Como eram os carros antigamente? (veja os detalhes)

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Atualmente vemos os carros com estilos bem definidos e tecnologias preparadas para uma nova fase na indústria automotiva mundial, cada vez mais focada na redução da emissão e consumo. Mas como eram os carros antigamente?

Este artigo vai mostrar como eram os carros antigos (confira também Top 10: Comerciais antigos de carros do Brasil), seus estilos e tecnologias que evolucionaram o automóvel. Começaremos lá pelos anos de 1940.

Passaremos pelas décadas seguintes até um breve resumo da atualidade.

Então, acompanhe abaixo a trajetória do carro, mostrando como ele era antigamente.

volkswagen fusca kombi

Década de 1940

A década de 1940 começou mal. A Segunda Guerra acabou com a economia de muitos países e obviamente derrubou o comércio de veículos, que foi substituído pelo esforço de guerra.

Assim, houve um atraso enorme no desenvolvimento dos carros e isso fez com que eles praticamente fossem iguais aos carros da década anterior.

Isso se caracteriza pelo capô elevado e afilado na frente, onde uma enorme grade vertical e geralmente cromada dominava a dianteira. Os para-lamas eram bem salientes e os faróis circulares simples eram montados logo acima.

Alguns modelos e marcas apostavam em grades baixas, mas em geral o capô era bem elevado. Havia ainda grossas colunas e janelas diminutas. As carrocerias tinham linhas bem envolventes e arredondadas, criando um aspecto elegante.

porsche 356 porsche

Na mecânica, em geral os motores grandes dominavam o cenário, geralmente com seis cilindros em linha. Tendo ainda muitos com caixas “hidramáticas”, em especial nos EUA, onde o tamanho dos carros estava subindo.

Na Europa, os carros eram menores, mas poucos começaram uma vida comercial no início da década. Com o fim da guerra, uma recomeço deu esperança para todos e os carros refletiram em parte essa necessidade de voltar a crescer, mas com dificuldade.

Assim, na segunda metade da década de 40, carros como VW Beetle, Jeep Willys, Fiat Topolino e Land Rover mostravam a necessidade de mudar. Ousadias como Tucker Torpedo e Citroën 2CV também buscavam inovação, mas por razões diferentes.

Nos EUA, as “pickups” pequenas e com motor V8 “small” começavam a unir trabalho com lazer.

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Década de 1950

Com a recuperação da guerra para a maioria dos países, apenas os EUA estavam na pujança e o sonho americano ditava que os carros deveriam ser enormes e gastões, pois a gasolina era muito barata. Assim, rapidamente os automóveis cresceram para uma média de 5,5 metros.

Dotados de motores V8 enormes, esses carrões americanos dos anos 50 tinham como característica o famoso rabo de peixe na traseira e muito espaço para motor e malas, mas mediano para as pessoas. O lema era “quanto maior, melhor” nesses carros antigamente.

Na Europa, porém, a racionalidade ditava as regras em um continente ainda se reerguendo. Nessa época, a revolução comercial fez com que marcas como Volkswagen, Porsche, Mercedes-Benz, Citroën, Fiat e Simca, por exemplo, ganhassem muitos mercados fora da região, em especial a primeira.

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Na Inglaterra, o Mini foi outra revolução em termos de tamanho e tecnologia.

As pessoas precisavam de carros pequenos e baratos para retomar a vida, mas os veículos comerciais pequenos é que se destacaram, em especial a VW Kombi. No Japão, os carros mesclavam o estilo americano com o tamanho europeu.

Assim, na mecânica os europeus apostaram em motores pequenos, com pouco mais de 1.000 cm3 na maioria dos casos, especialmente os movidos a ar e com 2 tempos. No Japão, os motores eram maiores, apesar do tamanho dos carros.

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Década de 1960

Foi uma década em que o automóvel ainda manteve o gigantismo americano, mas com formas mais modernas, quadradas e com motores enormes, chegando a 7,4 litros, por exemplo. Mas também foi uma década que fez surgir os chamados pony cars, pequenos carros para jovens.

Destes, modelos como Ford Mustang, Dodge Challenger e Chevrolet Camaro viraram moda e acabaram seguindo pelas décadas seguintes. As picapes aumentaram no tamanho e também na capacidade de carga e conforto.

Mas o sucesso de marcas europeias no país, com carros como Porsche 356 e VW Beetle, fez com que as marcas americanas adotassem soluções parecidas aos estrangeiros, tais como motores traseiros e tamanho menor. Não deu certo. Até mesmo rivais diretas da VW Kombi fracassaram.

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Nessa década, uma nova força ganhava poder: a indústria japonesa. Como os europeus ainda estavam com carros muito pequenos na média, os japoneses adotaram um tamanho intermediário, com baixo preço e economia de combustível. Isso daria certo muito em breve.

Porém, o tamanho da população e das cidades reduzia o espaço para os carros e assim o governo determinou a criação de um novo tipo, chamado kei car.

Diminutos, eles não poderiam passar de 3,5 metros e, quem os tivesse, tinham direito de não ter garagem, obrigatória para carros maiores.

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Década de 1970

Essa época marcou a modernização das linhas, agora com carros mais quadrados e funcionais. Também marcou o fim da era dos carros a ar como produto futuro, mas foi as duas crises do petróleo que moldaram os carros dos anos 70.

Com escassez de combustível, os japoneses brilharam no mercado americano com carros pequenos, baratos e econômicos. Essa invasão nipônica à América foi sentida pelas Big Three, mas tarde demais. Marcas como Toyota, Honda e Datsun cresceram rapidamente em vendas, mais que alemãs e francesas.

Tração dianteira, motor 1.5 e porte não além de 4,5 metros compunham a receita dos japoneses. Por outro lado, as marcas americanas ainda insistiam em grandes V8 “big block”, mas no geral, seus carros começaram a reduzir de tamanho. A economia forçada já ditava as regras.

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Na Europa, os carros começaram a ficar bem modernos, com o uso de injeção eletrônica, freios ABS e outras soluções que trouxeram economia e segurança adicionais. Os carros ficaram um pouco maiores e a transição de ar para água fez de marcas como a Volkswagen verdadeiras potências.

A Fiat era outra que dominava nos carros pequenos, mas luxuosos como Mercedes-Benz e BMW ampliaram rapidamente suas vendas com modelos menores e mais baratos.

A economia com a crise do petróleo não foi problema para os europeus, pois já estavam acostumados com essa situação no pós-guerra.

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Década de 1980

Nesse período, os EUA tiveram que mudar sua filosofia.

As crises de combustíveis na década anterior e a crise econômica no começo do período, forçaram o desenvolvimento de carros realmente pequenos, do porte dos japoneses, exatamente para combatê-los.

Os grandes V8 dos anos 70 ficaram com os carros maiores e mais caros, assim como a tração dianteira começou a dominar os carros populares, que tinham motores de quatro cilindros na média. A injeção eletrônica ajudou no processo.

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Uma invenção da Chrysler, porém, começaria a mudar usos e costumes: a minivan. Feita para a família, ela era menor que as peruas, mas tinha mais espaço e versatilidade.

Na Europa não foi diferente com a Renault. Picapes pequenas também tiveram seu lugar, como Ford Ranger e Chevrolet S10.

Na Europa, o uso do diesel ganhou uma força avassaladora em muitos países, especialmente na França, mas o continente inteiro (lado ocidental) mergulhou no óleo combustível.

Os carros pequenos ainda tinham vez, mas no geral já estavam no mesmo patamar dos japoneses em tamanho. A eficiência, especialmente com diesel, era notória.

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Década de 1990

Essa década marcou muito o mundo dos carros. Nos EUA, surgia algo que influenciaria as vendas futuramente e colocaria um fim nas minivans, o SUV.

O conceito de utilitário esportivo nasceu com o Ford Explorer, que arrebatou muitas famílias com sua capacidade de levar todo mundo, mas para qualquer lugar e não apenas na estrada e na cidade.

Também nessa época, as marcas francesas saíram dos EUA e os japoneses dominaram o mercado, agora com o luxo de Lexus, Infiniti e Acura, por exemplo.

Com o fim de muitos carrões clássicos, como o Cadillac Fleetwood, os nipônicos entraram com força, ameaçando inclusive o domínio das alemãs premium.

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Na Europa, a queda do comunismo no leste fez com que as marcas ocidentais entrassem com força na região e de lá tirariam uma grande lição, a de que ainda era possível vender carros ainda mais baratos. Mas isso só ocorreria na década seguinte.

No Japão, a consolidação do carro como produto de qualidade chegou ao seu ápice.

As montadoras do país já empregavam desde o fim dos anos 70 um processo moderno de produção e qualidade que as tornaram referência para o mundo todo, mas o carro híbrido foi uma revolução.

Porém, alguns queriam seguir seus passos e esses eram os sul-coreanos, os “novos japoneses”.

Eles começaram a ganhar mais importância no Ocidente, mas ainda dependiam de tecnologia vinda do Japão, mediante parcerias.

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Década de 2000

Apesar da resistência, as marcas americanas começaram a tirar muitos dos últimos clássicos e buscaram modelos que seguissem as normas adotadas pelos concorrentes, em especial os japoneses. Mas isso não foi o suficiente, deixando que os carros de passeio ficassem literalmente nas mãos nipônicas.

Nas picapes, a supremacia continuava com vendas como sempre enormes.

Seus motores ainda eram grandes, em geral V8 a gasolina, o que salvou estes propulsores, já raros nos carros de passeio populares, diferente dos carros antigamente.

O Japão começou a mergulhar em direção aos híbridos, em especial com o Toyota Prius.

Porém, tradicionalista, o país manteve os clássicos carros de táxi e executivos dos anos 60 e 70. O país também se destacava nos esportivos e utilitários esportivos.

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Na Europa, o diesel era uma regra a ser seguida e a economia chegava a absurdas médias de 30 km/l para carros verdadeiramente grandes.

Mas o uso de turbo e injeção direta logo fez com que os carros europeus começassem o que chamamos de downsizing, com motores pequenos, potentes e econômicos.

A China e a Índia deram os primeiros passos para se tornarem potências econômicas e automotivas. Marcas como Chery e Tata estavam ganhando espaço rapidamente nesses mercados ainda pequenos.

Na Coreia do Sul, Hyundai e Kia estavam consolidando sua presença global com produtos cada vez melhores e o país já era um centro de exportação mundial.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X