TOP 5: Motivos para NÃO comprar o Renault Kwid

renault kwid 2023 avaliacao na 1
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O quanto você gastaria num carro 0km?

Se o orçamento está apertado, o Kwid parece uma boa opção, pois ele custa bem menos que modelos mais tradicionais, como HB20 e Onix.

Mesmo assim, vale ficar atento aos defeitos que o carrinho da Renault não conseguiu resolver (ou não quer, para manter a ideia de baixo custo).

Isso passa pela lista de equipamentos, acabamento e conjunto mecânico.

Confira!

renault kwid 2023 avaliacao na 18
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Poucos equipamentos

Você pode comparar o Kwid com seus rivais mais próximos, como Mobi e C3, que também estão entre os carros 0km mais baratos do país.

Ou pode fazer isso com as versões mais em conta de modelos um pouco melhores, como HB20, Argo e Onix.

De qualquer forma, é fácil ver alguns itens que o modelo da Renault não tem e que fazem falta.

Mesmo partindo de quase R$ 74 mil, sua versão mais barata não oferece câmera de ré, retrovisores elétricos, rodas de liga leve, volante multifuncional ou central multimídia.

Pulando para a versão mais cara, que logo deve ultrapassar os R$ 80 mil, você ainda não terá ajuste de altura no banco do motorista ou volante, vidros elétricos traseiros, banco bipartido, iluminação para o interior ou porta-malas, entre outros itens básicos.

Além disso, o carrinho da Renault segue com apenas um limpador no para-brisa e outros detalhes que entregam a simplicidade de seu projeto.

Ainda que boa parte desses itens também não apareça no Mobi, seu principal rival, você pode ter mais conforto se optar por outro popular.

renault kwid 2023 avaliacao na 25
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Apertado e com ergonomia ruim

A categoria do Kwid já deixa claro que espaço não é seu forte, mas ainda assim seus ocupantes vão sofrer um pouco mais do que o normal.

A verdade é que o modelo é ideal, no máximo, para uma família pequena.

Antes de mais nada, vamos às medidas. O subcompacto da Renault tem 3,68 metros de comprimento, 1,57 m de largura, 1,47 m de altura e 2,42 m de entre-eixos.

Ele é mais comprido e tem entre-eixos maior que o Mobi (3,59 m e 2,30 m), mas perde feio para o C3 (3,98 m e 2,54 m).

Mas o que realmente “aperta” os passageiros Kwid é a largura, muito menor que a medida do modelo da Fiat (1,66 m) ou do Citroen (1,73 m).

Sendo tão estreito, os passageiros traseiros sempre vão com os braços encostados, sendo que o ideal mesmo é levar apenas 2 pessoas no banco traseiro (e é bom que elas não sejam muito altas).

O problema também aparece na frente, onde motorista e passageiro viajam mais próximos que o ideal.

A ergonomia também é outro fator criticado, pois o condutor não tem ajuste de altura no banco ou no volante, sendo mais difícil encontrar a posição ideal.

Outro problema está na posição de alguns comandos, como o ajuste dos vidros elétricos no painel e os comandos da central multimídia no lado direito da coluna de direção. São posições ruins e pouco usadas atualmente por outras marcas.

O porta-malas tem 290 litros e é maior que os 200 litros do Mobi, ficando um pouco abaixo dos 315 litros do C3.

Nisso o Kwid vai bem, mas o problema é a abertura estreita desse compartimento, tornando mais difícil colocar uma mala de viagem ali, por exemplo.

renault kwid 2023 avaliacao na 28
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Acabamento pobre

Outro ponto de atenção no Kwid é seu acabamento.

Os encaixes das peças estão dentro do esperado e não existem tantas rebarbas, mas a qualidade do plástico usado deixa claro (novamente) que a marca quis economizar ao máximo.

Isso faz com que diversos proprietários tenham problemas com o tempo, que vão de barulhos até peças que quebram ou se soltam.

As maçanetas internas, por exemplo, duram menos do que deveriam.

A qualidade de construção também fica devendo no isolamento da cabine. Os motores de 3 cilindros, como o usado no Kwid, tendem a vibrar mais, e o francês não tem muito para disfarçar isso.

Tanto na cidade, quanto especialmente em viagens mais longas, você pode se incomodar com esse ruído ou com as vibrações sentidas ao volante.

Vale dizer que tudo isso também acontece nos rivais de preço similar, mas no Kwid a situação é um pouco pior.

Prova disso é que o Mobi, que também abusa do plástico no acabamento, conseguiu apresentar um visual um pouco melhor.

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Onde os preços vão parar?

Não dá para falar dos defeitos de carros vendidos por aqui sem passar pelos preços. No caso do Kwid isso se torna ainda mais importante, pois o custo-benefício deveria ser o principal atrativo do modelo.

Atualmente, a versão de entrada Zen custa R$ 73.640 e oferece um pacote básico, sem câmera de ré, retrovisores elétricos, ajuste de altura no banco do motorista, comandos no volante ou multimídia.

Sim, você ainda terá um rádio e rodas aro 14 com calotas, mesmo gastando tanto.

A intermediária Intense pula para R$ 76.530 e adiciona alguns desses itens, enquanto a mais cara Outsider já custa R$ 79.430 depois do último reajuste.

renault kwid 2023 impressoes 37
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Motor fraco e sem câmbio CVT

A Renault melhorou os números do Kwid, que hoje entrega 68 cv e 9,4 kgfm com gasolina ou 71 cv e 10 kgfm com etanol.

Todas as versões usam o mesmo conjunto, que está sempre ligado ao câmbio manual de 5 marchas.

A relação dessa transmissão é mais curta nas primeiras marchas, ajudando na agilidade urbana oferecida pelo subcompacto.

Mas o mesmo acontece na 5ª marcha, o que eleva a rotação em viagens, aumenta o barulho dentro do carro e ainda prejudica um pouco o consumo.

Na cidade, o Kwid também sofre, sendo necessário extrair o máximo do motor 1.0 para vencer qualquer subida.

Ainda que o carrinho seja leve (cerca de 820 kg), levar quatro ocupantes vai deixar essa tarefa ainda mais complicada.

Um outro problema é a falta do câmbio automático. Uma opção CVT cairia muito bem na versão mais cara, justificando o preço e oferecendo um diferencial nessa categoria.

A Renault sabe disso e até estudou essa possibilidade, mas esbarrou no espaço reduzido no cofre do motor.

Segundo a marca, ali caberia apenas uma caixa automatizada, opção prontamente rejeitada pela direção da empresa pela aceitação baixíssima que esse câmbio já teve por aqui. Na Índia a situação foi diferente.

Um último detalhe negativo na parte mecânica é o tanque de apenas 38 litros, que reduz a autonomia na estrada para 597 km com gasolina.

Enquanto isso, o rival Mobi passa dos 700 km.

Conclusão

A ideia da Renault sempre foi oferecer um carro de baixo custo para mercados que aceitam esse tipo de veículo, como é o nosso caso.

E isso, obviamente, exige limitar a lista de equipamentos, reduzir a qualidade do acabamento e ainda oferecer um motor mais fraco.

Ainda que o Kwid tenha a companhia de rivais que fazem exatamente o mesmo, é bom ficar atento a defeitos que apenas o francês tem.

E, se seu orçamento permitir, vale olhar para os populares mais tradicionais, que oferecem mais conforto.

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Autor: Viny Furlani

Trabalha no segmento automotivo há mais de 18 anos. Desde 2009 trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escrevendo avaliações e notícias sobre carros, totalizando mais de 2.000 artigos.