A Chevrolet Spin 2025 chegou com várias novidades, mas ainda continua sendo o modelo que conhecemos em 2012.

Volumosa, espaçosa e digna de seu enorme bagageiro, a minivan agora virou um SUV, mas não de jure. É assim que a GM quer vendê-la, mas sabemos bem que é um monovolume mais alto.

Isso não é um demérito, ainda que alguns insistam nisso. A Spin 2025 ganhou novos ares, mas sua essência imutável permanece e isso é uma boa notícia, afinal, uma nova geração certamente focaria de fato num SUV e certamente seu maior atributo se perderia.

O bagageiro enorme ainda faz dela o táxi perfeito para aeroportos e rodoviárias.

Com espaço para uma família grande com filhos pequenos, o Novo Chevrolet Spin 2025 (agora gênero masculinizado pela GM) mantém o velho motor GM Família I que todos conhecem, assim como transmissão, carroceria e o último arranjo dos assentos. Mas, como você lerá abaixo, nem tudo é o que parece.

Custando R$ 144.990 no topo de linha Premier (avaliada), o que não é barato, o Novo Chevrolet Spin 2025 traz um visual expressivo que não é exatamente algo estranho ao produto, ainda que a melhor coisa esteja no carro.

Tendo um ambiente renovado, ela (ou ele, você que sabe) antecipa a atualização de meia vida do habitáculo de modelos como Onix, Onix Plus, Tracker e até Montana.

Será que isso e outros itens novos, melhoraram a velha Spin?

Índice

Melhor por dentro

A Spin, enquanto minivan, sempre foi polêmica em estilo e a coisa não mudou muito com a atualização de terceira idade (já que a de meia-idade passou) dita como SUV compacto.

A frente aposta numa linguagem de estilo que pode não ser a melhor coisa para os demais membros da Chevrolet, porém, no Novo Spin 2025, parece aceitável.

Na frente, os faróis são full LED e possuem luzes diurnas que até se harmonizam com o conjunto, devidamente conectados ao conjunto ótico principal, que não é ruim.

A grade dupla com elementos visuais e a barra com a gravata dourada estão em dia, mas as molduras laterais desconectam todo o conjunto. Nele os pequenos faróis de neblina em LED fecham o pacote com um para-choque parrudo abaixo.

Como ficou mais alto, o conjunto frontal dá ao Novo Chevrolet Spin 2025 uma certa imponência, mas bem de leve, já que a carroceria volumosa não esconde suas formas suaves e arredondadas.

Protetores mais grossos, saias de rodas destacadas e a suspensão 10 mm mais alta não alteraram sua compleição.

Atrás, as lanternas ganharam um novo layout com iluminação parcial em LED, enquanto a tampa do bagageiro também foi alterada em sua forma interna.

O para-choque redesenhado ajuda a compor a nova proposta de ser um SUV, mas apenas parcialmente. Novas rodas de liga leve aro 16 polegadas ajudam, ainda mais com pneus 205/60 R16.

Ela ainda peca por ter retrovisores pequenos, mas preserva as barras longitudinais que muitos colocarão maleiros fechados para maximizar a proposta da minivan, agora um SUV.

Com chave presencial dispensando botões nas portas, a GM acertou nesse aspecto, sem deixar de usar as antigas maçanetas embutidas.

Dentro, o Novo Chevrolet Spin 2025 é realmente a parte nova da velha minivan, com um painel mais moderno, que serviria bem até no Tracker. A aposta na digitalização foi certeira em parte, com cluster de 8 polegadas e multimídia com tela de 11,3 polegadas.

O primeiro tem um design interessante, mas peca por ter ajustes somente no MyLink, quando deveria tê-los no volante ou hastes, como antigamente.

Mesmo sem Built-In do Google, a multimídia do Novo Chevrolet Spin 2025 é intuitivo, simples e contendo apenas o necessário, como câmera de ré e projeção sem fio para Android Auto e CarPlay, além de OnStar e conexão 4G com Wi-Fi. Na GM, estes são apenas itens necessários atualmente e já está de bom tamanho.

Sem inventar moda, ainda que o cluster digital necessite de ajustes em outra tela, o conjunto parece promissor em outros carros da Chevrolet.

O painel com novo acabamento e texturas inteligentes, contando com nicho, iluminação em LED sem ajuste, difusores de ar mais elaborados e o ar condicionado automático.

O Novo Chevrolet Spin 2025 tem ainda um console atualizado com carregador indutivo de smartphone, enquanto seu volante adota o mesmo padrão dos demais compactos da Chevrolet, incluindo controle de cruzeiro com limitador de velocidade.

A coluna de direção agora é ajustável em profundidade também, o que melhorou muito.

Já em relação aos bancos, o acabamento em couro com dois tons ajuda, mas ainda continuam pequenos. O do motorista agora está mais alto e nem todo mundo gostará da ideia.

A Spin já era alta, mas o Novo Spin não precisava disso. O apoio de braço central é ruim, sendo do mesmo tipo de acessório visto na internet para carros que não possuem apoio de braço retrátil.

O desenho das portas melhorou e o aplique em cinza brilhante foi bem explorado, gerando até um nicho para chaves de casa ou dinheiro do pedágio, por exemplo.

O aplique em couro azulado com costuras vermelhas, como o resto do acabamento, é acompanhado por guia de LED azul, que não tem dimmer ou mudança de cor. À noite incomoda.

Atrás, o arranjo de sempre, com a segunda fileira com ajuste de distância e encosto, mas com difusores de ar centrais, enquanto a terceira fileira manteve o assento inteiriço com dois lugares.

O espaço continua o mesmo, apenas duas crianças ou adultos de média estatura viajam com algum conforto na terceira fileira.

Com uma bolsa incorporada atrás do encosto, a Spin de sempre mantém seus 162 litros com sete assentos ou 553 litros com o terceiro banco rebatido, que ainda ocupa um bom espaço perdido, daí não ter os 756 litros da versão de cinco lugares.

Ainda assim, cabe muita coisa nessa configuração do monovolume.

Foco na economia

O Novo Chevrolet Spin 2025 como a Spin de sempre, manteve o velho motor de quatro cilindros em linha e aspiração natural, o famoso GM Família I, que chegou ao Brasil em 1994 a bordo do Corsa B alemão.

Atualizado uma infinidade de vezes, ele ainda consegue ser um motor de 1982 que atende ao Proconve L8 e isso é digno de nota da engenharia da GM.

Assim, com seus 1.798 cm³, o propulsor 1.8 8V da Spin entrega 106 cavalos na gasolina e 111 cavalos com etanol, ambos a 5.200 rpm, com 16,8 kgfm no primeiro e 17,7 kgfm no segundo, obtidos a 2.600 rpm.

Tendo sido retrabalhado para passar na nova regra de emissão, o vetusto motor continua com a transmissão automática GF6-3 de seis marchas e mudanças manuais por botão no pomo.

O conjunto pode ser velho, mas para frotistas e muitos clientes que não dispensam a conhecida Spin, o Novo Chevrolet Spin 2025 será a continuação de sua boa atuação.

Focado na economia, o conjunto motriz tem uma calibração bem perceptível. O propulsor continua com bom torque em baixa e isso é agradável durante a condução.

Dá para rodar com o Novo Chevrolet Spin 2025 a 1.500 rpm sem o carro pedir arrego no trânsito cotidiano, enquanto o câmbio tem programação para manter o giro baixo, parecendo até um CVT dada a mudança feita.

A resposta ao acelerador é tênue e fica claro que a ambição é ter boa média de consumo, por isso, quando se pisa no pedal com vontade, o giro vai lá para acima dos 5.000 rpm e o 1.8 grita.

Com isso, é possível ir de 0 a 100 km/h em 11 segundos com final de 170 km/h. Claro que a Spin nunca teve uma boa performance, mas a calibração atual não a deixou tão esperta como a GM afirmou.

Ainda assim, está melhor que dispor de um motor menor e aspirado. Infelizmente, seria caro e pouco convidativo para os clientes fiéis, um 1.0 Turbo em seu lugar.

Rodando a 110 km/h, a rotação fica em 2.300 rpm, o que está dentro da média, apresentando retomadas pontuais quando vazia e já notando o peso do tempo quando cheia.

Um pouco áspero, o ruído está dentro do esperado para o Novo Chevrolet Spin 2025, enquanto as trocas manuais por botão continuam ruins.

Na tão falada economia, com gasolina, conseguimos média de 11,2 km/l, boa para a cidade, mas ainda menor que os 12,3 km/l que fizemos com a antiga Spin Advantage 2016, por exemplo.

Já na estrada, a 80 km/h, o Novo Chevrolet Spin 2025 fez 17,1 km/l, com 14,3 km/l a 100 km/h e 12,2 km/l a 120 km/h. Números bons para sua proposta. O modelo pesa 1.292 kg.

Com direção elétrica, o Novo Chevrolet Spin 2025 tem boa dirigibilidade, com freios adequados para sua proposta, mas diante da altura do veículo, nas curvas ela tende a inclinar um pouco mais, mas nada que possa rebaixar sua missão.

A suspensão tem bom ajuste e mais alta, permite passar sem medo sobre as lombadas mais sinistras que se possa encontrar por aí.

Os pneus largos 205/60 R16 ajudam absorver muito das irregularidades, ainda que transmitam mais quando o asfalto é áspero. Com uma dinâmica de condução suficiente para o dia a dia, o Novo Chevrolet Spin 2025 só muda de mesmo por conta da posição mais alta de dirigir.

Além disso, o monovolume altinho ganhou ainda assistente de faixa sonoro, assim como alerta de colisão com luzes vermelhas sobre o painel, item que será instalado também na Nova Montana.

Com frenagem automática de emergência e ajuste de detecção de veículos e pedestres. O Novo Chevrolet Spin 2025 dispõe ainda de alerta de ponto cego e assistente de frenagem de emergência.

Melhor opção de sete lugares?

O Novo Chevrolet Spin 2025 na versão Premier, que foi a avaliada pelo NA, tem um preço bem alto se comparar com seu principal rival, o Citroën C3 Aircross Shine 200 Turbo, que custa R$ 136.590.

Ainda assim, de antemão, o monovolume da GM oferece mais espaço interno e porta-malas que o rival francês.

De qualquer forma, deveria ser mais barato, ainda mais por conter uma mecânica mais simples e já estar na estrada há 13 anos. Este, aliás, apesar da idade, reforça a segurança com seis airbags com bolsas de cortina até a terceira fileira.

Reforços estruturais e mecânicos foram feitos para tornar a velha Spin condizente com os dias atuais. Então, nesse carro com dois gêneros, como propositalmente no texto, a GM se deu bem? Vejamos.

Foram modificações importantes? Sim.

Deveria ter uma nova geração? Não como minivan e sim como SUV, mas com a manutenção dos atributos da Spin. Difícil? Realmente, mas a engenharia pode executar.

Como isso não ocorreu, o Novo Chevrolet Spin 2025 é aquele carro de sempre, prestativo, que agrada gregos e troianos.

Vale a pena? Para uma família grande sem ambições de performance ou estilo, este “SUV” da GM serve bem.