O Renault Duster é um dos poucos SUVs sem concorrentes diretos no mercado, pelo menos no que diz respeito à proposta de SUV um pouco mais “raiz”.
É um modelo voltado à robustez, sem apelo tecnológico, de design ou requinte muito forte, só busca um desempenho acima da média na motorização 1.3 turbo.
A versão Iconic Plus é a de topo e avaliamos uma unidade na concessionária para você.
Disponível nas motorizações 1.6 aspirada e 1.3 turbo, custa a partir de R$ 143.890,00 e de R$ 157.990,00 respectivamente.
Na versão 1.6 aspirada, vem de série com:
Carregador de smartphone por indução, console central com apoio de braços integrado, chave-cartão com sensor de presença, sensor de chuva e de luminosidade, ar-condicionado digital e automático, multimídia DisplayLink de 8″ com Android Auto e Apple CarPlay, 6 Airbags, sensor de estacionamento traseiro, controle de tração e estabilidade, faróis de neblina, sensor de ponto cego, piloto automático e limitador de velocidade, direção elétrica, bancos com revestimento Premium, alargadores de para-lamas, volante com regulagem de altura e profundidade, rodas de liga-leve 17″ e mais.
Vamos aos detalhes:
Desempenho não é o foco
O Duster com motor 1.6 aspirado e câmbio CVT definitivamente não almeja brigar em desempenho com rivais mais modernos, o foco dessa motorização não é esse.
O motor até tem bons números, são 120 cv e 16,2 kgfm de torque, mas isso não se traduz em aceleração ou velocidade final muito boas.
Aliado ao câmbio automático do tipo CVT, o SUV tem uma aceleração de 0 a 100 km/h em 12,4s, com velocidade máxima na casa dos 180 km/h.
O Nivus acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 s e tem velocidade máxima de 189 km/h.
O Pulse, com motor 1.0 turbo e câmbio CVT, tem 0 a 100 km/h em 9,4s e velocidade máxima de 187 km/h.
No quesito consumo, o Duster faz no etanol 7,2 km/l na cidade e 8,1 km/l na rodovia, enquanto na rodovia são 10,5 km/l e 11,5 km/l respectivamente.
O rival da Fiat faz no etanol 8,4 km/l na cidade e 10,2 km/l na rodovia. Na gasolina, os números são 12,1 km/l e 14,4 km/l, respectivamente.
Já o SUV da VW faz 8,3 km/l na cidade e 9,9 km/l na rodovia, com etanol, enquanto com gasolina faz 11,9 km/l e 14,1 km/l.
Versão de topo tem diferenciais
O SUV da Renault bebe da fonte de SUVs mais antigos, ele foi o primeiro rival do finado EcoSport, e ainda agrada a um público mais “Raiz”.
Na versão Iconic Plus, traz alguns itens, apliques e acabamentos que remetem a uma pegada mais aventureira, fazendo do modelo quase sem rivais na categoria que é dominada por SUVs de shopping.
Visto de frente, tem o para-choque em plástico preto e um “santo-antônio” em plástico cinza, que sobe em direção à placa.
Logo acima, a grade, com friso cromado na base e interior em preto, com recortes arredondados.
Os faróis receberam DRL além de um interior moderno e escurecido, deixando-os com aspecto mais tecnológico.
No meio da grade, o logo da Renault em grandes proporções.
No capô, bastante relevo foi utilizado, dando um aspecto mais encorpado e esportivo para o SUV.
As rodas de liga aro 17” com face quase totalmente diamantada casam bem com a proposta e chamam a atenção na medida certa.
Os retrovisores recebem um filete laranja, que identifica a versão.
O contorno das caixas de roda, assim como a soleira, recebem plástico preto, item que normalmente costuma não combinar, mas que cai bem na proposta mais “off-road”.
No teto, os racks reforçam ainda mais essa pegada aventureira.
Na traseira, não há muitos detalhes, a parte inferior do para-choque repete a receita da dianteira, com plástico preto e uma região mais clara.
As lanternas têm as bordas arredondadas que destoam um pouco do formato mais quadradão do SUV.
Por dentro, acabamento bom e sem exageros
Antes de mais nada, vamos lembrar a proposta do modelo, que não é um SUV de luxo, nem um SUV de entrada que finge que é de luxo (como alguns por aí), o Duster tem um interior honesto.
Tendo em vista o preço, poderia sim ser melhor, mas pelo menos não tenta enganar colocando muitas firulas sem sentido.
A começar pelos bancos, com couro, costuras claras e alaranjadas, tem um desenho bonito e compatível com a proposta, além de serem confortáveis.
A forração de portas tem material macio na região das maçanetas e couro no apoio de braços, além de detalhes em plástico nos puxadores.
O painel, em frente ao passageiro, possui a inscrição “Duster” e nada muito além disso.
A multimídia fica um pouco destacada do painel e tem um desenho mais ultrapassado, arredondado e com bordas visíveis.
O console central tem uma região ampla em frente à manopla de câmbio e, logo acima, o acionamento do ar-condicionado tem botões circulares com bordas cromadas.
O volante tem empunhadura grossa, acabamento em couro, costuras claras e botões multifuncionais.
A única coisa um pouco incômoda no conjunto é o tamanho da caixa que abriga a buzina e airbag, um pouco grande demais.
O cluster é totalmente analógico, somente com computador de bordo digital no meio.
No banco de trás, o espaço é bom, assim como o do porta-malas.
Vendas não vão muito bem
O modelo, que como dissemos esteve na vanguarda do movimento dos SUVs compactos no Brasil, já vendeu melhor, mas a concorrência tem sido brutal.
No acumulado de janeiro a junho de 2024, o Duster emplacou 10.173 unidades, quase a mesma quantidade que o BYD Song Plus, que emplacou 10.038.
Esses números garantiram ao francês apenas a décima terceira posição no ranking dentre os SUVs.
Ranking esse liderado por T-Cross, com 31.519 unidades, seguido por Creta (30.531) e Tracker (28.865).
À sua frente ainda estão Kicks, Nivus, Renegade, Compass, HR-V, Corolla Cross, Fastback, Pulse e Tiggo 5X.
Com a chegada de concorrência interna do Kardian, talvez o Duster perca ainda mais vendas e fique numa posição ruim no portfólio da marca.
Apesar de tudo, ainda é um dos poucos, se não o último, SUV “raiz” do mercado, e isso sempre vai garantir um certo público.
Quer receber todas as nossas notícias em tempo real?
Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!