Gibraltar é uma pequena península ao sul da Espanha e pertence ao Reino Unido e lá, no rochedo há muito defendido, na fronteira entre Europa e África, se encontra talvez a mais fantástica das muitas fábricas da Toyota.

Considerada por alguns como secreta, ela também é tida como a mais raiz da Toyota e possivelmente do mundo. Oculta no rochoso território ultramarino, essa estranha instalação faz sair todos os meses 650 veículos da marca japonesa.

Certamente você já viu muitos deles na TV ou na internet, especialmente nos noticiários internacionais. Infelizmente, as notícias geralmente não são boas…

Pode ser que você tenha derramado alguma lágrima ao vê-los nas situações onde se trabalham, muitas vezes em vídeos de campanhas. Acredite, quando aqueles que os esperam os veem, certamente se emocionam.

Esperança e alívio são alguns dos sentimentos que muitos Land Cruiser das séries 70/200/300, Hilux, Hiace, Corolla, entre outros carros da Toyota, transmitem ao chegarem aos seus destinos. Todos eles, praticamente sem exceção, partem de Gibraltar. Todos com seguro, assistência e pós-venda onde estiverem.

É lá que fica a Toyota Gibraltar Stockholdings. Alguns dizem ser uma concessionária e outros, como nós, a chamamos de fábrica. Talvez seja uma unidade de conversão, que se diz ser distribuidora. Seja lá como for, a “Toyota Gib” só trabalha com carros brancos e 1.000 cabem em suas instalações escondidas.

Há mais de 30 anos sozinha num segmento abandonado pela indústria automobilística mundial, a Toyota Gibraltar transforma os carros tradicionais da marca em veículos simplificados para ações diversas, quase todas humanitárias.

A ONU tem participação ativa nisso, mas ONGs e instituições de todo o mundo, mesmo países, correm até Gibraltar quando uma nova crise surge e, pela quantidade de carros que partem mensalmente do rochedo mediterrânico, existem muitas por aí.

Todos os carros são possuem motores diesel simples, sem turbo, Common Rail ou coisas eletrônicas que estamos acostumados hoje.

Para auxiliar no combate à fome, doenças, retirada de minas terrestres, catástrofes, preservação ambiental ou animal, enfim, todo tipo de ação humanitária ou conservacionista, é necessário que cada um desses carros da Toyota seja simples ao máximo.

Se você acha um Land Cruiser 70 no Japão, um carro raiz, então não viu o mesmo que sai de Gibraltar. Ele pode ser consertado com ferramentas simples em qualquer lugar do mundo e seu motor diesel 4.2 aspirado ainda é feito pela Toyota.

Ele leva um rádio Codan que te comunica em locais sem satélites ou celulares disponíveis. Robusto e confiável, tanto ele quanto os outros japoneses que desembarcam no estreito, saem de lá prontos para ir aonde à maioria das pessoas não quer estar.

Para operá-los de modo seguro e eficiente (especialmente em conservação do equipamento), a Toyota Gibraltar Stockholdings tem um programa de treinamento para motoristas, que saem de lá prontos para o pior (sem trocadilhos).

Isso permite que esses carros, que serão muitas vezes danificados por minas, granadas e tiros, possam ser usados intensamente para fins nobres. Na Toyota Gibraltar, veículos rústicos são a essência de um trabalho pouco conhecido, porém, admirável.

Eles precisam ser assim para atuar desde os locais mais inóspitos e até as zonas de guerra ou catástrofe, onde estradas e infraestruturas comuns não existem ou estão em ruínas.

Mestre em logística global, a Toyota Gibraltar Stockholdings está livre de várias burocracias alfandegárias e diplomáticas, enviando assim seus carros para aonde for preciso e o mais rápido possível.

Num mundo onde a tecnologia domina os carros e o diesel parece perto do fim, esses carros brancos da Toyota mostram que a simplicidade do passado ainda é muito útil.

Agora, quando você ver esses carros da Toyota em noticiários ou em campanhas de ajuda humanitária, já sabe de onde eles partiram.