As montadoras chinesas estão sendo encaradas como uma ameaça em alguns lugares, como nos EUA, porém, na Europa, certos países estão impondo meios para frear a entrada de carros elétricos oriundos do país asiático. Todavia, não se forem produzidos localmente.
A França, numa declaração surpreendente, dá as boas-vindas à BYD, mas não como importadora. Bruno Le Maire, Ministro das Finanças, disse que não só a marca, mas outras da indústria automotiva chinesa “são muito bem-vindas na França”.
Como se sabe, a França é uma das maiores vozes na Comissão Europeia quanto aos carros elétricos chineses, impondo nacionalmente regras extras de origem para evitar que marcas como a BYD, prejudiquem seus fabricantes locais, no caso, os grupos Renault e Stellantis.
No entanto, quando o assunto é fábrica em território francês, o governo de Paris se mostrou bem aberto aos chineses. Le Maire comentou: “A França acolhe todos os projetos industriais. A BYD e a indústria automobilística chinesa são muito bem-vindas na França”.
Para exemplificar, o ministro francês apontou a Toyota como um exemplo, ainda que não seja chinesa. No entanto, a indicação é uma forte sugestão aos que esperam que a França seja nacionalista ao extremo de querer manter somente os fabricantes de origem do país.
Ainda que a BYD tenha sido citada, a França não tem no momento nenhum projeto de fabricante chinês, já que a BYD escolheu a Hungria para abrir sua principal planta na Europa a partir de 2026.
A Chery, por exemplo, escolheu a Espanha com a ex-fábrica da Nissan, enquanto a Leapmotor será usada pela Stellantis em fábrica na Itália. De qualquer forma, outros fabricantes chineses estão de olho na Europa e a França tem um parque industrial invejável.
No final das contas, para gerar empregos no país, não importa se a indústria será de origem chinesa ou francesa. Com isso, a França pode atrair mais atenção da China que a Itália, onde a Stellantis coloca pressão sobre Roma diante de uma ou mais possíveis montadoras chinesas na península.
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