Óleo de motor, especificações, qual usar? Um guia para não errar

oleo do motor

A manutenção preventiva é, sem sombra de dúvida, o melhor investimento para a saúde do seu carro e do seu bolso, mas, em meio à tantas marcas, especificações e preços de óleo, fica difícil escolher. Por isso, fiz esse guia pra te ajudar na aquisição deles.

Muito conhecido (e negligenciado) é o óleo lubrificante do motor. Pode ser encontrado em litro ou a granel das mais variadas marcas, viscosidades e especificações.

Com tantas opções, qual escolher? Vamos por partes:

À granel ou litro?

A resposta é: Depende… O óleo à granel costuma ser mais barato e ecologicamente melhor, pois não usa embalagens plásticas como os de litro, porém traz consigo alguns riscos.

O primeiro deles é: será que o conteúdo do tambor é realmente o que está sendo anunciado? Na maioria das vezes, sim, porém basta uma troca de óleo fora da especificação para trazer danos irreversíveis ao motor do seu carro.

Outro problema é a degradação do produto: o óleo vendido em litro fica lacrado, portanto, sem contato com o meio externo, evitando a oxidação e alterações químicas no seu conteúdo.

Já o tambor, uma vez aberto, entra em contato com o ambiente e ocorrem reações químicas que alteram, lentamente, suas propriedades.

Isso não é um problema no curto prazo, porém, após meses aberto, começa a se tornar preocupante. Por último, os tambores, normalmente, têm uma variedade de marcas e de viscosidades limitadas à disposição do cliente, então acabam reduzindo um pouco a escolha caso você opte por utilizar uma marca específica, por exemplo.

Particularmente, sempre preferi utilizar lubrificantes vendidos em litro nos meus carros, uma vez que posso comprar em locais de minha confiança e da marca que preferir.

oleo VW

Olhe bem pra foto acima, vou utilizar ela como exemplo para detalhar as especificações.

Qual viscosidade?

De todas as dúvidas e perguntas sobre óleo lubrificante, essa é uma das mais fáceis de responder – Utilize a que manda o manual do seu veículo!

A viscosidade nada mais é que a propriedade de um fluído que descreve a capacidade dele em fluir, ou seja, de forma clara e simples, é o quão “grosso” o óleo é.

Na embalagem de exemplo acima é o código “5W-40” que significa uma viscosidade de 5 enquanto frio e 40 com o motor na sua temperatura de trabalho.

Diariamente ouvimos relatos de “mecânicos” sugerindo que se aumente a viscosidade do óleo após determinada quilometragem do carro (normalmente 100.000 km) pois “as folgas estão maiores”.

Não faça isso, a não ser que queira deteriorar seu motor rapidamente. Primeiro que somente a quilometragem não quer dizer absolutamente nada quanto às folgas – um motor com 100.000 km bem cuidado pode estar em condições muito melhores que um motor com 30.000 km que só funcionou em condições severas.

Segundo, e não menos importante, se as folgas do seu motor estiverem muito fora da especificação (não se preocupe, pois provavelmente não estão), a ponto de haver um consumo elevado de óleo, utilizar um óleo com viscosidade maior que o especificado pela montadora só vai postergar o problema e ainda pode acabar danificando componentes que ainda estavam bons, aumentando, ainda mais, a sua fatura com o mecânico.

Resumindo, utilize sempre a viscosidade indicada pelo manual do seu carro até o fim da vida útil do motor.

Qual API usar?

O índice API (American Petroleum Institute) contido na embalagem – na foto é o “API-SN” – tem relação com quão moderno o óleo é.

Portanto, quanto “maior” a letra, mais moderno o lubrificante (um API-SN é mais moderno que um API-SL, por exemplo), por isso, utilize sempre o indicado no manual do seu carro ou um mais moderno.

Qual marca de óleo usar?

Essa é, acredito, a questão mais polemica quando tratamos de lubrificantes automotivos. Uns dizem que se deve sempre utilizar a marca indicada pela montadora, outros dizem que tanto faz e que óleo “é tudo igual”. A verdade? Nem um, nem outro!

Nas primeiras revisões, a montadora nos força a utilizar os serviços de manutenção próprios, portanto, nessa fase da vida do carro, a marca do óleo não é nem sequer uma opção, mas, passado esse período, caso opte por sair da rede de concessionárias e fazer a manutenção em outro local, teremos a opção de continuar utilizando o óleo da montadora (VW, AC Delco, Motorcraft etc.) ou de marcas “diferentes” como Motul e Castrol.

Utilizei o termo “diferentes” entre aspas pois, na verdade, são essas marcas que produzem o óleo para a montadora que apenas rotula com as suas etiquetas.

Se observar na foto do óleo deste artigo, vai ver um logo da Shell no óleo VW (antigamente, era fornecido pela Castrol), portanto utilizar óleos de marcas fortes que forneçam para montadoras, como exemplo dessas 3 citadas acima, não trará nenhum risco para seu motor e ainda pode trazer alguma economia para seu bolso.

Qual melhor intervalo de troca de óleo?

Normalmente, existem duas especificações de intervalo divergentes para a troca do óleo do seu carro: o manual do veículo e o indicado pelo fornecedor do óleo.

Via de regra, o manual vai indicar um intervalo de 5.000 km ou 6 meses para uso não severo. Já o fornecedor do óleo, provavelmente, vai dizer que o óleo dele aguenta 10.000 km ou 12 meses. Novamente, siga sempre o manual do carro.

Um breve resumo:

• Mantenha sempre as especificações de viscosidade indicadas no manual;
• Utilize marcas renomadas ou o original da montadora;
• Não é interessante ficar trocando a marca do óleo do seu carro regularmente, pois apesar de terem especificações iguais, podem ter aditivos diferentes que reagem no interior do motor, formando uma borra que causa prejuízos no longo prazo, então escolha uma e mantenha-se fiel;
• Algumas montadoras utilizam normas complementares (como a VW 502 00) que devem ser seguidas, portanto, atente-se a elas caso pretenda trocar a marca do lubrificante;
• Utilize sempre a API indicada no manual ou superior;
• Carros modificados ou que sofrem uso severo (altas rotações e trajetos curtos, por exemplo) devem ter o intervalo de troca reduzido;
• Sempre troque o filtro de óleo junto com o óleo e utilize marcas renomadas ou o original da montadora;
• Execute o serviço em locais de confiança e se possível acompanhe-o.

Espero ter ajudado na escolha! Nos próximos textos, falarei sobre outros fluídos utilizados no seu carro, como o líquido do arrefecimento, óleo de câmbio e da direção hidráulica.

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Autor: Luca Magnani

Engenheiro mecânico na indústria automotiva, pós graduado pela Universidade da Indústria do Paraná em Engenharia de veículos elétricos e híbridos.