Seguindo nossa lista com motivos para não comprar certos SUVs, hoje vamos falar sobre o Hyundai Creta.
Este modelo tem impressionado nas vendas e é cada vez mais visto nas ruas, mas ele também tem seus pontos negativos.
Nossos destaques incluem pontos que podem ser importantes se você está pensando em trocar de carro, ainda que o modelo sul-coreano seja muito bom dentro de seu segmento.
Confira!
Visual um tanto polêmico
Vamos começar pelo ponto que promete ser o mais polêmico, como tem sido desde o lançamento dessa geração do Creta 2024 por aqui.
E vale lembrar que essa história já aconteceu dentro da Hyundai.
Quando a nova geração do HB20 chegou por aqui, seu visual causou muita agitação (e muitos apelidos também). Ainda que o visual seja um aspecto subjetivo, o fato da Hyundai mudar a cara do seu compacto pouco tempo depois foi um mea-culpa da marca.
O interessante é que quase na mesma época da reestilização do HB20, a marca lançou o novo Creta por aqui, também com um visual pra lá de chamativo. Afinal, isso é ruim ou não?
Como dissemos, gosto é gosto, mas você já deve ter ouvido muitas pessoas dizendo que não gostaram muito da cara do SUV. Aliás, talvez você mesmo já tenha dito isso.
Alinhado com outros carros da marca lá fora, o utilitário compacto recebeu uma nova grade e novas rodas, mas o que realmente se destaca são os faróis e lanternas divididos em diferentes seções.
Se para alguns ele ficou bonito, certamente para outros ficou feio. Ou seja, no mínimo estamos falando de uma grande polêmica envolvendo esse SUV.
Mais caro que seus rivais
Atualmente, a linha do novo Creta conta com as versões Comfort, Comfort Plus, Limited, Limited Safety, Platinum Safety (que ainda pode ser equipada com teto solar) e N Line, todas usando o motor 1.0 turbo de 120 cv e 17,5 kgfm.
Além disso, o modelo ainda oferece uma configuração mais cara e equipada, chamada Ultimate. Essa é a única opção com o motor 2.0 aspirado, que entrega até 167 cavalos e 20,6 kgfm.
Falando sobre os preços, e tirando a geração anterior na versão Action (R$ 116.990), o Creta 1.0 turbo começa em R$ 135.390 e vai até R$ 174.090. Além disso, a versão mais cara, com motor 2.0, custa R$ 179.890.
A princípio isso parece estar dentro do que vemos no segmento, mas é preciso lembrar que o Creta é um SUV compacto. Ou seja, seu preço inicial fica acima de muitos concorrentes ao iniciar na casa dos R$ 135 mil.
Isso inclui o Kicks (R$ 112.990), Duster (R$ 118.690), T-Cross (R$ 121.990), Fastback (R$ 121.990), Renegade (R$ 125.990) e Nivus (R$ 130.890). O Tracker fica próximo (R$ 136.000), enquanto o HR-V é o único mais caro (R$ 151.200).
Olhando para a outra ponta, vemos que a opção mais equipada do modelo da Hyundai encosta no preço de SUVs médios, como o Jeep Compass, que parte de R$ 180.390.
Além disso, ela também fica acima de vários concorrentes, como Nivus Highline (R$ 147.890), Kicks Exclusive (R$ 148.790), Duster 1.3 Turbo (R$ 148.990), Fastback Limited (R$ 154.490), Tracker Premier (R$ 167.620) e T-Cross Highline (R$ 174.690).
Quem fica acima do Creta é apenas o Renegade S ou Trailhawk (R$ 180.990) e o HR-V Touring (R$ 195.800), confirmando que o modelo da Hyundai cobra caro se você quiser levá-lo para casa.
Uso e abuso de plástico rígido no interior
Algo que citamos em quase todas as matérias sobre pontos negativos de SUVs é o acabamento. Realmente é assustador ver como carros tão caros abusam do plástico rígido no painel, nas portas e em outras superfícies.
Infelizmente, o Creta não foge à regra. Pelo valor cobrado, a Hyundai poderia ter caprichado mais, nem que fizesse isso apenas nas configurações mais caras. A realidade, porém, é outra.
O plástico duro que citamos aparece em abundância no interior desse carro, ainda que ele seja bem montado. Ainda assim, a possibilidade de barulhos com o tempo existe (e provavelmente vai aparecer).
Para disfarçar isso, a marca usou cores diferentes no painel, incluindo uma tonalidade mais clara na parte superior. Em algumas partes, você até vai achar que existe uma costura, mas ela é falsa, sendo apenas um acabamento do plástico.
Essa tonalidade ainda atrapalha a visão do motorista, pois é refletida no para-brisa, além de sujar com mais facilidade.
Faltam alguns equipamentos
Seria enganoso dizer que o Creta não é bem equipado. De série, o SUV oferece multimídia de 8″ com Android Auto e Apple Carplay sem fio, faróis com acendimento automático, câmera de ré, rodas aro 16 e 6 airbags.
Conforme você for subindo pelas versões (se estiver disposto a gastar mais), ainda terá multimídia de 10,25″, ar digital, banco do motorista com ventilação, carregador sem fio, câmera 360º, teto panorâmico, painel digital e rodas aro 18.
E ele ainda tem diversos assistentes para o condutor, como alerta de presença no banco traseiro, câmera de ponto cego, detector de fadiga, alerta e frenagem autônomo, farol alto adaptativo e assistente de centralização e permanência em faixa.
Mesmo assim, você vai sentir falta de alguns itens básicos, coisas que parecem economias sem sentido numa marca que está disposta a colocar equipamentos tão interessantes em seu SUV.
A lista aqui inclui itens bem simples, como porta-revistas no banco traseiro e palhetas melhores (ele usa as mais simples no mercado). Mas também podemos citar equipamentos mais caros, como o assistente de estacionamento.
Outro ponto negativo é a falta do alerta de ponto cego, que poderia ser uma simples luz nos espelhos retrovisores laterais. Sim, o carro tem câmeras pra isso, mas esse sistema parece ser pior que o anterior.
Finalmente, a central multimídia de 10,25″, usada nas versões mais caras, não tem espelhamento de smartphones sem fio, além de ter uma visualização prejudicada com o Android Auto, que não aproveita a tela toda.
Consumo elevado
O consumo do Creta não é dos melhores no segmento, independentemente da versão escolhida ter motor 1.0 turbo ou 2.0 aspirado.
Uma rápida comparação com alguns concorrentes mostra isso.
Com o motor menor e turbinado, o SUV da Hyundai faz 8,2 km/l (E) e 12 km/l (G) na cidade, além de 8,9 km/l (E) e 12,2 km/l (G) na estrada. Já a versão 2.0 faz 7,7 km/l (E) e 10,9 km/l (G) na cidade e 8,9 km/l (E) ou 12,5 km/l (G) na estrada.
Esses números não estão entre os melhores em nenhuma dessas situações. Na cidade, o campeão é o HR-V 1.5, que faz 8,8 km/l (E) e 12,7 km/l (G), enquanto que na estrada o melhor é o Fastback, com 10,2 km/l (E) e 14,6 km/l (G).
Todos esses números são oficiais, mas na prática alguns proprietários relatam médias ainda piores no modelo da Hyundai.
Conclusão
O desempenho nas vendas tem sido muito bom para o Creta. Em 2023, o modelo aparece na 3ª posição entre os SUVs, com 57,2 mil unidades emplacadas.
O líder T-Cross (64,6 mil) ainda está longe, mas o segundo lugar (Tracker, com 59,8 mil) é o alvo do Hyundai.
Mesmo assim, existem alguns pontos negativos que você precisa ficar atento antes de comprar o Creta.
Avalie o quanto eles pesam na sua balança, pois o que citamos aqui pode não ser tão importante para você.
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