O modelo da Toyota vende bem, mas não garante sua posição no pódio dos SUVs mais emplacados, ficando atrás de boa parte dos rivais de peso.
Bom acabamento, renome da marca e design pesam a favor do modelo, enquanto a ausência de motorização turbo e o preço pesam contra.
Avaliamos uma unidade da versão XRE (de entrada) e trouxemos todos os detalhes para você.
O Corolla Cross XRE parte de R$ 178.590,00 e vem de série com:
7 airbags, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, controle adaptativo de velocidade de cruzeiro, assistente de pré-colisão, sistema de alerta de oscilação, farol alto automático, sistema de alerta de mudança de faixa com controle de direção, chave presencial, ar-condicionado digital automático, central multimídia de 9″ com conexão Android Auto e Apple CarPlay, painel digital de 12,3″, volante multifuncional, rodas de liga leve diamantadas de 18″, faróis em LED, retrovisores externos com rebatimento automático, acabamento interno em couro e material sintético e mais.
Fique de olho nos detalhes:
Motorização aspirada é potente, mas poderia ser melhor
O motor 2.0 aspirado já é velho conhecido dos adeptos da marca, e é um bom motor, mas facilmente superado por rivais turbo.
Com 4 cilindros e 16 válvulas, o propulsor rende 177 cv e 21,4 kgfm de torque, bons números que superam vários motores turbo da concorrência.
Sempre aliado ao câmbio CVT de 10 velocidades simuladas, o conjunto acelera de 0 a 100 km/h em cerca de 9,8s, com a velocidade máxima de 195 km/h.
Seu rival T-Cross, com motorização turbo 1.4, é menos potente e tem mais torque, mesmo assim entrega um desempenho superior.
Acelera de 0 a 100 km/h em ótimos 8,6s, com velocidade máxima de 202 km/h.
Seu outro rival, Compass, com motor 1.3 turbo, faz o 0 a 100 km/h na casa dos 9s, tendo a velocidade máxima de 205 km/h.
No quesito consumo, vai bem, comparado aos rivais.
O Corolla Cross faz 8,2 km/l na cidade e 9,0 km/l na rodovia, no etanol, enquanto na gasolina faz 11,7 km/l e 13,0 km/l, respectivamente.
O T-Cross no etanol faz 8,1 km/l na cidade e 10,1 km/l na rodovia, enquanto na gasolina são 11,6 km/l e 14,3 km/l, respectivamente.
O Compass é o pior da lista, com consumo de 7,2 km/l na cidade e 8,7 km/l na rodovia (com etanol), enquanto na gasolina são 10,1 km/l e 12,0 km/l.
Design agradável, mas grade divide opiniões
O Corolla Cross tem um design moderno e bem acertado, pelo menos na maioria dos aspectos, com exceção da grade dianteira e talvez dos faróis.
Olhando o modelo de frente, a grade superior dianteira já salta aos olhos, especialmente se a unidade avaliada for branca.
Pintada na cor do veículo, com recortes no perfil de colmeia, ela é moderna, mas de certa forma esquisita. Talvez a modernidade não tenha caído bem no Corolla Cross.
Na porção superior da dianteira, os faróis de LED com fundo escuro são bonitos e casam bem com o design do carro, vistos de lado, são um tanto quanto extensos demais.
A grade inferior, assim como boa parte do para-choque, são construídos em plástico preto fosco, exceto pela porção inferior, que é clara.
O capô tem dois vincos iniciando logo na grade superior (que abriga o emblema da Toyota) e percorrem toda extensão da peça, chegando até a região do para-brisa.
De lado, o modelo se mostra mais sóbrio, sendo capaz de agradar um público mais amplo.
As rodas aro 18” diamantadas são bonitas e têm desenho compatível com a proposta.
A lateral é bem limpa, sem badges ou enfeites, somente uma região consideravelmente grande com plástico preto fosco na porção inferior e sobre as caixas de roda.
A traseira, para muitos (e para mim), é o ponto alto do modelo.
Com as lanternas compridas, ocupando boa parte da tampa do porta-malas e até mesmo da lateral, tem boa personalidade e mescla traços modernos com sobriedade.
Na região central, “Corolla” em letras pequenas e “Cross” em letras maiores indicam o modelo.
No canto inferior direito, a versão “XRE”.
O para-choque é quase inteiramente construído em plástico preto brilhante, mas, assim como na dianteira, a porção inferior é clara.
Interior é arma contra rivais
Por mais que alguns concorrentes tenham melhorado na qualidade de construção do interior, ainda não alcançaram o Corolla Cross, certamente ele está entre os melhores da faixa de preço.
A qualidade de construção se nota já ao abrir as portas, com forrações harmoniosas e material de qualidade aplicado em boa parte da área.
Puxadores e maçanetas têm acabamento diferenciado, com mescla de preto brilhante e prata.
Além do apoio de braço com tom diferenciado, há uma costura marcada na altura da maçaneta, que dão um toque extra.
Os bancos são definitivamente outro acerto, além de confortáveis, passam ar de sofisticação e robustez, sem precisar apelar para um ar esportivo, conseguem manter a sobriedade.
Couro é utilizado em quase toda área, costuras claras somente nas bordas, as abas são na medida e, no meio do apoio das costas, há um acabamento diferente, que aumenta a impressão de qualidade.
O volante é básico, não traz muitas firulas, tem o aro totalmente redondo e o friso prateado fica restrito ao raio central.
A empunhadura é boa, com acabamento em couro e os botões multifuncionais são diversos.
O cluster é totalmente digital, bem encaixado no painel, e segue a tendência de abolir mostradores analógicos dos carros mais caros (infelizmente).
Na região do meio, a multimídia fica parcialmente destacada do painel, seguindo também uma tendência de gosto duvidoso, poderia ficar visualmente melhor se fosse totalmente encaixada no conjunto.
Logo embaixo dela, os difusores de ar, além dos acionamentos do ar-condicionado digital, ficam compreendidos em uma moldura em plástico preto brilhante, com frisos prateados nas bordas.
O conjunto, que é visualmente agradável (exceto pela já citada multimídia “voando”).
Ao lado, está o acabamento do painel, com acabamento em couro e costura clara responsável pelo destaque.
Na porção superior do painel, um friso prateado percorre toda sua extensão e termina dando a volta no difusor de ar lateral.
O console central bebe da mesma fonte do painel, com a aplicação de plástico preto brilhante e frisos prateados.
Em frente a ele, o compartimento para carregamento de celular, seja por cabo USB, seja por indução.
No banco de trás, o acabamento mantém sua qualidade (o que tem sido raro).
O espaço para os ocupantes da segunda fileira é bom, considerando a proposta.
O porta-malas tem bom aproveitamento do espaço, além do tampão retrátil, muito útil no dia-a-dia.
Vende mais que o Sedan, mas menos que alguns rivais
O Corolla Cross agradou boa parte do público, isso já pode ser tido como fato (tirando a história do abafador traseiro na época do lançamento).
Junte isso à triste morte lenta do mercado de sedans, temos como resultado que, em 2024, o Corolla Cross emplacou 21.844 unidades, enquanto o Corolla Sedan 16.502.
As principais vantagens em relação ao irmão? Seu teto elevado na traseira traz mais conforto aos ocupantes e o vão livre do solo permite enfrentar um pouco melhor nossas ruas esburacadas.
Pelo preço do SUV de entrada, quase dá para comprar um Sedan na versão de topo “Altis”, ai vai do perfil de cada um escolher.
Dentre os SUVs, o Corolla Cross ocupa a nona posição no acumulado entre janeiro e junho de 2024.
Fica à frente de Fastback, Pulse, Tiggo 5X, Song Plus e Taos, por exemplo.
À sua frente estão, em ordem crescente, da oitava até a primeira posição no ranking:
HR-V, Compass, Renegade, Nivus, Kicks, Tracker, Creta e T-Cross.
A diferença entre o nono colocado e o quarto colocado é na casa das 4.000 unidades.
O primeiro e segundo colocados ultrapassam a casa das 30.000 unidades emplacadas no período.
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