percebe que o nível do óleo está bem abaixo do que deveria.

E agora? O que estaria acontecendo com o motor?

Após uma visita ao mecânico, a constatação preocupa: o motor está queimando óleo ! A notícia chega como um baque para muita gente, afinal, quando isso acontece, quem mais sente o efeito é o bolso.

Mas aí vem as perguntas: como isso aconteceu? Quando começou? Por quê? O desespero logo bate forte, mas não tem jeito, o negócio será coçar o bolso e resolver a questão antes que a coisa fique pior.

Veja também: óleo do motor escuro, o que isso significa?

Por que?

As causas para o motor queimar óleo são diversas e podem ou não estar relacionadas com a atenção (ou a falta dela) dispensada pelo proprietário em relação à manutenção do veículo.

Um dos motivos mais frequentes para que isso ocorra é o esquecimento. Muitas pessoas não fazem a correta manutenção do veículo por não lembrarem o momento da troca de óleo lubrificante e de seu filtro.

Tem gente que nem sabe que é preciso trocar o óleo! Casos em que o motor fundiu por nunca ter sido feita a troca não são histórias de mecânico.

Quando novo, o carro vem acompanhado da obrigação de fazer as revisões na quilometragem especificada no manual. Muitos modelos avisam automaticamente no painel quando se aproxima a hora da troca.

Algumas marcas até avisam quando isso acontece por conexão remota, mas no geral, é o proprietário que precisa estar atento a esse importante momento. Quando o veículo é usado, o comprador deve substituir lubrificante e filtro, mesmo que o vendedor já tenha dito que o fez. Cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém…

Outra causa comum é a famosa e temida quebra da correia dentada. Antigamente, quem tinha certos modelos de automóvel nem se preocupava com isso, por causa de varetas e balancins do comando no bloco, corrente ou mesmo os bons cabeçotes onde as válvulas não ficavam ao alcance dos pistões.

Isso era uma maravilha, mas em muitos casos, a correia dentada quebrada significa prejuízo, com danos variáveis de acordo com o desenho da câmara, dos pistões e do cabeçote. Pode nem ser preciso fazer um reparo maior, mas isso pode contribuir para que no futuro haja queima de óleo.

O motor também pode ter enfrentado enchentes sem o cuidado devido ou o sistema de refrigeração sofreu aquecimento excessivo em algum momento, podendo ter queimado a junta no cabeçote quando as galerias de óleo entram em contato com a câmara ou misturam-se imediatamente com o líquido de refrigeração.

bloco retifica

O que fazer?

Só existem duas opções. A primeira é respirar fundo e meter a mão no bolso. Faça a cotação de retífica do motor e em locais especializados. Não tente apenas “fazer a parte debaixo” ou outros artifícios para evitar uma retífica completa.

O impacto no orçamento familiar pode girar em torno de R$ 4.000 para um carro comum, com motor de 1.0 litro.

Depois de fazer o serviço, novamente (se foi comprado zero) terá de fazer o amaciamento, já que pistões, anéis, pinos de pistão, bronzinas , virabrequim retificado, cabeçote revisado (válvulas, guias, superfície da peça) e juntas são novos.

Se o custo for igual a metade do preço de tabela do veículo, melhor esquecer, exceto se ele produzir algum sentimento extra no proprietário. Caso contrário, mesmo que o custo não represente isso tudo e você não quer ter trabalho, então o melhor é vender nas condições em que se encontra.

Como o motor queima o óleo?

Mas então, vamos lá. Quais as causas para um motor queimar óleo lubrificante? Primeiro, é bom lembrar que todo motor baixa um pouco o nível do óleo a cada mil quilômetros, mais ou menos. Isso até mesmo está previsto no manual de muitos modelos.

Mas a respeito de motores baixando o óleo mais rapidamente, com sintomas notados no escapamento, podemos dizer que a primeira coisa é que o motor já está cansado, bem desgastado para estar nessa condição.

Ocorre que o atrito entre as peças requer lubrificação constante, mas antes disso, é preciso que o amaciamento tenha sido feito corretamente, para que o ajuste fino entre as peças móveis não tenham produzidos tantos resíduos que não foram eliminados.

Com o funcionamento ao longo do tempo, é natural que as folgas entre as peças aumente devido ao desgaste, mas mesmo assim elas precisam atingir um certo limite para que o propulsor continue funcionando corretamente.

O problema é quando isso é ultrapassado e aí tais forças começam a produzir o contato entre o óleo lubrificante e a câmara de combustão.

Com a folga elevada entre anéis do pistão e cilindro, os primeiros não têm como impedir que um fluxo de lubrificante entre na combustão e é lá que ele começa a ser queimado.

Esse consumo de óleo acaba reduzindo seu nível no cárter e por isso é necessário sempre completar para que o motor não fique sem lubrificação e acabe travando. O pior ainda não é isso.

Com o tempo, as folgas aumentam e a quantidade de óleo na câmara aumenta tanto que ele começa a encharcar as velas, prejudicando a ignição. Se o óleo entra na câmara, então algo pode sair de lá também. Por isso, a taxa de compressão acaba caindo e o rendimento do motor também.

Por isso é importante sempre completar o nível para que o motor não fique sem lubrificação. Mas isso é para quem já percebeu o problema e está remediando. Nem todo mundo fica ligado nessa situação e com o nível descendo além do mínimo, os efeitos da queima do óleo começam a aparecer.

A lubrificação entre bielas e virabrequim logo ficará prejudicada e um ruído metálico se fará presente. O tal “motor batendo” é outro drama de quem foi pego de surpresa.

Acontece que sem a lubrificação necessária, as bronzinas (casquilhos) da biela começam a entrar em atrito com os mancais da manivela do virabrequim, provocando desgaste e folgas. Essas folgas é que geram o barulho de batida por causa do movimento de sobe e desce dos pistões.

lubrificação

Quando esse problema começa?

Como exemplificado no começo do texto, o problema começa quando as folgas se tornam excessivas e os sintomas aparecem. Além da fumaça azulada e do cheiro forte, o consumo de óleo do motor aumenta radicalmente, numa taxa de mais de um litro a cada 1.000 km.

Isso vem acompanhado de falta de força do motor, que já não rende o mesmo. Se isso acontece, o consumo de combustível também se eleva. O escapamento também se encharca de óleo não queimado na combustão, prejudicando também o catalisador.

Daí, o barulho também denuncia que o motor “queimador de óleo” já está nas últimas, tanto por bater biela quanto por estar “rajando”, que é a falta de lubrificação no topo, no cabeçote, onde o comando também sofre com a falta de lubrificação.

óleo

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X