Carro da semana, opinião de dono: Honda Accord 2006

Honda Accord LX 2006 (7)

OBS.: A partir desta semana a seção “Opinião de Dono” conta apenas com relatos devidamente verificados e informações 100% verídicas, pois estamos verificando documentação tanto dos proprietários quanto dos veículos.

Olá pessoal, sou leitor do NA já tem alguns anos, sou de Salvador/BA, tenho 26 anos e sempre acompanhei as diversas matérias, e um dos assuntos que mais gosto é o “Opinião de dono”.

Minha “carreira” com carros começou com um Fusca ano 82, mas não vou entrar em muitos detalhes sobre o carro. Após me livrar do Fusca, corri até a concessionária mais próxima de casa e comprei em “suaves” prestações um Celta Life, que veio apenas com ar-condicionado e 4 portas.

Comprando o Accord

Rodei com o Celta por quase 3 anos. Já cansado do Celta, desconfortável, pouco desempenho, baixa segurança e o fato de que o carro caminhava para uma desvalorização forte com a chegada de 2014 e a nova lei dos equipamentos de segurança, decidi vender o Celta antes que 2013 acabasse.

Vendi para um lojista em 2013 com 59.000 km, com todas as revisões na CSS, na semana em que peguei o Accord. Alguns amigos e familiares possuem carros sedãs automáticos. Comecei a pensar então em adquirir um modelo nesta linha.

Como meu maior contato foram com pessoas que tiveram os “japoneses” Civic e Corolla, optei por escolher então um destes. Mas como seria seminovo, sabia que não podia perder uma oportunidade de algum outro sedã médio com um certo nome no mercado, não me prendendo a marca e modelo.

Certo dia entrei no NA e vi um Opinião de dono sobre um Honda Accord V6. Foi uma opinião de dono que eu reli diversas vezes, e revi as fotos mais ainda. Na mesma semana, entro num site de usados aqui de Salvador e vejo um Accord 2.0 cinza, impecável, por R$ 32.000.

O carro estava com apenas 53.000 km. Fiquei doido pelo carro, mas tinha que esperar amortizar mais algumas parcelas do Celta para chegar a este valor sem pagar uma prestação muito alta.

Honda Accord LX 2006 (5)

Foi quando na mesma semana em julho deste ano, numa sexta-feira, entra um Accord 2006 LX 2.0 prata na concessionária em que trabalho (não sou da área de vendas, nem pós-vendas).

O dono (primeiro e único) havia entregue o Accord na troca da compra de um 0km. Um amigo me ligou avisando, então corri até o showroom e observei o carro. Tinha 2 pneus carecas (os originais Bridgestone Turanza) na frente.

E o dono havia comprado 2 pneus Maxxiss e posto na traseira. O para-choque dianteiro estava com um machucado no lado direito. O carro não tinha pontos de ferrugem e estava sujo, muito sujo.

Por dentro o carro também estava muito empoeirado, os bancos de couro precisando de uma hidratação, mas estavam em bom estado, sem rasgos, exceto pelo do motorista que tinha um pouco daquele aspecto cansado (naturalmente), mas sem nenhum rasgo.

O volante estava descascado, soltava na mão a borracha, incomodando na direção do carro. O carro estava com exatos 57.359 km originais.

O forro de teto estava perfeito, parecia de um carro zero, sem manchas e com um aspecto limpo, apesar de todo o carro estar imundo. Liguei a chave na ignição e dei partida, pegou de primeira.

Os faróis limpos, lisos, sem infiltrações, com característica semelhante a um recém saído de fábrica, sem o menor exagero. Sentei para negociar com o gerente, o carro já iria ser repassado a um lojista, mas como eu me interessei ele abriu a oportunidade para mim.

Então negociei, chorei, apertei, até que consegui comprar o carro por R$ 21.500 (o carro havia entrado por R$ 20.000 na troca) sem nenhuma garantia por parte da concessionária. Paguei mais aproximados R$ 1.500 para transferência e licenciamento, o carro saiu com documentos por R$ 23.000.

Foi um valor excelente, todos comentaram comigo a boa compra, mas eu sabia que ainda precisaria gastar um dinheiro para levantar o carro. Paguei a entrada com o que sobrou da venda do Celta, e financiei o resto pagando quase a mesma prestação que paguei no Celta, além de reduzir a quantidade de prestações do financiamento que eu tinha pela frente.

Honda Accord LX 2006 (4)

Arrumando o Accord

Comecei então os trabalhos no carro. Sabia que era um excelente carro, e que estava muito bom de um modo geral, apesar dos detalhes, embora estivesse precisando de um dono atencioso. Foi então que comecei fazendo uma lista, e parti pra cima.

Tudo o que foi feito no carro:

1) Lavagem completa, aspiração do carpete e polimento.

2) Forrei o volante numa loja especializada em couro, ficou perfeito, como se fosse de fábrica.

3) Hidratação do couro dos bancos, forros de porta e encosto de braço e cabeça.

4) Comprei dois pneus Michelin e pus na traseira. Os Maxxis estavam zero, então decidi mantê-los na dianteira, seria desnecessário comprar quatro pneus uma vez que os Maxxis estavam com aspecto de 0km.

5) Levei até uma concessionária Honda e antecipei a revisão de 60 mil km. Gastei com óleo, filtros, alinhamento, balanceamento, pastilhas de freios dianteira e traseiras, e dois amortecedores com duas buchas um total de R$ 3.000 com mão de obra e peças incluída. O carro ficou pronto em dois dias e foi me entregue limpo, com todas as peças trocadas no porta-malas. Excelente atendimento da concessionária Honda.

6) O carro estava sem tapetes, existia apenas o de carpete do motorista, mas estava com um buraco no lugar do acelerador. Comprei um jogo de borracha com o nome Accord estampado.

7) Por fim, comprei pelo e-bay um Wiikitech, um adaptador auxiliar/USB que vem com um conector para instalar atrás do som original da Honda. Agora o som original funciona com USB e cartão de memória. Instalei o Wiikitech no porta treco que fica na frente do câmbio, ficou escondido e discreto.

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Chegando na ponta do lápis, calculei que gastei próximo de R$ 27.000 no valor total do carro e hoje ele encontra-se com quatro pneus novos, revisado, documentação em dia, pintura revitalizada e pen drive funcionando no som original (me livrei da necessidade de compra de uma central multimídia só para usar pendrive/mp3).

Alguns me chamaram de doido, outros disseram que devia vender o carro e ganhar dinheiro em cima, outros mandaram não pegá-lo, e sim comprar um HB20 ou Onix (pra causar uma polêmica aqui rsrsrsrs).

Sobre o Accord

O carro é fantástico, já ouvi várias críticas a respeito do motor 2.0, mas acredito que essa crítica só vale para quem anda de V6. O carro acelera rápido, faz reduções no kick down que é lindo ouvir o I-Vtec gritar, sua suspensão Double Wishbone é um show à parte.

Suas reduções são rápidas, o câmbio não dá trancos, e quando reduz ele te cola no assento e você atinge velocidades muito rápido. De fato você só sente o carro um pouco lento na saída, primeira e segunda marchas tem a sensação de motor inferior, talvez pelo peso do carro, de quase 1.500 quilos.

Honda Accord LX 2006 (9)

Os freios são outro show à parte, o carro freia seguro, sem perder a direção, apontando sempre pra frente, sem dar a pensar que vai escapar de dianteira se precisar de uma frenagem brusca.

O isolamento é outro ponto forte, viajar no Accord é um prazer, não se houve barulho de vento, o isolamento acústico é excelente, só se ouve o motor nas retomadas.

O amigo do V6 disse que trocou as caixas de som por outras, mas honestamente, eu acho o som original excelente para a sua proposta (ouvir um som de qualidade dentro do carro). O espaço interno é fora de série, você acaba ficando mal acostumado.

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Apesar de ser um carro 2006, seu visual engana, principalmente pelo formato da carroceria (nada de conversa de visual fluido rsrsrs, parece ser totalmente focado no coeficiente aerodinâmico), ajudado também pelas belíssimas lanternas de leds na traseira.

Alguns amigos desentendidos no assunto chegaram a me perguntar se era 2010, 2011. O carro também chama atenção por onde passa, e já recebi umas duas “cantadas “de venda, mas recusei no ato.

O interior possui acabamento de excelente qualidade, o painel possui um material emborrachado, e um formato de desenho simétrico (igual dos dois lados) o qual eu gosto muito.

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Alguns pontos negativos

Realmente alguns pontos que o amigo do V6 comentou e que concordo, vidros um toque só para motorista, falta de um computador de bordo (esse é um dos piores pontos), porta-malas com braços tipo pescoço de ganso (engraçado, nas gerações anteriores o Accord já teve dobradiças pantográficas, a Honda decidiu poupar os amortecedores nesta geração, e instalá-los na frente para sustentar o capô, vai entender).

O consumo é um pouco elevado na cidade, mas é algo esperado para a motorização e câmbio, está na casa dos 7,5 a 8 km/l, com ar-condicionado sendo utilizado 100% do tempo. O carro é muito comprido, pode dificultar para achar uma vaga que o caiba.

O motor 2.0 anda bem (diferença na velocidade final é menos de 20km/h para o V6, entretanto o torque é bem inferior ao do V6). A suspensão não é molenga, chega a ser um pouco justa (comparando com o Corolla por exemplo que acho bem mais macio), o que as vezes acabo sentindo um pouco as ruas irregulares de Salvador, entretanto na estrada ela lhe oferece segurança em curvas e ultrapassagens.

Seguro para mim saiu um pouco caro (perfil 26 anos, solteiro R$2500,00). É isso pessoal, espero que tenham gostado da minha aventura com o Accord. Estou com o carro a quase 5 meses, e só alegrias.

OBS: Apesar de falar sobre querer um sedã médio, foi a oportunidade que me fez partir para o Accord (sedã grande). Minhas comparações foram mais com o Corolla, por não ter acesso ao Toyota Camry.

Por Rafael Fonseca

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.