Concessionárias da Ferrari e compradores têm um interesse comum: garantir que os carros da marca sejam apreciados por entusiastas, e não apenas vistos como oportunidades de lucro.
No entanto, o problema dos espertões, aquelas pessoas que compram um carro muito cobiçado somente para o revender mais caro, continua a ser um ponto de atrito.
Agora, uma concessionária Ferrari em Houston está levando a questão aos tribunais, processando um cliente por revender sua nova Ferrari Purosangue antes do prazo acordado.
De acordo com documentos apresentados ao Tribunal Distrital do Condado de Harris, no Texas, a Ferrari of Houston entrou com uma ação contra Todd Carlson, alegando que ele violou os termos de um contrato ao revender sua Ferrari Purosangue 2024, que tem 715 cavalos de potência.
O processo foi registrado em 3 de setembro de 2024, mas ainda não foi julgado.
A Ferrari of Houston alega que Carlson assinou um “Contrato de Oportunidade” — basicamente, um contrato de depósito — ao adquirir o SUV V12 da marca.
Este contrato estipulava que o comprador não poderia revender o veículo no prazo de um ano após a entrega, exceto se a concessionária tivesse a primeira opção de compra pelo mesmo valor da venda original.
Em outras palavras, Carlson concordou que, se quisesse vender o carro dentro de um ano, teria que oferecê-lo à Ferrari of Houston sem lucrar com a transação. Um segundo contrato, assinado em 1º de outubro de 2022, detalhava ainda mais os termos.
Chamado de “acordo de direito de preferência e segurança”, o documento afirmava que tanto a Ferrari quanto a concessionária desejavam vender seus veículos principalmente para entusiastas da marca, visando o uso pessoal e não a revenda especulativa.
O contrato explicava que a revenda prematura poderia prejudicar a imagem da Ferrari, uma vez que esses carros muitas vezes acabam sendo vendidos por preços inflacionados no mercado secundário.
No entanto, o processo afirma que Carlson vendeu seu Ferrari Purosangue em junho de 2024, dentro do período de preferência, sem oferecer o veículo de volta à concessionária, como exigido no contrato.
Embora os detalhes sobre o valor ou a data exata da revenda não tenham sido mencionados no processo, a Ferrari of Houston agora busca indenizações por danos e custos legais.
A prática de revenda antecipada de modelos cobiçados tem incomodado não apenas outros compradores, que veem os preços inflacionarem e as oportunidades desaparecerem, mas também as próprias montadoras, que sofrem danos à sua imagem.
A Ford, por exemplo, processou o ex-lutador John Cena por vender seu Ford GT antes do prazo estipulado. Da mesma forma, a Tesla chegou a ameaçar processar quem revendesse o Cybertruck, embora tenha desistido posteriormente.
A Ferrari, por sua vez, tem um histórico de processos contra clientes. Já venceu e perdeu casos relacionados à modificação de seus emblemas ou ao uso indevido da marca.
Além disso, a montadora é conhecida por impor regras rígidas para aqueles que desejam adquirir novos veículos, garantindo que seus carros cheguem a clientes que realmente desejam desfrutá-los.
Esse caso específico ainda não foi julgado, e até o momento, não houve resposta oficial do cliente nem decisão judicial sobre o mérito da ação.
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