A disputa entre os modelos compactos é a mais acirrada no segmento de SUVs. Hoje vamos colocar frente a frente dois representantes dessa turma e decidir qual deles é melhor: Tracker ou HR-V?
Já podemos adiantar que a briga foi muito intensa, com cada modelo revelando suas qualidades em aspectos diferentes.
E tudo isso é fundamental para ajudar quem está decidindo qual deles levar para casa.
Confira quem se deu melhor!
O mais caro entre os compactos
O Tracker 2024 tem uma linha maior e com preços mais em conta que seu rival neste comparativo, devido a seu posicionamento no mercado.
São três versões com motor 1.0 turbo de 116 cv e outras duas com o propulsor 1.2 turbo de 133 cv, ambas com câmbio automático de 6 marchas.
Com isso, a linha parte da configuração LT, que custa pouco mais de R$ 138 mil. Acima dela está a Midnight, com visual exclusivo, por quase R$ 148,5 mil, e a LTZ, a mais cara com esse motor, por R$ 150,7 mil.
No topo da gama aparecem as duas versões mais potentes: a RS, que também se diferencia pelo visual, custa pouco mais de R$ 167 mil, enquanto a Premier sai por R$ 170 mil.
Veja os preços atuais do Tracker 2024:
- Tracker LT 1.0 Turbo AT – R$ 138.040
- Tracker Midnight 1.0 Turbo AT – R$ 148.490
- Tracker LTZ 1.0 Turbo AT – R$ 150.730
- Tracker RS 1.2 Turbo AT – R$ 167.110
- Tracker Premier 1.2 Turbo AT – R$ 170.140
Com uma versão a menos que o Tracker, o HR-V divide suas versões de forma igual entre os motores 1.5 aspirado de 126 cv e 1.5 turbo de 177 cv, as duas com transmissão CVT de 7 velocidades simuladas.
Os preços são mais salgados que o Chevrolet, ficando entre R$ 151 mil e R$ 160 mil nas versões EX e EXL, que usam o motor aspirado. Acima delas estão as opções turbo, mas o salto de preço para comprá-las será no mínimo de R$ 26 mil.
A configuração Advance sai por R$ 186,6 mil, enquanto a mais cara Touring já custa R$ 195,8 mil.
Com isso, o HR-V é um dos SUVs compactos mais caros em nosso mercado, mesmo sem reajustes de preço recentes.
De qualquer forma, o Tracker é mais acessível na versão de entrada e não fica tão caro quanto o rival japonês se você optar pela configuração mais cara.
Confira quanto custa o HR-V 2024:
- HR-V EX Sensing 1.5 – R$ 151.200
- HR-V EXL Sensing 1.5 – R$ 160.400
- HR-V Advance 1.5 Turbo – R$ 186.600
- HR-V Touring 1.5 Turbo – R$ 195.800
VENCEDOR: Tracker.
Segurança de série
Como de costume, vamos comparar algumas versões com preços parecidos para descobrir qual dos dois oferece mais em termos de equipamentos.
Nesse caso, porém, existe apenas um confronto possível.
Ele ocorre entre o Tracker LTZ (R$ 150.730) e o HR-V EX (R$ 151.200), que estão separados por menos de R$ 500. Mas vale lembrar que estamos falando de uma opção intermediária contra outra de entrada.
Ambos tem 6 airbags, câmera de ré, controle de tração e estabilidade, alerta de ponto cego e de colisão frontal, piloto automático, sensor crepuscular, multimídia de 8 polegadas e rodas aro 17.
Curiosamente, porém, o HR-V é mais completo, mesmo sendo uma opção de entrada. Apenas ele tem faróis em LED com assistente de farol alto, monitoramento de pressão dos pneus, A/C digital automático com saída traseira, Auto Hold e retrovisores com rebatimento elétrico.
Além disso, o japonês vem com o Honda Sensing, que inclui piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa e sistema de permanência de faixa, além de alerta de ponto cego e de colisão frontal, itens de assistência também presentes do Tracker.
Isso mostra como a linha do HR-V tenta justificar seu preço mais salgado por oferecer mais que a concorrência, tanto em segurança quanto em conforto e tecnologia. Subindo para as opções mais caras, isso fica ainda mais claro.
O modelo da Honda ainda recebe sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, ar dual zone, sensor de chuva, bancos em couro com ajuste elétrico, chave presencial, partida remota e carregador por indução.
Os únicos itens que o Tracker oferece e que não são vistos no HR-V são o assistente de estacionamento, teto solar panorâmico e roteador Wi-Fi. É verdade que nas versões mais caras você paga muito mais pelo japonês, mas na comparação acima (com preços iguais) o Honda se saiu melhor.
VENCEDOR: HR-V.
HR-V anda mais e bebe menos
A Chevrolet usa apenas motores turbo na linha atual do Tracker. Ela começa com o 1.0 turbo de 116 cv e 16,8 kgfm, com câmbio automático de 6 marchas, sendo o mesmo conjunto que vemos na família Onix.
Já nas versões mais caras, ela troca esse motor pelo 1.2 turbo, que entrega 133 cv e 21,4 kgfm, com o mesmo câmbio.
Ou seja, temos uma promessa de eficiência em qualquer configuração, seguindo a tendência do mercado de abandonar os propulsores aspirados.
Já do lado do HR-V, a tradição japonesa fala mais alto para manter o 1.5 aspirado nas versões de entrada. Ele entrega 126 cv e 15,8 kgfm, com câmbio CVT, enquanto o 1.5 turbo vem com 177 cv e 24,5 kgfm, usando o mesmo câmbio.
Em desempenho, o Tracker 1.0 turbo chega aos 100 km/h em 10,9 segundos e tem máxima de 177 km/h, enquanto as versões com motor 1.2 turbo fazem o mesmo em 9,4 segundos e alcançam 185 km/h.
Como você já deve imaginar, o HR-V 1.5 fica longe disso, pois ele leva 11,8 segundos e alcança 175 km/h. Mas a versão 1.5 turbo compensa, com 8,9 segundos no 0 a 100 km/h e máxima de 200 km/h.
Mas é no consumo que a versão aspirada do Honda mostra seu valor, sendo o melhor em todas as medições e chegando a quase 14 km/l na estrada, com gasolina. Mérito também para o Tracker 1.0 Turbo, que tem ótimos números rodoviários.
Do outro lado, a versão mais potente do Chevrolet foi a pior na cidade, enquanto o HR-V Turbo teve o pior consumo na estrada.
Em resumo, o HR-V tem o melhor desempenho com suas versões turbinadas e o melhor consumo com as opções aspiradas. A diferença não é tão grande para o Tracker, mas ainda assim ele se mostra um carro mais equilibrado.
| Consumo | Tracker 1.0 Turbo | Tracker 1.2 Turbo | HR-V 1.5 | HR-V Turbo |
| Cidade – etanol | 7,8 | 7,2 | 8,8 | 7,9 |
| Cidade – gasolina | 11,2 | 10,4 | 12,7 | 11,3 |
| Estrada – etanol | 9,6 | 9,2 | 9,8 | 8,8 |
| Estrada – gasolina | 13,6 | 13,2 | 13,9 | 12,6 |
VENCEDOR: HR-V.
Muito mais espaço no HR-V
Se a sua preocupação é ter mais espaço para acomodar a família ou levar mais bagagem nas viagens, é importante descobrir qual desses SUVs é superior nesse ponto. O que dizem suas medidas?
O HR-V é mais comprido, medindo 4,33 m nas versões aspiradas ou 4,38 m com motor turbo (contra 4,27 m do Tracker), e também ganha no entre-eixos (2,61 m contra 2,57 m). Na largura, ambos tem 1,79 m, enquanto o Tracker é mais alto (1,62 x 1,59).
Isso tudo faz diferença a favor do Honda, que tem mais espaço para os ocupantes traseiros.
Eles acomodam melhor os pés, percebem um acabamento melhor, usufruem da saída exclusiva do A/C e ainda tem um porta-copos na porta, numa posição mais inteligente que os rivais.
No porta-malas, o Tracker leva a melhor. Ele carrega 393 litros, contra apenas 354 litros do HR-V.
O japonês tinha uma das melhores capacidades na geração anterior, mas ele perdeu 83 litros e agora só é melhor que o Renegade.
Mas aqui é preciso citar que o rebatimento dos bancos no HR-V revela um piso quase nivelado.
Isso sem contar o sistema Magic Seat da Honda, que usa diversas configurações do banco traseiro para liberar espaço extra, permitindo levar objetos que nunca caberiam no Tracker ou em outros rivais.
VENCEDOR: HR-V.
O Tracker tem revisões mais baratas
Os dois modelos tem muitas similaridades quando falamos sobre suas revisões: ambos tem paradas a cada 10.000 km, não diferenciam o valor das manutenções entre suas versões e contam com garantia de 3 anos.
Mas isso muda completamente quando falamos sobre os valores das revisões até os 60.000 km.
O Tracker cobra entre R$ 456 e R$ 1.052, totalizando R$ 4,7 mil, enquanto o HR-V varia entre R$ 419 e R$ 1.773, chegando a quase R$ 6,1 mil.
Pensando a longo prazo, faz muita diferença gastar R$ 1,3 mil a mais no mesmo período, então o modelo da Chevrolet obviamente leva a melhor nesse quesito.
| Tracker | HR-V | |
| 10.000 km | R$ 456,00 | R$ 419,80 |
| 20.000 km | R$ 944,00 | R$ 648,36 |
| 30.000 km | R$ 700,00 | R$ 844,15 |
| 40.000 km | R$ 1.052,00 | R$ 1.773,64 |
| 50.000 km | R$ 672,00 | R$ 713,80 |
| 60.000 km | R$ 944,00 | R$ 1.691,05 |
| TOTAL | R$ 4.768,00 | R$ 6.090,80 |
VENCEDOR: Tracker.
Quase líder entre os SUVs
Outra vitória do Tracker ocorre no volume de vendas em nosso mercado. Aliás, uma vitória bem tranquila, pois estamos falando do segundo SUV mais vendido no Brasil em 2023.
Foram quase 66.700 unidades emplacadas e 8,52% de participação num segmento com dezenas de concorrentes. Isso deixou o modelo da Chevrolet atrás apenas do T-Cross, que vendeu 72.400 unidades.
Já no caso do HR-V, o resultado também foi bom: mais de 48 mil emplacamentos, uma fatia de 6,14% do segmento e a 7ª posição. Mesmo assim, dá pra ver a distância entre os dois.
E nesse ano? Ao final do primeiro mês, o Tracker continua na 2ª posição após ter vendido 4.280 unidades, enquanto o HR-V fechou janeiro com apenas 2.831 emplacamentos, ficando no 11º lugar.
VENCEDOR: Tracker.
Conclusão
Ao final deste comparativo, tivemos um empate entre esses dois SUVs.
O Tracker foi superior nos preços, com valores mais acessíveis, e se mostrou um carro mais barato nas manutenções. Além disso, ele vende mais por aqui, o que pode ser vantajoso numa futura revenda.
Já o HR-V é mais equipado em todas as versões (com pacote Sensing de série), tem uma gama de motores com mais desempenho e excelente consumo e ainda conta com mais espaço para os ocupantes.
Se não foi possível estabelecer um ganhador nesses quesitos, ao menos eles mostram onde cada SUV pode te convencer.
Fichas técnicas
Tracker |
HR-V |
|
| Preço | R$ 138.040 a R$ 170.140 | R$ 151.200 a R$ 195.800 |
| Motor | 1.0 turbo ou 1.2 turbo | 1.5 aspirado ou 1.5 turbo |
| Potência e torque | 1.0T – 116 cv e 16,8 kgfm | 1.5 – 126 cv e 15,8 kgfm |
| 1.2T – 133 cv e 21,4 kgfm | 1.5 turbo – 177 cv e 24,5 kgfm | |
| Câmbio | Automático de 6 marchas | CVT de 7 marchas |
| Aceleração e velocidade máxima | 1.0T – 10,9s e 177 km/h | 1.5 – 11,8s e 175 km/h |
| 1.2T – 9,4s e 185 km/h | 1.5 turbo – 8,9s e 200 km/h | |
| Consumo cidade | 1.0T – 7,8 km/l (E) e 11,2 km/l (G) | 1.5 – 8,8 km/l (E) e 12,7 km/l (G) |
| 1.2T – 7,2 km/l (E) e 10,4 km/l (G) | 1.5 turbo – 7,9 km/l (E) e 11,3 km/l (G) | |
| Consumo estrada | 1.0T – 9,6 km/l (E) e 13,6 km/l (G) | 1.5 – 9,8 km/l (E) e 13,9 km/l (G) |
| 1.2T – 9,2 km/l (E) e 13,2 km/l (G) | 1.5 turbo – 8,8 km/l (E) e 12,6 km/l (G) | |
| Rodas e pneus | 215/60 R16 ou 215/55 R17 | 215/60 R17 |
| Medidas | comprimento, 4,27 m; altura, 1,62 m; largura, 1,79 m; entre-eixos, 2,57 m | comprimento, 4,33 m/4,38 m; altura, 1,59 m; largura, 1,79 m; entre-eixos, 2,61 m |
| Tanque | 44 litros | 50 litros |
| Porta-malas | 393 litros | 354 litros |
| Peso | 1.228 kg a 1.248 kg | 1.476 a 1.643 kg |
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