Toyota RAV4 SX Hybrid 2020: consumo baixo e conforto

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Ele era um SUV comum, mas agora vem numa proposta mais ecológica e inteligente. O Toyota RAV4 SX Hybrid 2020 tem consumo de carro pequeno e muito conforto a bordo.

Em nova geração, o utilitário esportivo japonês abandona por aqui a motorização tradicional e vem numa configuração híbrida que ainda permite ter dois mundos num só carro.

Isto porque o RAV4 Hybrid ainda ostenta um “motorzão” 2.5 movido pela velha e boa gasolina, mas funcionando apenas parcialmente durante o dia a dia.

O motivo é que o SUV porta três motores elétricos que juntos entregam 173 cavalos. Isso é quase a potência do Dynamic Force 2.5 de 178 cavalos.

Ele tem até tração AWD, mas não se engane, não há cardã ou diferencial traseiro, só o terceiro motor atrás.

Além disso, o RAV4 Hybrid 2020 chega com um visual parrudo que não é exatamente atraente, mas que impõe respeito.

Bem espaçoso e com luxo, ele custa R$ 191.290 nesta versão top de linha. A versão S custa R$ 171.850.

Por fora…

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Quando surgiu o conceito FT-AC, não levamos tanto a sério, afinal, a proposta de mudança de estilo do RAV4 era muito radical. O que fica é o que temos diante de nós.

As linhas mais fluidas do anterior foram trocados por formas retilíneas e detalhes que o fazem lembrar vagamente o Subaru XV, mas bem anabolizado.

A frente é parruda, invocada. Grade bem grande e faróis de LED mais cerrados. Pelo menos a Toyota não entrou na moda de separação de óticas, como temos visto no mercado.

O para-choque é bem proeminente e as molduras laterais levam faróis de neblina. As saias de rodas quase quadradas reforçam a ideia de um SUV mais robusto que o anterior.

As rodas cromadas aro 18 polegadas com pneus 225/60 R18 chamam atenção, enquanto a traseira tem lanternas em LED com lentes pronunciados e retangulares, unidas por um acabamento cromado.

O para-choque traseiro é bem destacado e deixa que os dois escapes cromados fiquem abaixo dele, sem integração com o desenho.

O RAV4 Hybrid mostra com isso que ainda tem alguma gasolina na veia. Ele também revela um teto solar panorâmico com antena em estilo barbatana próxima.

Por dentro…

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Imponente por fora, o Toyota RAV4 SX 2.5 AWD Hybrid – esse é o nome todo – apresenta em ambiente aconchegante, espaçoso e com boa qualidade percebida.

Com interior bege e preto, o SUV da japonesa tem bons revestimentos em couro nos assentos, portas e também no painel.

Materiais suaves e levemente emborrachados passam uma ótima impressão do RAV4 SX, assim como a boa área envidraçada e um teto panorâmico que deixa tudo muito claro e agradável.

O painel tem um layout parecido com o do Novo Corolla e até a instrumentação é similar, assim como a multimídia.

Quando se sai de um e entra no outro, a integração é total com as informações.

A Toyota aposta em mostradores analógicos e um display multifuncional com diversas visualizações para dar o máximo de informação ao condutor, sendo que o mais importante é o econômetro.

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A multimídia do RAV4 Hybrid também traz a famosa animação do fluxo de energia indo de um lado para o outro entre motor, elétricos e bateria. Difere aqui pelo segundo elétrico no eixo traseiro.

O dispositivo de entretenimento tem CD/DVD e espelhamento MirrorLink, mas não oferece Android Auto ou CarPlay.

Imagens da câmera de ré (duas opções) são reproduzidas. O sistema de som com seis alto-falantes é aceitável.

Na versão SX, o RAV4 Hybrid tem carregamento indutivo de smartphone.

Além disso, seu volante multifuncional em couro (igual ao do Corolla) vem com paddle shifts. Nele, ainda temos os sistemas de auxílio à condução TSS.

Como o híbrido, o RAV4 2020 também explora a economia de energia interna, com o ar condicionado dual zone tendo opção de direcionamento de ar apenas para o condutor, caso o carro esteja só com ele.

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O console da transmissão é bem tradicional e não apostou em câmbio com botões. No RAV4 Hybrid há um botão de modos de condução que fica vermelho no Sport, azul no Normal e verde no Eco.

O SUV tem ainda comandos para o EV Mode e Trail, assim como Auto Hold e freio de estacionamento eletrônico.

Tudo junto e fácil de acessar. Uma coisa boa do RAV4 SX Hybrid é a ventilação com 3 velocidades nos assentos dianteiros. No clima do Brasil, é um item necessário.

Falando em assentos, o do motorista tem ajustes elétricos (com lombar) e duas memórias. Os bancos são bem confortáveis e de espuma com boa densidade.

Entre os dianteiros, porta-copos e objetos sob o apoio de braço com 2 entradas USB de 2,1A.

Para quem vai atrás, bom espaço para pernas e difusores de ar, tendo ainda mais 2 USB para carregamento.

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Ou seja, ninguém ficar sem usar seus aparelhos móveis em viagem. Outro item que chama destacável no RAV4 é a luz interna presencial ao chegar ao carro, como no Corolla.

O banco traseiro é bipartido e tem apoio de braço central.

Ele permite ampliar bem os 580 litros do porta-malas, cuja tampa na versão SX é acionada eletricamente, inclusive com sensor de pé, sob o para-choque.

Por ruas e estradas…

O Toyota RAV4 SX Hybrid é um SUV de bom desempenho, apesar de sua proposta frugal. Diferentemente do Corolla Hybrid, ele anda como deveria andar, mesmo tendo a missão de beber pouco.

Com um conjunto híbrido THS-II mais complexo que o do sedã nacional, o RAV4 Hybrid tem um motor grande e três motores elétricos, além de uma bateria de níquel-hidreto metálico e seu tanque mediano.

O propulsor 2.5 A25A-FXS é da família Dynamic Force e tem dupla injeção como no A20 2.0 do Corolla brasileiro.

Aspirado, ele tem injeção direta e indireta, favorecendo-se em altas e baixas rotações.

Assim, ele entrega 178 cavalos a 5.700 rpm e 22,5 kgfm a 3.600 rpm, giros de força menores que os do sedã médio 2.0. No entanto, você não aproveita tudo isso no dia a dia.

Esse 2.5 a gasolina trabalha com mais três motores elétricos, sendo que dois deles ficam dentro da caixa de transmissão Transaxle, sendo um chamado MG1 (de uso contínuo) e o outro MG2 (para quando se necessita de mais força).

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Nessa estranha transmissão, a Toyota consegue dispor de sete velocidades simuladas, já que pode fazer uma variação contínua de relações como num CVT, mas usando engrenagens. É o mesmo processo no Corolla Hybrid.

Cada motor elétrico entrega 59,5 cavalos e 10,3 kgfm. Eles trabalham na transaxle para garantir a melhor eficiência energética. Contudo, como o SUV é um AWD, há um terceiro elemento.

No eixo traseiro, entre as balanças da suspensão, fica outro elétrico com 54 cavalos e 12,3 kgfm, ligado às rodas por semieixos.

Independente fisicamente, ele provê tração nas rodas traseiras quando necessário.

Ao ligar, o conjunto THS-II não dá um “piu”. O RAV4 Hybrid sai silenciosamente e com um mínimo de ruído dos pneus no solo. O isolamento acústico do SUV é muito bom.

Tanto é que pisando um pouco mais no modo Normal, o 2.5 entra automaticamente e você percebe pelo ruído, mas de forma moderada, diferente do Fusion Hybrid, por exemplo, que exagera no som do “gerador”.

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Se você ligar o som, então terá que acompanhar a dança de fluxo de energia pelo display da multimídia Toyota Play, como no Prius e Corolla, algo bem interessante de se observar.

Diferente de um PHEV, o híbrido comum tem mais intervenção do motor.

Para saídas mais espertas, ele mais que assume o comando e é auxiliado pelos demais.

Não dá exatamente para descrever todas as fases de operação, porque a sinergia entre os quatro propulsores é quase infinita.

Resumidamente, o 2.5 entra em ação quando se precisa de mais força em acelerações, recarga do nível de bateria e num modo de condução mais esportivo, basicamente.

No modo Normal, o RAV4 Hybrid tem boa disposição, sempre com saídas vigorosas.

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O motivo é que os motores elétricos, que somam 173 cavalos, iniciam desde zero com força máxima.

Entretanto, como acontece no 2.5, apenas parte disso é necessário para que o SUV rode bem em qualquer situação.

São 222 cavalos e 27,9 kgfm combinados, mas não se comparam com um SUV similar com os mesmos números. Há mais força nas saídas, o que faz ele ir de 0 a 100 km/h em ótimos 8,1 segundos.

Se o modo Sport for selecionado, o THS-II despeja uma boa dose de energia no solo, garantindo saídas bem rápidas e retomadas vigorosas.

Com o ponteiro no Power e um bom ronco do motor, que é descompasso em parte, já que não está sozinho na brincadeira.

No modo Eco, há um bom corte de energia e o uso dos motores elétricos dianteiros se faz mais necessário, tendo pouca intervenção do 2.5.

Ainda assim, se necessário, há bastante força para não passar apuros em ultrapassagens e outras situações, por exemplo.

Em determinados momentos, geralmente na estrada, o 2.5 chega a assumir toda a propulsão por alguns segundos.

Nas descidas de serra, a regeneração de energia faz o “life” da bateria de 1,6 kWh alcançar 100% rapidamente.

Com essa energia, dá para poupar bem o motor 2.5 e logicamente a gasolina. No cluster configurável, a autonomia passa facilmente de 1.000 km nessa condição.

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Seus 55 litros no tanque podem render teoricamente 924 km na cidade!

Conseguimos uma média bem realista de 16,8 km/l na cidade, andando sem buscar exatamente a economia ao extremo.

Então, se rodar com o pé mais alto, pode-se obter melhor resultado. Na estrada, por ser híbrido, ele não faz o mesmo, invertendo a coisa.

Fizemos 13,5 km/l, o que não é ruim dada à proposta do RAV4 Hybrid, que é rodar com baixa emissão ou zera-la no ambiente urbano.

Sem emissão? Pode-se rodar até cerca de 60 km/h sem que o motor entre no EV Mode.

Entretanto, para isso é importante que a carga da bateria esteja bem para cima da metade. Rodando nos modos Normal e Sport, é mais rápida a recarga da mesma durante a condução.

Se a carga cair muito no modo EV, o 2.5 entra para recarrega-la até um nível adequado para uso híbrido. Isso pode acontecer até quando você chega ao carro e dá a partida no botão.

Geralmente ele só liga a energia, mas nesse caso, o motor aciona sem cerimônia.

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O RAV4 Hybrid anda pouco com sua eletricidade na bateria, infelizmente são poucos quilômetros com emissão zero, especialmente se houver subidas ou necessidade de mais energia.

A carga decai muito rapidamente, mas se você não ligar para isso, vai perceber que o interessante mesmo é que o consumo é muito baixo, mesmo com o 2.5 entrando e saindo de cena.

Isso acontece sempre! Por conta de sua suavidade de funcionamento e do isolamento acústico, você se acostuma ao ponto de nem ligar mais para isso.

Por ser um AWD, o RAV4 ainda modula a força entre as rodas dianteiras e traseiras no modo Trail, feito para enfrentar um fora de estrada sem muitas ambições.

Agora, se isso tudo parece muito automatizado, o RAV4 Hybrid (ainda) permite que o condutor o utilize como um carro normal.

Ou seja, manuseie a alavanca de câmbio e troque as marchas como no antigo RAV4.

Para isso, ele tem até um modo Sport com mudanças manuais na alavanca, que dão alguma liberdade, já que se sabe que não há uma transmissão tradicional a bordo.

Para uma tocada mais esportiva, a versão SX tem paddle shifts no volante.

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É um pouco estranho no início, já que se sabe que o ideal é deixar que o THS-II faça as honras da casa em quase tudo.

De qualquer forma, pode-se aproveitar bem a força do motor 2.5 e a ajuda dos elétricos para andar rápido.

Se gasta um pouco mais de combustível, já que o condutor nem sempre conseguirá o mesmo resultado que a programação, andando mais por conta própria.

Aliás, o RAV4 Hybrid tem boa dirigibilidade, com direção bem leve e progressiva, que deixa o SUV de 1.730 kg parecendo um carro pequeno.

Os freios são imediatos! Atuando rapidamente e com força a qualquer pisada leve.

No caso da suspensão, o RAV4 Hybrid tem uma calibragem mais para o gosto dos States e, por conta disso, é bem macia, mas com pneus largos e rodas grandes, contorna bem as curvas.

Filtra razoavelmente bem as irregularidades e não existem ruídos de acabamento que incomodem.

O Toyota RAV4 SX Hybrid tem o pacote TSS (Toyota Safety System) e o controle de cruzeiro adaptativo funciona satisfatoriamente, ajustando-se bem ao tráfego.

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O alerta de invasão de faixa corrige suavemente a direção e está bem longe do que um Volvo ou Jaguar faz, por exemplo, mas para sua missão, cumpre o prometido.

No carro avaliado, havia algo solto que parecia um “Hot Wheels” deslizando de um lado para o outro… Não era nosso e a Toyota ficou de ver o que era.

Fora isso, que às vezes incomodava, o restante foi um prazer ao volante. Boa posição de dirigir, bancos refrigerados no calor brasileiro e comandos fáceis de interagir, fazem do RAV4 Hybrid um carro realmente bom.

Por você…

O Toyota RAV4 SX Hybrid é um SUV bem completo para sua categoria e poucas coisas podem ser apontadas como falhas mais importantes.

Android Auto e Car Play são duas delas, assim como os retrovisores com rebatimento elétrico.

No mais, o SUV japonês é um carro bem seguro, com sete airbags, controles de tração e estabilidade, controle de reboque e oscilação (também há outro do próprio carro), entre outros.

Tendo boa economia e desempenho, o RAV4 SX Hybrid tem algum luxo e muito conforto para cinco pessoas.

Por R$ 191.290, embora tenha aumentado recentemente, ele ainda é mais vantagem que o Honda CR-V Touring 1.5 Turbo, que é mais gastão e roda sempre no AWD, custando R$ 194.900.

Existe ainda outro rival, o VW Tiguan Allspace 350 TSI R-Line, que tem proposta totalmente oposta ao RAV4 Hybrid, sendo mais purista e longe de ser frugal. Sai por R$ 192.980.

Feito sobre a plataforma modular TNGA (GA-K), ele chega importado e com uma proposta de eliminar a propulsão puramente a combustão. Nesse caso, vale a pena, sem dúvidas.

Medidas e números…

Ficha Técnica do Toyota RAV4 SX 2.5 AWD Hybrid 2019

Motor/Transmissão

Número de cilindros – 4 em linha

Cilindrada – 2.487 cm³

Potência – 178 cv a 5.700 rpm (gasolina)

Torque – 22,5 kgfm a 3.600 rpm (gasolina)

Potência elétricos dianteiros (2) e traseiro – 59,5/59,5 cv e 54 cv

Torques elétricos dianteiros (2) e traseiro – 10,3/10,3 kgfm e 12,3 kgfm

Potência combinada – 222 cv

Torque combinado – 27,9 kgfm

Transmissão – Transaxle com simulação de sete marchas e mudanças no volante e alavanca

Tração – Integral

Desempenho

Aceleração de 0 a 100 km/h – 8,1 segundos

Velocidade máxima – 180 km/h

Rotação a 110 km/h – ND

Consumo urbano – 16,8 km/litro

Consumo rodoviário – 13,5 km/litro

Suspensão/Direção

Dianteira – McPherson/Traseira – Multilink

Elétrica

Freios

Discos dianteiros e traseiros com ABS e EDB

Rodas/Pneus

Liga leve aro 18 com pneus 225/60 R18

Dimensões/Pesos/Capacidades

Comprimento – 4.600 mm

Largura – 1.855 mm (sem retrovisores)

Altura – 1.685 mm

Entre eixos – 2.690 mm

Peso em ordem de marcha – 1.730 kg

Tanque – 55 litros

Porta-malas – 580 litros

Preço: R$ 191.290 (versão avaliada)

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X