Assim como os irmãos GLA 200 e A 200, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 também partiu para a eletrificação leve para atender aos requisitos ambientais, adicionando um extra em cavalos para se beneficiar da tecnologia e manter o consumo na medida.
Mantendo o luxo percebido, o SUV mexicano teve pequenas alterações de estilo dentro e fora, lembrando que ele tem o irmão elétrico EQB 250 (confira a Avaliação NA).
Não emplacando tanto quanto seus rivais de luxo, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 segue a sina da marca no país, cujas vendas vêm caindo ano após ano, com números mensais que lembram as vendas do Classe C em seus melhores dias aqui.
Você pode se perguntar se um dos motivos seria preço. Te responderemos lá no final do texto.
Agora, vamos ao que o Mercedes-Benz GLB 200 2024 te oferece por R$ 374.900. Mas, primeiro, falemos que seu motor M282, o 1.3 Turbo compartilhado com a Renault, mantém seus 163 cavalos, mas agora com mais torque.
Ele adota o sistema MHEV de 48V, enquanto o SUV ganha um ar ainda mais premium, preservando suas características interessantes, como a de levar sete pessoas com seu porte médio.
Cara robusta, mas com elegância
Visualmente, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 refinou seu visual robusto com um toque mais elegante, ainda que não perca os detalhes que o tornam também esportivo em certa medida.
Na frente, os faróis quadrados em LED High Performance reforça isso. Porém, a grade com barras em cinza quebra essa proposta de tudo escuro, com apenas o logo “sport” da estrela em seu centro.
O para-choque também foi renovado e o aplicado cromado na parte inferior lhe caiu bem. Já as rodas AMG de cinco raios são mais bem aceitáveis que aqueles com “cremalheiras” do EQB.
Elas são de aro 19 com pneus 235/50 R19. Com a base da carroceria em preto, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 conecta as saias de rodas ao para-choque traseiro com acabamento cromado e duas bocas de escape.
As lanternas traseiras foram revisadas e ficaram mais vistosas, tendo ainda o Mercedes-Benz GLB 200 2024 vidros escurecidos e teto solar elétrico panorâmico, que não abre totalmente, apenas se eleva na parte dianteira.
Dentro, o ambiente é iluminado naturalmente por duas persianas elétricas no teto, enquanto o habitáculo mescla teto e colunas em preto com estofamentos e guarnições em bege claro.
Inserções em alumínio no painel, console e portas reforçam a proposta da marca, assim como revestimentos com visual amadeirado nas portas e painel.
Com iluminação de LED em frisos nas portas e painel, assim como os difusores de ar “turbinados” e igualmente luminosos, inclusive individualmente, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 é mais atraente dentro do que fora.
O volante de três raios e acabamento metalizado tem comandos touchscreen que não são a melhor coisa para o dia a dia, sendo ainda preciso ver se o dedo está no lugar certo.
Ele tem paddle shifts e um belo visual, enquanto o console em preto brilhante é bem clean, com botão de modos de condução e a câmera de ré, que funciona com o veículo em movimento. O GLB tem carregador indutivo junto ao porta-copos dianteiro.
No painel, as duas telas de 10,25 polegadas para cluster e infotainment seguem o que se tornou moda no mundo automotivo, com a instrumentação tendo visualizações de estilo Sutil, Esportivo e Clássico, além de Assistência à Condução e Serviço.
É agradável e intuitivo, gerando menos distração que a MBUX com seus vários insights para agradar o usuário. Integra bem Android Auto e CarPlay, além de comandar a cinética dos bancos, algo relaxante em viagens.
Falando em bancos, muito confortáveis e com extensores de assentos na frente, bem como ajustes elétricos com memórias nos dois lugares.
Atrás, um bom arranjo de espaço na segunda fileira, com encostos ajustáveis e assentos deslizantes. O apoio de braço central tem porta-copos escamoteáveis. Na terceira fileira, dois assentos retráteis são para crianças ou adultos de baixa estatura.
Já o porta-malas de 565 litros tem tampa de acionamento elétrico, assim como alavancas nas laterais para rebatimento dos assentos da segunda fileira e alças para os dois bancos da terceira.
Com sete lugares opostos, os 130 litros garantem apenas para duas mochilas, mas com cinco, o volume interno é bom.
Desempenho com leve melhoria
O Mercedes-Benz GLB 200 2024 mantém a mecânica que já vem com o SUV familiar de luxo desde sua chegada ao Brasil em 2021, sendo ainda um dos poucos SUVs premium com a essência de propulsão a gasolina, fato que hoje apenas as marcas alemãs ainda focam fortemente nisso.
Seu motor M282 é o conhecido H5Ht da Renault e o HR13DDT da Nissan, que nunca foi oferecido no Brasil, por enquanto.
Com quatro cilindros em linha, o propulsor da Mercedes-Benz é um projeto modular, como a GSE da Stellantis, tanto que ambos têm o mesmo volume de 1.332 cm³, com variante 1.0 de mesmo tamanho usado pela aliança e o grupo “holandês”.
Ainda que muitos já saibam de sua origem, o M282 é um motor ótimo, com todo torque em baixa e boa elasticidade, com curva de potência e força bastante plana.
Com tudo o que se sabe a bordo, o 1.3 Turbo do GLB 200 Progressive entrega 163 cavalos a 5.500 rpm e 27,5 kgfm de 2.000 rpm a 3.500 rpm.
É importante ressaltar que a Mercedes-Benz adotou o sistema MHEV ou Mild Hybrid com 48 volts, que alterou alguns dados do GLB 200, como o torque que antes era de 25,5 kgfm a 1.620 rpm.
O dispositivo tem um gerador/motor elétrico com correia que adiciona mais 14 cavalos, tendo ainda uma bateria de lítio oculta sob o porta-malas.
O ganho de 2 kgfm é observado, mas a potência extra não é somada ou, se for, o M282 tem a potência reduzida para 159 cavalos…
Seja como for, o desempenho do GLB 200 ficou levemente melhorado com a mudança, ajudado pela caixa automatizada de dupla embreagem com sete marchas 7G-DCT, com suas mudanças suaves e precisas, garantindo eficiência. Só para lembrar, sua alavanca, como em todo Mercedes automático, é na coluna de direção.
Com a hibridização leve, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 ficou mais ágil nas saídas, ajudado pelo pequeno motor elétrico, que, na prática, pode entregar 177 cavalos, mas por breve período.
Ele é apenas um auxílio, mas suficiente para ser perceptível. Durante as desacelerações, o M282 é desligado e o consumo zerado.
No entanto, diferente de alguns MHEV (sim, nem todos funcionam da mesma forma), ao se pisar no freio, o M282 aciona novamente e já proporciona o efeito freio-motor, retendo o veículo e também se preparando para eventual retomada.
Perto de parar, o motor é desligado e fica assim até a saída novamente.
É um recurso interessante que traz algum benefício, ainda que mais para o fabricante que para o cliente, uma vez que a economia não é lá essas coisas em relação ao híbrido puro, o chamado HEV.
Também está anos-luz do PHEV, ainda mais agora com coisas chinesas com autonomias maiores que os das picapes diesel em seus tanques mais volumosos.
Nas saídas, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 é bem ágil, como dito, mas pode-se rodar tranquilamente a 1.500 rpm ou menos que isso na cidade, sem que o M282 peça marcha menor ou haja percepção de fraqueza.
Ainda assim, com uma boa pisada no acelerador, em modo Eco, ele responde prontamente e não faz lembrar que há um 1.3 ali no cofre.
No modo Comfort, o GLB anda melhor, sem energia podada e sem necessitar e pisada maior para poder entregar algo mais imediato.
Bem mais esperto, nele se vê o giro subir digitalmente para cima de 3.000 rpm ao se fazer uma ultrapassagem ou menos que isso numa retomada suave. Andando esportivamente, demora-se um pouco para se chegar pouco além dos 6.000 rpm, quando o 7G-DCT faz a mudança.
Isso é mais frequente, no entanto, no modo Sport, que aí sim extraí tudo do conjunto M282/MHEV, chegando perto da linha vermelha e permitindo que se abuse mais com os paddle shifts no volante que, diferente do EQB, são feitos para sua função original, desempenho.
Assim, em condução esportiva ou retomadas, a coisa fica mais animada. O Individual permite mais liberdade ao gosto do motorista.
Com boa saída, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 no modo Sport não deixa a proposta do SUV morrer, lembrando que está muito longe do GLB 35 4MATIC.
Assim, ele vai de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos com velocidade final de 207 km/h. Nada mal para um SUV sem pretensões de performance, diferente do irmão mais potente.
Na cidade, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 garantiu bons 11,7 km/l de média, ajudado pela hibridização, enquanto na estrada, rodando a 80 km/h, o consumo foi de 17,1 km/l, com 15,3 km/l a 100 km/h e finalmente 14,1 km/l a 120 km/h.
Com tanque de 52 litros, pode-se rodar até 733 km, teoricamente. Em cruzeiro de 110 km/h, o giro fica na casa dos 2.200 rpm.
No dia a dia, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 é um carro gostoso de dirigir, com sua direção elétrica adaptativa sendo confortável, assim como com os freios atuando na medida certa.
A rigidez torcional garante um carro bem mais neutro que o comum e bem acertado. Já a suspensão tem uma calibração bem equilibrada entre conforto e desempenho, devido à altura e volume da carroceria.
O Mercedes-Benz GLB 200 2024 mede apenas 4,634 m de comprimento, 1,834 m de largura, bons 2,829 m de entre eixos, garantindo o ótimo espaço interno, tendo ainda 1,692 m de altura.
Não chega a ser uma minivan devido ao capô salienta, mas foi uma ideia melhor da marca que um Classe V, por poder levar sete com algum conforto e ser um SUV, mais bem-aceito.
Mesmo grande, ele se comporta como um carro menor e isso é ótimo, tendo boa estabilidade em curvas e mudanças rápidas de direção, lembrando que seus pneus são altos.
Em pisos irregulares, terra ou bloquetes, a suspensão atua bem, não tendo curso tão limitado e indicando que se pode andar com mais confiança em nossas ruas e estradas.
Além disso, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 vem com um bom pacote ADAS+, com controle de cruzeiro adaptativo funcionando em perfeição com o assistente de faixa e saída de pista, tornando a condução mais segura na estrada.
Obviamente, assim como todos de Nível 2, tem suas limitações. Tem suporte para manobras evasivas e alerta de ponto cego, mas como frenagem ativa de emergência. Não o primeiro destes não testamos a sorte…
Merecia vender mais, mas…
Em resumo, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 tem um desempenho aceitável para sua missão, assim como um bom pacote de equipamentos, excelente espaço para seu tamanho e sete lugares que, mesmo não sendo amplo como SUVs maiores, o número agrada quem precisa de dois assentos extras.
Seu preço de R$ 374.900 não é tão convidativo quando se compara com SUVs híbridos e elétricos que estão na moda agora, com pouca diferença de preço, tendo Volvo XC40 e BMW iX1 na casa dos R$ 350 mil, mas eles são menores e levam apenas cinco.
O mesmo em relação ao Audi Q3. Modelos acima de seu porte custam em média R$ 100 mil a mais.
Então, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 navega tranquilo sem um concorrente direto, mas por que não vende?
O GLA pode ser a resposta, visto que entre os 80 carros mais vendidos, ele já apareceu, diferente do GLB. Ele custa R$ 369.900 e tem um design mais atraente. Logo, os sete lugares não fazem assim tanta diferença e o mexicano acaba ficando pelo caminho.
De qualquer forma, o Mercedes-Benz GLB 200 2024 é um produto interessante por seus atributos já conhecidos e por ainda ser um dos últimos SUVs de luxo que não se entregou plenamente à hibridização, ainda que já indique que o caminho será esse com seu Mild Hybrid.
Vale a pena? Pelo conjunto da obra, sim.
Mercedes-Benz GLB 200 2024 – Galeria de fotos
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