
A Mini nunca foi uma marca de superesportivos ou recordistas de eficiência.
O que sempre atraiu seus admiradores era algo menos mensurável, mas muito mais envolvente: um comportamento ágil nas curvas, uma tocada divertida e aquela sensação autêntica de estar no controle.
Parte essencial desse pacote era, claro, o câmbio manual. Agora, essa peça-chave da experiência Mini chegou ao fim.
A marca britânica confirmou oficialmente que não oferecerá mais versões manuais em sua linha global. O último modelo a contar com a opção de três pedais foi o Mini Cooper JCW conversível, lançado como um tributo de despedida.
Desde então, todas as configurações da nova geração já adotam exclusivamente transmissões automáticas.
De acordo com executivos da Mini na Austrália e Nova Zelândia, a decisão está longe de ser provisória.
Em recente entrevista ao site Drive.com.au, James Orlov, chefe de produto da marca na região, explicou que a produção de modelos manuais perdeu prioridade ainda em 2023, especialmente devido à escassez de chicotes elétricos provocada pela guerra na Ucrânia.
Mas mesmo com a normalização dos suprimentos, o retorno dos câmbios manuais não entrou nos planos.
O motivo? A baixa procura. Apenas um em cada 30 compradores optava pelo câmbio manual quando ele estava disponível.
Uma taxa irrisória, que não compensa o investimento necessário para homologação de emissões e testes regulatórios.
Com as novas exigências ambientais europeias (as chamadas normas EU7) se aproximando, o câmbio manual ficou ainda menos viável.
Segundo Alex Brockhoff, gerente geral da Mini na Austrália e Nova Zelândia, o processo de certificação de um modelo com câmbio manual envolve custos e prazos que simplesmente não se justificam diante da baixa demanda.
A Mini não está sozinha nessa guinada: cada vez menos marcas oferecem veículos com câmbio manual, especialmente entre os compactos e esportivos acessíveis.
A tendência é clara – e triste para os puristas. Até mesmo rivais tradicionais da Mini, como Fiat e Volkswagen, têm cortado versões manuais de suas linhas globais.
O que resta são supercarros de seis dígitos e algumas opções de nicho ainda resistentes à automatização total. Mas no mercado de entrada e entre os compactos premium, o câmbio manual está se tornando uma relíquia.
Para os fãs da marca, é o fim de uma era.
A sensação de engatar a marcha perfeita na curva certa, que fazia parte da alma de um Mini, agora fica restrita à memória – ou, para os mais sortudos, à garagem de quem já tem um modelo antigo na coleção.
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