Renault Duster, um dos poucos SUVs um pouco mais “raiz” que restaram no mercado, com design simples, ângulo de entrada e saída agressivos e pneus borrachudos, parece um reduto ante os SUVs de shopping.
Com opções de versão um pouco enxutas, pode ser uma boa opção para quem quer um carro mais robusto, mas ainda com algumas firulas.
Apesar do nome bonito, a versão Intense Plus é a de entrada.
Vamos aos detalhes:
Ela parte de R$ 123.990,00 na versão manual e R$ 132.890,00 na versão CVT, e vem com:
Console central com apoio de braços, ar-condicionado, câmera de ré, multimídia de 8″ com espelhamento sem fio, 6 airbags, sensor de estacionamento traseiro, assistente de frenagem de emergência, controle eletrônico de estabilidade (ESP) com auxílio de partida em rampa (HSA), faróis de neblina, piloto automático e limitador de velocidade, indicador de troca de marcha, sistema Stop & Start, direção elétrica, rodas Cyclade 16″ com pintura prata, barras de teto longitudinais e volante com regulagem de altura e profundidade.
Alguns itens de acabamento podem ser encomendados na concessionária.
Motor 1.6 é honesto e robusto
Não espere um desempenho estrondoso da Duster 1.6, o motor 4 cilindros de aspiração natural, 16 válvulas, rende 120 cv e 16 kgfm de torque, no Etanol.
Isso permite à Duster uma aceleração de 0 a 100 km/h em 12s, com velocidade máxima de 173 km/h, números aceitáveis para a proposta.
Com um consumo de 8,1 km/l na cidade de 8,5 km/l na rodovia, quando abastecido com etanol e 11,6 km/l na cidade e 12,3 km/l na rodovia, quando abastecido na gasolina, a Duster não é referência em eficiência.
O consumo do rival Pulse no etanol fica na casa dos 8,4 km/l na cidade e 10,2 km/l em rodovia, já na gasolina são 12,1 km/l na cidade e 14,4 km/l em rodovia.
Já o desempenho com câmbio CVT, faz 0 a 100 km/h em cerca de 9,4s, e velocidade máxima de 189 km/h.
O Nivus acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 s e tem velocidade máxima de 189 km/h, já o consumo fica na casa dos 8 km/l na cidade e 10 km/l na estrada rodando com etanol e 12 km/l na cidade e 14 km/l na estrada rodando na gasolina.
De qualquer forma, a Duster tem motor aspirado, já velho conhecido do mercado, que inspira confiança e tem uma manutenção mais simples que os rivais turbo.
Design simples, já dá sinais de cansaço
A Duster, como mencionamos no inicio do texto, é uma SUV com receita antiga, e o design muitas vezes é simples, quadradão e com pegada mais agressiva.
Ela foi feita para ser funcional, deixando de lado a estética em alguns casos, privilegiando a usabilidade.
Um exemplo claro disso é o ângulo de ataque agressivo, ele reduz a imponência do modelo, em compensação faz ele enfrentar buracos e guias sem raspar.
O ângulo agressivo é visível também na traseira, não à toa a Duster é carro de frota de algumas forças de segurança.
De frente a grade em preto brilhante e o logo da Renault em grandes proporções chamam a atenção.
Os faróis são desenhados por dentro, toque que traz modernidade e tem o fundo escuro, passando uma imponência.
A porção inferior da dianteira é totalmente construída em plástico preto, e os faróis de milha são simples, redondinhos, com uma moldura plástica em volta.
O capô tem um rebaixo no centro, que se abre, formando quase que duas faixas na lataria, e depois outro rebaixo, dando um ar de fluidez para o visual frontal.
De lado, mais adereços que remetem ao off-road, como o acabamento em plástico preto, que abriga os repetidores de seta no para-lamas.
As rodas são de liga, pintadas de prata, bem raiz, sem fundo grafite ou raios diamantados, casam bem com a proposta.
Os retrovisores também são pretos, assim como os racks de teto, funcionais, e que conferem um pouco mais de off-road.
Na traseira, o visual ficou um pouco mais arredondado, com lanternas lembrando vagamente às do Jeep Renegade, suas pontas são arredondadas.
O formato da traseira em si, é convexo, deixando-a “gordinha”, desde o teto que cai curvando, continua pelo vidro traseiro, até a tampa do porta-malas, onde é cortado por um acabamento preto com a inscrição “Duster”.
No para-choque traseiro, a mesma receita da dianteira, plástico preto com alguns detalhes e entalhes para trazer um pouco de complexidade, porém o visual continua simples (e isso não é um problema, necessariamente).
Interior surpreende um pouco
Acabamos de dizer que tanto motor, quando visual, seguem a receita do “simples e funcional”, mas o interior quebrou um pouco isso.
Não que seja um interior digno de sedan de luxo, mas ele é mais sofisticado que o exterior.
Especialmente pelos bancos, com costuras marcadas, são bem agradáveis visualmente e sensorialmente, passam firmeza e um ar de sofisticação.
Os acabamentos de porta têm materiais diferentes do plástico preto, como tecido, material macio e maçanetas prateadas, além de um detalhe nos puxadores de porta, com friso cromado.
O cluster não traz muita sofisticação, que fica limitada ao computador de bordo, de design simples, assim como o dos mostradores analógicos.
O volante não tem base reta, tem um diâmetro um pouco grande, e comandos multifuncionais.
Os difusores de ar têm as linhas retas, bem geométricas, com frisos cromados.
A multimídia full touch, tem ótima integração com celulares, responde a comandos de voz e casa bem com o painel, não sobra pra cima nem pros lados.
Abaixo dela estão botões de travamento, start-stop, pisca-alerta e etc.
Os comandos do ar-condicionado são circulares, tem um desenho OK, nada muito moderno, mas pelo menos não tem aquele padrão antigo, com a seta no meio que girava e ia fazendo “tec-tec-tec”.
Um pouco abaixo, as tomadas USB.
O espaço no banco de trás é bem satisfatório, e leva bem um adulto, mesmo com o banco dianteiro mais afastado do volante.
O porta-malas de 475 litros não fala mal de ninguém, e consegue carregar uma boa quantidade de bagagem.
Sem muitos concorrentes de mesmo padrão
A Duster tem diversos concorrentes no segmento, mas nenhum no padrão e proposta dela, ser simples, robusta e funcional.
Temos carros mais bonitos, mais rápidos, mais econômicos, maiores e por aí vai, mas nenhuma SUV tem essa cara de robustez, que passa a impressão que não vai te deixar na mão ante os obstáculos.
Em 2023 a Duster esteve na décima segunda posição de SUVs mais emplacados no ano.
Foram 26.506 unidades emplacadas, à frente de Tiggo 5x, por exemplo.
Seus principais concorrentes estiveram à sua frente, mostrando que a Duster precisa de uma renovada, se quiser vender mais.
O Renault Kardian veio para tapar essa lacuna e ser o SUV “moderninho” da Renault, mais bonito, complexo e acabamento mais refinado (pelo menos na versão de topo.
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