Com a junção da Citroën ao grupo Stellantis, muito mudou, desde motores até acabamentos foram comunizados, e a cara de seus produtos foi alterada.
O C4 Cactus é um dos últimos, se não o último, dos remanescentes dessa era pré Stellantis, tem motor 1.6 THP e acabamento com personalidade.
Avaliamos uma unidade da versão Noir (versão de topo, limitada), e trouxemos os detalhes dela pra você.
Ele parte de R$ 140.990,00 e vem de série com:
Racks de teto funcionais, faróis de neblina, DRL em LED, câmera de ré, multimídia de 10” com Apple CarPlay e Android Auto, volante multifuncional, partida sem chave, sensor de pressão dos pneus, ar-condicionado digital, 6 alto-falantes, computador de bordo, controle de tração e estabilidade, frenagem autônoma, alerta de mudança de faixas, alerta de colisão, 6 airbags, carregador por indução, bancos de couro, rodas 17, além de acabamentos e adesivos exclusivos da versão.
Alguns acessórios estão disponíveis no site.
Acabamento tem personalidade, e bastante plástico.
Já ao abrir a porta e olhar para o interior, já é possível identificar um cuidado com o acabamento, por exemplo nos bancos bem trabalhados, com costuras geométricas, abas suaves, e mais de um tipo de tecido.
As forrações de porta são detalhadas, desde a parte plástica, com rebaixo, até os apoios de braço e puxadores, com acabamentos brilhantes e tecido.
O volante tem um formato peculiar, não é totalmente redondo, é levemente achatado, tem desenho agradável, botões multifuncionais e acabamentos prateados e preto brilhantes.
O cluster digital não é em alta resolução e ultra integrado, mas tem seu charme, particularmente julgo mais agradável que os cheios de firulas.
A multimídia tem dimensões que ultrapassam um pouco as laterais do painel, nada que estrague muito o visual, mas poderia ser melhor encaixada se fosse menor, ou tivesse as bordas mais finas.
Abaixo dela estão os botões com os acionamentos do ar-condicionado digital, envoltos por um friso cromado.
Abaixo um botão de partida do motor, um acionamento de controles de tração e estabilidade e, por último, uma tomada USB.
No painel, que é de plástico liso, há o adesivo da versão “NOIR”, cravado logo acima do porta-luvas, a única aplicação de gosto duvidoso no interior.
Os difusores de ar têm um acabamento brilhante, e tem desenhos diferenciados.
O espaço no banco de trás é bom, sendo bem aceitável até para pessoas grandes.
O porta malas é igualmente bom.
Exterior um pouco cansado, mas ainda moderno
Desde seu lançamento, há mais de 6 anos, o C4 Cactus não teve uma grande alteração visual externa, continua com a mesma cara.
Isso poderia ser um problema maior, se seu design não fosse moderno e arrojado.
A dianteira tem um design fluido, com linhas continuas, que começam de um lado e acabam, no outro.
A exemplo das linhas da porção superior do conjunto óptico, que se iniciam na lateral, passam por frisos cromados, que formam o logo da Citroën, e continuam até o outro lado.
Na porção do meio, a segunda parte do conjunto óptico, tem um formato que acompanha o perfil circular do carro e tem os cantos arredondados.
No meio há a grade, que possui recorte igualmente arredondados nas pontas.
Na porção inferior, os faróis de milha, a grade central e os acabamentos estão presentes, todos são fabricados ou envoltos por plástico preto.
De lado, o design passa o ar off-road, com um vão livre do solo elevado, bordas de paralamas e soleiras em plástico preto e racks no teto.
As rodas aro 17” são pintadas de preto, assim como retrovisores e maçanetas.
No final da lateral, na altura das janelas, há um decalque preto e laranja, com a inscrição “Cactus”.
A traseira é ponto alto e, assim como a dianteira, tem um design arredondado, desde o formato em sim, até nas peças que o compõem.
As lanternas são vermelhas, com a porção inferior (seta e indicadora de ré) transparentes, e tem suas bordas arredondada.
Nas extremidades laterais do para-choque, existem dois rebaixos, como se fossem saídas de ar, que trazem um ar arrojado e esportivo.
O para-choque tem a porção inferior em plástico preto, sem grandes detalhes que chamem a atenção.
Bom desempenho, de turbo raiz
Antes de propulsores turboalimentados serem moda, o THP já rodava por aí, fruto de uma parceria com a BMW, o motor 1.6 turbo já tem uma base de fãs.
O motor teve alguns problemas no passado, mas foi se aprimorando com o tempo, chegando hoje no ápice do seu desenvolvimento.
O motor rende ótimos 173cv e 24,5 kgfm de torque, que acoplado ao câmbio automático de 6 velocidades, permite uma aceleração de 0 a 100 km/h em 7,7s.
A velocidade máxima é de 212 km/h, números excelentes para sua faixa de preço.
O Fastback Abarth, versão mais apimentada do SUV italiano, tem a aceleração de 0 a 100 km/h em 7,6s e velocidade máxima de 220 km/h, desempenho similar, custando mais (R$ 160.990,00).
Anda bem mais que a T-Cross Highline, que acelera de 0 a 100 km/h em 8,6s e tem velocidade máxima de 204 km/h (custando R$ 175.990,00).
O consumo não é nenhum suprassumo, mas não chega a ser tão beberrão, fazendo 8,2 km/l na cidade e 9,5 km/l na rodovia, abastecido no etanol, enquanto faz 11,7 km/l na cidade e 13,4 km/l na rodovia, quando abastecido na gasolina.
Vende pouco, apesar das qualidades
Em 2023 o Cactus emplacou 3.674 unidades, garantindo a vigésima quinta posição dentre os SUVs mais vendidos.
O número tímido de vendas tem a ver com o surgimento de novas opções no mercado, com motores mais modernos (mas com menos desempenho).
O visual ainda agrada, mas já não é tão moderno quanto no lançamento.
Em 2024, na parcial até março de 2023, o Cactus emplacou apenas 463 unidades, na trigésima quarta posição.
É hoje uma boa opção, quase esquecida, porém parece caminhar para a aposentadoria, e isso limita ainda mais suas vendas, por medo (justificável) de se perder valor no mercado de usados.
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