Nós do Notícias Automotivas já tínhamos avaliado o Renault Kwid E-Tech por ocasião de seu lançamento, em setembro de 2022.
Mas decidimos pegar novamente o carrinho elétrico da marca francesa, para entregar ele por alguns dias nas mãos de alguém que tem um modelo do mesmo segmento, só que a combustão.
Para isso, deixamos ele com a proprietária de um Fiat Mobi Like, ano 2020, para que ela nos passasse suas impressões sobre o modelo, podendo assim dar uma ideia aos nossos leitores que tem um Kwid comum, ou um Mobi, sobre quão diferente é essa versão, em relação ao seu uso diário.
Foi a primeira vez que a nossa ajudante dirigiu um carro elétrico, nunca tinha sequer chegado perto de algum.
Ela também nunca tinha cogitado comprar um modelo elétrico, por causa daquelas tantas dúvidas e estranhezas que o público em geral ainda tem com esse tipo bem diferente de veículo.
A questão do preço também afastava a maioria dos interessados, já que o Renault Kwid elétrico tinha preço de R$ 149.990, um valor mais do que o dobro do preço de um similar sem ser elétrico.
Depois da brusca redução de preço que a Renault colocou para o carrinho, agora o posicionando em R$ 99.990, já dá para pensar na possibilidade de comprar um, mas também nos deixa receosos a respeito das práticas de preço por parte das montadoras, do tipo “se colar, colou”.
Mas, depois do teste, a opinião da nossa leitora mudou bastante.
Confira os seus apontamentos, referentes a vários aspectos do carrinho, depois de rodar cerca de 175 quilômetros, todos em percursos urbanos, e nos devolver o Renault Kwid E-Tech com apenas 25% de carga restante, ou cerca de 40 quilômetros.
Preço
“Quando comparado com o preço em geral, cobrado pelos carros 0km no Brasil, até que o preço está OK, a diferença de valor a mais se paga com o tempo, com o gasto menor do elétrico, mas quando comparamos o preço do Kwid E-Tech com o do BYD Dolphin Mini, dá aquela sensação de não valer a pena, já que o modelo chinês é bem mais moderno e também tem vários equipamentos a mais.”
Conforto interno
Até que gostei sim, ele continua sendo bem apertado, assim como acontece com o Kwid comum e o Mobi, mas em relação ao visual interno, e o acabamento em geral, eu gostei.
“Mas este tipo de carro só serve para pessoas solteiras, ou no máximo um casal sem filhos.”
Suspensão
“A suspensão é dura, você sente com muita facilidade pequenos buracos na rua, imperfeições do piso, asfalto ruim. Não sei se esse é um problema específico do Kwid elétrico, mas tem que passar muito devagar nas lombadas, se passa mais rápido, parece que você vai bater a cabeça no teto.”
“O Mobi tem uma suspensão muito mais preparada para as ruas que temos no Brasil, com ele você sente menos o asfalto ruim, e dá para passar muito mais rápido em valetas e lombadas.”
Desempenho
“O desempenho é excelente, ele acelera muito rápido, é ágil, com certeza é o carro com aceleração mais forte que eu já dirigi. Isso pra acelerações saindo do zero, ou em baixas velocidades, até uns 30 ou 40 km/h, quando passa dos 60 km/h aí já se transforma em um carro normal, não tem desempenho de 1.0, mas também não é um foguete.”
Praticidade
“Pra usar ele no dia-a-dia, ele se beneficia de ser um carro bem pequeno, que você consegue estacionar em qualquer lugar.”
“Nisso ele continua sendo apenas tão prático quanto um Kwid normal, mas a questão do carregamento das baterias em casa aumenta muito a comodidade, pois você não precisa perder tempo no posto de combustíveis, apenas deixa carregando durante a noite que no dia seguinte está 100%. Ou até mesmo deixa carregando enquanto faz compras no shopping.”
Direção
“A direção dele é bem leve e agradável, achei excelente, parece que o carro pesa apenas 200 kg, você manobra muito facilmente, acredito ser ideal para mulheres ou pessoas que tenham algum tipo de dificuldade para dirigir/estacionar, ou dificuldade motora.”
Consumo
“O custo para rodar é incrível, gastar cerca de 1/4 do que se gasta com um Kwid ou Mobi a combustão é algo que dá aquela sensação de retorno do investimento.”
OBS.: Durante o uso deste Kwid E-Tech durante uma semana, rodamos cerca de 175 km, com uma autonomia declarada no painel de mais 40 km.
Notamos que assim que pegamos o veículo, o painel marcava 235 km, então após rodar menos de um quilômetro, já baixou para 215, ou seja, dois números bem distantes do que a Renault declara, de 265 km (apesar de recentemente, o site da marca mostrar a marca de 185 km, de acordo com o padrão do Inmetro).
Reconhecemos que não usamos o modelo no modo Eco em momento algum, já que ele tira um pouco da boa sensação de torque instantâneo do motor elétrico. E também usamos o ar-condicionado quase que o tempo todo. Essas duas coisas pioram a autonomia consideravelmente.
Para alguém que usa o carro pouco, dá para rodar uma semana tranquilo, mas na maioria dos casos o proprietário terá de o carregar de 2 a 3 vezes semanais, dependendo do uso.
Equipamentos
“Seus equipamentos estão na média, para um carro do segmento de entrada, mas deveriam ser melhores, já que o preço é de R$ 100.000 e antes era ainda mais caro, de R$ 150.000.”
“A central multimídia da Pioneer, instalada no carro que testei, é bem antiquada. Apesar de sua conexão sem fio do Apple Carplay ser boa e constante, não falhou em momento algum, os botões na lateral da central são muito ruins de usar, e a imagem da câmera de ré é péssima, escura e com resolução que parece coisa antiga.”
“O ar-condicionado, achei que demora muito tempo para refrescar a cabine.”
“Sobre os botões de subir e descer os vidros ficarem no painel, achei muito estranho e de ergonomia ruim. Mesmo depois de vários dias de uso, não consegui me acostumar.”
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