TOP 5: Motivos para NÃO comprar a Fiat Strada

A Strada é um dos carros mais vendidos no mercado brasileiro, e ela já ocupa esse lugar há muito tempo.

Sua capacidade e robustez para o trabalho, manutenção barata e a enorme rede de concessionárias contribuíram para isso.

Mas os tempos mudaram e agora a Fiat quer abrir novos caminhos para esse modelo. Sua linha atual conta com versões turbo, câmbio automático e cabine dupla para atrair uma nova parcela de consumidores.

Mas quais são os defeitos da Strada? Será que a receita atual está dando certo? Confira!

Preços absurdos, para um veículo derivado do Mobi

Se você quer fazer parte do enorme grupo de brasileiros que colocou uma Strada na garagem, prepare seu bolso.

A versão mais barata da picape, que é a Endurance 1.3, já custa quase R$ 103,5 mil, mesmo ela usando a base do Mobi, que custa em torno de R$ 70 mil.

Os preços vão subindo de maneira assustadora se a sua preferência for pelas configurações mais equipadas, sendo difícil mudar de versão sem desembolsar ao menos R$ 6 mil.

A exceção fica entre a Freedom e a Volcano, onde o salto é de R$ 2,5 mil.

Chegando nas novas versões com motor 1.0 turbo e câmbio automático, a Fiat pede quase R$ 137 mil pelas opções Ultra ou Ranch. Enquanto isso, a rival Saveiro fica entre R$ 98,7 mil e R$ 115,7 mil.

São preços realmente absurdos, especialmente nas opções mais equipadas.

Faltam itens básicos de conforto

O que pode convencer um cliente a desembolsar um valor maior ao trocar de carro é o que ele oferece. Afinal, a Strada tem os itens necessários para custar tão caro, especialmente nas versões turbinadas?

Mesmo sendo bem mais equipada que a geração anterior, ou até que sua rival da Volkswagen, a picape da Fiat ainda fica devendo alguns itens. Em alguns casos, talvez você não sinta falta, mas em outros o erro parece imperdoável.

O pior é a ausência de piloto automático num carro que prioriza um uso mais familiar, e não para o trabalho. São clientes que vão viajar na picape, e em situações assim o controle de cruzeiro é sempre interessante.

Na estrada, você também vai perceber que ela não tem retrovisor fotocrômico em nenhuma versão. Ou seja, quando outro carro estiver com os faróis desregulados, você vai precisar mudar a posição do espelho de forma manual.

A lista de equipamentos também não oferece sensor de chuva, faróis com acendimento automático, sensores de estacionamento dianteiros, chave presencial, partida por botão ou regulagem de profundidade no volante.

Um último detalhe está na parte externa, mais especificamente na caçamba: ao abri-la, não existe nenhum sistema para suavizar a queda da tampa.

E a segurança? Fica em último plano

Além do que já foi citado acima, a Fiat também não investiu tanto em segurança, pelo menos não no nível que os brasileiros já estão vendo em outros segmentos.

O exemplo mais claro disso é que você terá que se contentar com apenas quatro airbags (frontais e laterais).

Ainda que o segmento não tenha referências mais seguras, o mercado brasileiro em geral já se acostumou com as bolsas de cortina, até mesmo em populares.

Além disso, não espere itens de assistência ao condutor, como alerta de ponto cego, assistência de manutenção em faixa ou alerta de colisão com frenagem automática. Parece que as picapes desse porte ainda estão em outro universo.

Tudo isso não era esperado em toda a linha, mas a marca italiana poderia ter caprichado um pouco mais na lista de itens das versões mais caras.

Nem que fosse para colocar esses equipamentos em pacotes opcionais.

Versões mais caras ficam devendo

Faz sentido usar materiais mais simples nas versões mais baratas, especialmente pensando no público que vai usar o carro para o trabalho. Mas a Fiat acabou estendendo esse acabamento para a linha toda.

Com isso, as versões mais caras continuam usando (e muito) o plástico rígido no painel e nas portas. Se você compra um carro que se aproxima rapidamente dos R$ 140 mil, certamente vai querer algo melhor.

O motorista também vai ficar intrigado com o painel de instrumentos à sua frente, que lembra muito o que vemos num Mobi.

Ele tem visual simples (até um pouco ultrapassado) e a tela do computador de bordo não é colorida.

Apertada na cabine dupla

Não há como negar o grande avanço da cabine dupla na Strada, uma picape de porte compacto. Aliás, se você pudesse voltar no tempo e dizer que ela levaria adultos na segunda fileira, poucas pessoas acreditariam nessa história.

Mesmo assim, não pense que o espaço é tão generoso. Dependendo da altura do passageiro, a viagem no banco traseiro é um pouco incômoda.

Apesar da altura do teto ser razoável, o espaço lateral também impede que três adultos sintam qualquer conforto, especialmente pela invasão do console central que obriga o passageiro do meio a colocar uma perna pra cada lado.

Ou seja, a Strada não fez milagre e está abaixo do espaço encontrado na Oroch ou na irmã Toro.

Sim, isso já era esperado, mas saiba que ela também não tem o tamanho de um Argo, que acaba sendo mais confortável na parte traseira.

Conclusão

Os defeitos citados acima não vão atrapalhar as vendas da Strada, que lidera com folga entre os comerciais leves.

De janeiro a março de 2024, foram 26.580 unidades, enquanto a Saveiro não chegou a 12.400 emplacamentos.

Mesmo assim, é bom entender onde a picape da Fiat mostra seu valor, sabendo que sua versão cabine dupla ainda fica devendo em alguns aspectos no dia a dia.