Quem hoje quer uma fábrica com 3.000 funcionários num dos países com salários e custo de vida dos mais altos da Europa? Pois é, a Bélgica está longe de ser a melhor opção para montadoras que querem ter baixo custo de produção, mas sua posição é altamente estratégica no velho continente.
Em Bruxelas, a “capital” da União Europeia, a Audi não colocou de fato a placa de vende-se, mas o termo “parceiro” não se aplica a questão, afinal, os ricos do velho mundo (e do novo também) não querem saber do Audi Q8 e-tron.
Assim, para evitar o fechamento permanente da planta de Bruxelas, a Audi lançou mão do anúncio de que busca interessados, investidores para manter a instalação. Ou seja, na prática, alguém que compre a planta e assuma os empregados.
Tensa, a situação da Audi em Bruxelas literalmente já tomou as ruas da capital do Reino da Bélgica, com uma marcha de 5 mil pessoas em apoio aos empregados, onde incluiu familiares e simpatizantes da causa sindical.
Os empregados querem um norte para a operação e a Audi quer um comprador para a mesma, já que na crise do grupo VW, outras plantas, em especial na Alemanha, deverão ser fechadas.
Gerd Walker, diretor de produção da marca Audi, confirmou à imprensa da Europa que a montadora busca todas as soluções viáveis para evitar o fechamento da enorme planta belga.
Então, para resolver a questão, somente um comprador para assumir a planta e notadamente, quem tem interesse no momento de se estabelecer na Europa são os chineses.
Para deixar as coisas mais próximas, a Audi poderia vender a fábrica para sua sócia chinesa, a SAIC. Hoje, dona da MG, a empresa asiática detém a antiga marca inglesa, que vem tendo sucesso em vários mercados da Europa.
A SAIC está de olho na Espanha para produzir localmente o MG 4, visto que as barreiras impostas pelo Comissão Europeia, que tem sede em Bruxelas, colocou uma sobretaxa de 38,1% sobre os carros da MG e isso significa, no final das contas, 48% de taxa de importação.
Com isso, a SAIC assumindo a planta belga, agrada sua sócia na China e se livra das altas taxas da União Europeia.
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