Parece que a relação entre Stellantis e o governo italiano não está em seus melhores dias e manifestações individuais sobre as ações de ambos ganham as manchetes da Europa. Além das declarações de Carlos Tavares sobre chineses no país, Roma também criticou o grupo automotivo e o motivo é o Alfa Romeo Milano.
Lançado recentemente, o Alfa Romeo Milano reúne tudo o que o governo italiano poderia desejar, sendo um expoente da cultura italiana e da indústria automotiva da península, se o novo carro da Stellantis fosse feito no país… Pois é, ele não é.
Fabricado em Tychy, na Polônia, o Alfa Romeo Milano recebeu críticas de Roma por meio de Adolfo Urso, Ministro para o Desenvolvimento Econômico da Itália.
Urso foi direto ao ponto em sua declaração à Reuters: “Um carro chamado Milano não pode ser produzido na Polônia. Isso é proibido pela lei italiana”. O ministro resgata uma lei nacional de 2003, que trata da “sonoridade italiana”.
O dono da pasta do governo explicou: “Esta lei estipula que não se pode dar indicações que enganem os consumidores. Portanto, um carro chamado Milano deve ser produzido na Itália. Caso contrário, dá uma indicação enganosa que não é permitida pela lei italiana”.
O fato de colocar o Milano como um produto ilegal é também uma crítica do governo italiano diante da decisão da Stellantis de produzir um carro italiano na Polônia.
A questão da “sonoridade italiana” no caso do Milano é mais um capítulo na relação das duas entidades, com o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni tendo acertado com a Stellantis que a mesma alcançaria a produção de um milhão de carros por anos na Itália.
Todavia, o governo de Meloni busca ampliar mais a produção nacional e para isso estaria recorrendo a fabricantes de carros elétricos, notadamente chineses, além da Tesla.
Isso irou Carlos Tavares, que já ameaçou com “decisões impopulares” da Stellantis no cenário italiano, caso os chineses desembarquem de fato. Não se sabe agora o que ocorrerá com o polonês Milano. Muda de nome ou muda de fábrica?
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