O sindicato dos trabalhadores de Gravataí, no Rio Grande do Sul, aprovou um acordo com a General Motors, aceitando a proposta da montadora, feita em janeiro, para pagamento de abono, participação nos lucros, reajuste de piso salarial pela inflação e pagamento de banco de horas.
Todavia, uma fonte ligada à montadora disse ao site Automotive Business, que a produção na unidade interrompe-se com frequência às sextas-feiras pela fabricante, criando assim um clima de incerteza.
Já nos pátios da fábrica, segundo a fonte, haveria um estoque equivalente a 1 mês e meio de produção, cerca de 19 mil unidades. A situação preocupa os trabalhadores, ao acreditarem haver algo errado nos planos da GM.
A fábrica está configurada para 180.000 carros por ano, mas sua capacidade é de 380.000 carros por ano. Isso indica que a montadora está preparando algo para a unidade gaúcha, que não teve nenhum centavo do novo aporte de R$ 7 bilhões ainda liberado.
Os empregados esperam que o investimento seja feito para a fábrica continuar sua produção regular com futuros produtos, mas a questão é que as vendas do Onix e do Onix Plus não estão acompanhando o ritmo de produção.
A fonte revelou: “São fatores que nos causam preocupação a respeito do futuro de uma fábrica que não consegue produzir nem a metade da sua capacidade instalada”.
No ano passado, a GM vendeu quase 175 mil unidades dos dois modelos no Brasil, mas Gravataí também exporta a dupla para toda América do Sul. Mesmo assim, as vendas externas não compensariam tanto.
Edson Dorneles, diretor do sindicato local dos metalúrgicos, comentou: “Após o anúncio do investimento, representantes da montadora nos procuraram para falar sobre o assunto, mas não conversamos sobre o direcionamento dos recursos”.
O sindicalista, contudo, descarta uma greve adiante: “Percebemos que as coisas estão sendo feitas com os recursos e possibilidades que existem. Tudo está no limite.”
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