Em 1991, chegou ao mercado o Monza tubarão, o modelo com atualização visual que recebeu esse nome por causa da frente mais arredondada.
Muitos curtiram o novo visual mais atual do carro, enquanto outros acabaram ficando decepcionado devido à falta de harmonia do novo conjunto – em especial pela dianteira mais arredondada, fugindo do padrão mais retilíneo das laterais e da traseira.
As principais alterações estéticas no Chevrolet Monza 1991 se concentraram na dianteira, que foi totalmente redesenhada e ficou mais pontiaguda, lembrando a face de um tubarão – daí o apelido do carro.
Ele teve como inspiração o Chevrolet Omega, lançado em 1986 no mercado europeu e em 1992 no Brasil.
Detalhes visuais
Na dianteira, o Monza tubarão exibia um layout mais largo e arredondado. O destaque ficava para o novo conjunto de faróis, agora com peças maiores e mais espichadas para as laterais, formando conjunto com a pequena grade com dois filetes. O capô tinha um formato mais abaulado e ostentava o logotipo da Chevrolet.
Além disso, o para-choque adotou um formato mais volumoso e em sintonia com o restante do conjunto. Ele ostentava uma espécie de borrachão na cor preta em toda a sua extremidade, além de uma outra tomada de ar na parte inferior e os faróis de neblina retangulares nas extremidades.
A traseira também adotou alterações consideráveis. As lanternas horizontais foram substituídas por peças maiores em formato vertical, ocupando boa parte da proporção vertical traseira. Já a tampa do porta-malas passou a ostentar um formato mais limpo, com um frisso inferior na cor cinza. O suporte de placa passou para o para-choque, que também foi redesenhado acompanhando a peça da dianteira.
Tais alterações renderam um aumento de 12,7 centímetros no comprimento total do Monza tubarão. Isso fruto da dianteira rebaixada e alongada em 8,5 centímetros e da traseira alongada em 4,2 cm.
O sedã da Chevrolet passou a contar com 4,49 metros de comprimento, 1,66 m de largura e 1,34 m de altura, com entre-eixos de 2,57 m. Já o porta-malas passou para 565 litros, ante os 510 litros ofertados pela linha anterior.
Versões iniciais em 1991
A nova linha do Monza 1991 estreou nas versões de acabamento SL, SL/E e Classic.
O topo de linha Monza Classic tinha como opção o motor com injeção eletrônica multiponto L-Jetronic, algo caríssimo na época e, então, bastante raro entre os Monzas de hoje em dia. O Monza Classic MPFI oferecia ainda um painel digital exclusivo.
Por outro lado, apesar das mudanças drásticas no visual externo e no conjunto mecânico, o Chevrolet Monza 1991 não recebeu quaisquer alterações relevantes em seu interior. O painel seguiu o mesmo da linha anterior, bem como o desenho dos instrumentos e dos demais componentes internos.
Ganha injeção eletrônica EFI
Uma das principais novidades do Monza tubarão após a sua reestilização foi a chegada dos motores com o sistema de injeção eletrônica digital EFI. Tal novidade foi anunciada no fim de 1991, deixando o Monza tubarão carburado à venda por pouco tempo no mercado.
Com essa alteração, o Chevrolet Monza tubarão se tornou o primeiro carro no mundo a contar com injeção eletrônica digital de combustível em um motor movido a combustível vegetal (etanol). O carburador foi substituído em todas as versões pelo sistema de injeção eletrônica Rochester TBI monoponto, conhecido também como EFI (de “Electronic Fuel Injection”).
A injeção eletrônica usada pelo Monza contava com um microprocessador, diferente da injeção L-Jetronic do Monza Classic, que tinha controle analógico. Havia também um controle dos mapas de ignição.
O Chevrolet Monza com motor 1.8 litro EFI de quatro cilindros e oito válvulas, movido a gasolina, passou a desenvolver 99 cavalos de potência, a 5.600 rpm, e 14,6 kgfm de torque, a 3.000 rpm. Esses números representam um aumento de 3 cv e 0,3 kgfm em relação ao modelo anterior.
O modelo 1.8 EFI movido a álcool passou para 99 cv e 16 kgfm, ou 4 cv e 0,9 kgfm a mais que antes.
Já o Chevrolet Monza 2.0 EFI a gasolina, também com quatro cilindros, oito válvulas e injeção eletrônica, passou para 110 cavalos de potência, a 5.600 rpm, e 16,6 kgfm de torque, a 3.200 rpm, enquanto o anterior contava com 99 cv e 16,2 kgfm.
No caso do Monza 2.0 EFI a álcool, os números subiram para 116 cv e 18 kgfm.
Ainda no ano de 1991, a linha ganhou o Chevrolet Monza Classic SE. A nova versão estreou com motores com injeção eletrônica multiponto (MPFI) ou injeção eletrônica monoponto (EFI). Ele era equipado com painel de instrumentos digital e computador de bordo de série. Havia ainda a opção de freio a disco nas quatro rodas. Tal configuração durou até 1993.
No ano de 1993, o Monza recebeu novas alterações, como a adoção de faróis com lentes branca e alguns recursos extras, como faróis e banco do motorista ajustáveis em altura, freio a disco nas quatro rodas, retrovisor interno eletrocrômico e cintos de segurança de três pontos no banco traseiro. O Monza Classic MPFI ganhou freios ABS.
Em 1994, o Chevrolet Monza acompanhou o restante da gama da marca (como o Corsa, o Vectra e o Omega) e passou a contar com as versões GL e GLS, substituindo os modelos SL e SL/E, respectivamente.
Um ano depois, em 1995, o Monza 1.8 parou de ser ofertado em nosso mercado. Deste modo, o Chevrolet podia ser encontrado somente com o 2.0 litros, indicando um possível fim de linha devido à redução da gama de versões.
No mesmo ano, o Chevrolet Monza na linha 1996 abandonou a carroceria duas portas e também as versões com transmissão automática. Sendo assim, ele passou a contar somente com duas versões: GL 2.0 e GLS 2.0.
Séries especiais
Fora isso, o Chevrolet Monza tubarão ofereceu diversas séries especiais – (veja também Chevette Tubarão: a série que hoje é rara de se ver) usando da mesma estratégia de oferecer versões exclusivas e inéditas para tentar se alavancar novamente no mercado. A primeira delas foi a série Barcelona, anunciada em 1992 como forma de homenagear as Olimpíadas de Barcelona (foto acima).
O novo Chevrolet Monza Barcelona contava com poucas diferenças em relação à sua versão de base, a SL, com direito a somente a pintura Prata Argenta na carroceria, rodas de liga-leve com desenho exclusivo (que no ano seguinte foram herdadas pelo Monza SL/E) e frisos laterais indicando a série especial comemorativa.
Entre os equipamentos, o carro oferecia poucos equipamentos, como preparação para som com quatro alto-falantes e antena, apoios de cabeça dianteiros vazados e pintura dos espelhos retrovisores e molduras laterais externas na cor da carroceria.
O Monza Barcelona 1992 foi comercializado com os motores 1.8 litro e 2.0 litros, a gasolina ou etanol, com injeção eletrônica de combustível.
A Chevrolet ofereceu ainda a série especial Chevrolet Monza 650 1993. Este modelo surgiu para celebrar o número de 650.000 exemplares do Monza fabricados em território nacional. Para comemorar o marco, o modelo especial foi produzido sempre com carroceria vermelha e, em relação ao seu modelo de base Monza SL, contava apenas com acabamento diferenciado e alguns equipamentos extras oriundos do Monza SL/E.
Neste caso, o Monza 650 foi comercializado com os motores 1.8 ou 2.0 EFI.
Já em 1993, foi a vez do Chevrolet Monza Hi-Tech (foto acima) começar a ser vendido no mercado nacional. Este foi o primeiro e único Monza brasileiro a contar com freio a disco nas quatro rodas com sistema ABS (antitravamento) de série. Além disso, ele contava com painel de instrumentos digital, computador de bordo e motor 2.0 com injeção eletrônica EFI.
Todavia, o Monza Hi-Tech é considerado uma verdadeira “mosca branca” no mercado nacional. Afinal, a marca fabricou somente 500 unidades do carro, todas elas com carroceria na cor azul.
Houve também o Chevrolet Monza Class, baseado no Monza SL. Ele se destacava pela boa relação custo-benefício, com direito a alguns equipamentos adicionais do Monza SL/E. Tal configuração era ofertada com motor 1.8 EFI ou 2.0 EFI e saiu da linha de produção sempre com a carroceria pintada num tom de cinza.
O último modelo especial da linha foi o Chevrolet Monza Club (foto abaixo), que estreou em 1994. Equipado com motor 2.0 litros com injeção eletrônica EFI, o carro foi anunciado para celebrar a Copa do Mundo de 1994. Ele contava com carroceria pintada na cor Vermelho Schumann, painel com novos grafismos e cor e um novo volante.
Entre os equipamentos de série, o novo Monza Club oferecia direção hidráulica, vidros e travas elétricas, vidros verdes, acabamento interno com tecidos exclusivos, rodas de alumínio, entre outros. A série especial também ofertava alguns opcionais, como ar-condicionado, volante com ajuste de altura e cinto de segurança traseiro de três pontos para os três ocupantes.
Fim de linha em 1996
Foi em março de 1996 que os brasileiros conheceram a segunda geração do Chevrolet Vectra, que havia sido lançado no mercado europeu somente seis meses antes. Este modelo, conhecido como “Vectra B”, chegou para substituir o Vectra A e também o Monza. Porém, o Monza não foi substituído de imediato.
Com a chegada do novo Vectra, o Chevrolet Monza perdeu a versão topo de linha GLS e passou a ser ofertado somente na configuração de entrada GL.
Todavia, em 1997, entraria em vigor a terceira fase do Proconve. Para se enquadrar, o Monza precisaria receber uma série de alterações mecânicas, como um sistema de injeção eletrônica multiponto e catalisador. Tendo em vista que ele já respirava com a ajuda de aparelhos, a Chevrolet resolveu abandona-lo de vez.
A Chevrolet tratou logo de lançar o Vectra GL, uma versão de entrada do seu novo sedã médio que inclusive já se posicionava como campeão de vendas.
E em 21 de agosto de 1996, o Chevrolet Monza foi descontinuado. A última unidade saiu da linha de produção da General Motors em São Caetano do Sul (SP) após 14 de seu lançamento. Durante todo esse tempo, 857.810 unidades do Monza foram fabricadas no território nacional.
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