Álcool ou gasolina: calculadora qual vale mais a pena

álcool ou gasolina

Álcool ou gasolina, qual usar? Essa dúvida vem de muito tempo, desde o fim dos anos 70, quando o derivado de petróleo, em plena crise, encontrou um rival de peso saído dos canaviais, hoje chamado etanol.

Mas qual deles é realmente vantajoso?

Neste artigo, vamos ver por que o cálculo de 70% não é exato e citaremos os exemplos dos 10 carros mais vendidos no mercado.

Confira:

O cálculo básico para se descobrir se o álcool é vantajoso ou não em relação à gasolina é simples. Basta dividir o preço do litro do álcool pelo da gasolina. Se o resultado for inferior a 0,7, use álcool. Se for maior que 0,7, então abasteça com gasolina.

Por exemplo, se o litro do álcool custar R$ 5,30 e o da gasolina R$ 7,00, então o resultado será de 0,757. Ou seja, álcool ou gasolina? A gasolina é mais vantajosa. Assim, nesse período, valeu mais abastecer com gasolina.

Mas e no consumo dos carros? Essa diferença existe em qual proporção?

Para verificarmos isso, pegamos os 10 carros mais vendidos do mercado nacional para verificar os consumos médios de cada um com os respectivos combustíveis e tirar a diferença.

Na tabela abaixo, confira os consumos médios e a diferença de etanol para gasolina nesses modelos, para saber quais são ou não vantajosos com gasolina.

Consumo dos carros mais vendidos

Na tabela abaixo, colocamos os 10 carros mais vendidos entre janeiro e novembro de 2022. Inserimos os consumos do Inmetro, com a análise mais recente do instituto.

Ao invés de simplesmente colocarmos se o modelo em questão tem vantagem no uso do álcool se ele custar 70% do preço da gasolina, colocamos o valor máximo que o álcool pode custar para ainda ser vantajoso naquele modelo de veículo (mesmo que seja álcool aditivado ).

Como calculamos isso? Levando-se em conta 1% abaixo da proporção exata de custo para os dois combustíveis. Vamos usar como exemplo o Onix 1.0 MT. Seu consumo com álcool na cidade é de 9,4 km/l e com gasolina na cidade é de 13,3 km/l.

Dividindo 9,9 por 13,9 chegamos ao número 0,70. Aí baixamos 1%, chegando a um preço máximo do álcool de 69% em relação a gasolina.

Ou seja, se o álcool estiver custando 69% do preço da gasolina no seu posto preferencial, pode abastecer seu Onix 1.0 com câmbio manual tranquilamente, que você estará tendo uma vantagem financeira. Pequena, mas existente.

Se o álcool estiver custando 70% da gasolina, é indiferente, e se estiver custando 71% ou mais, é perda de dinheiro.

Mas esse cálculo serve apenas para o Onix 1.0, já que se você tiver outro carro, a conta precisa ser refeita usando como base seu consumo urbano com cada combustível. Enfim, está tudo na tabela abaixo.

E se seu carro não consta na nossa tabela, você mesmo pode fazer o cálculo, dividindo o consumo do carro com álcool pelo consumo dele com gasolina, para saber onde fica o ponto de equilíbrio financeiro entre os dois combustíveis.

Tabela com as proporções vantajosas para álcool em cada modelo

Modelo Consumo em km/l Vantagem em usar Álcool NA CIDADE até a seguinte porcentagem do preço da gasolina Vantagem em usar Álcool NA ESTRADA até a seguinte porcentagem do preço da gasolina
Etanol Gasolina
Consumo Consumo Consumo Consumo
Cidade Estrada Cidade Estrada
HB20 1.0 MT 9,8 10,7 13,1 15 73% 70%
HB20 1.0 Turbo MT 9,5 10,9 13,7 15,5 68% 69%
HB20 1.0 Turbo AT 8,6 10,2 12,2 14,4 69% 69%
Onix 1.0 MT 9,4 11,6 13,3 16,6 69% 68%
Onix 1.0 Turbo MT 9,1 11,1 13,1 16,1 68% 67%
Onix 1.0 Turbo AT 8,4 10,4 11,9 15,1 69% 67%
Onix Plus 1.0 MT 9,5 12,4 13,6 17,5 68% 69%
Onix Plus 1.0 Turbo MT 9,3 11,8 13,4 16,9 68% 68%
Onix Plus 1.0 Turbo AT 8,4 12,2 12,3 16,8 67% 71%
Mobi 1.0 MT 9,6 10,4 13,5 15 70% 68%
Gol 1.0 MT 9,4 10,7 13,7 15,2 67% 69%
Tracker 1.0 AT 7,7 9,5 11,2 13,4 67% 69%
Tracker 1.2 AT 7,2 9,2 10,4 13,2 68% 68%
T-Cross 1.0 Turbo AT 8,3 10 12 14,4 68% 68%
T-Cross 1.4 Turbo AT 8,2 10 11,8 14,2 68% 69%
Compass 1.3 Turbo AT 7,1 8,6 10,4 12,1 67% 70%
Argo 1.0 MT 9,8 11 14,1 15,8 68% 68%
Argo 1.3 MT 9,1 10 13 14,4 69% 68%
Creta 1.6 AT 7,1 8,1 10,1 11,5 69% 69%
Creta 1.0 Turbo AT 8,2 8,9 12 12,2 67% 71%
Creta 2.0 AT 7,7 8,9 10,9 12,5 69% 70%

Diferenças

Álcool ou gasolina até se misturam, mas individualmente possuem eficiência energética bem distintas. Em geral, o álcool (etanol) rende menos energeticamente que o derivado de petróleo, que é a gasolina.

Por conta disso, em média seu rendimento é cerca de 30% inferior, gerando então uma diferença que é notável no bolso do consumidor. Mas isso pode ocorrer para mais ou para menos, pois tudo depende do valor do litro de cada combustível aí na sua cidade.

Historicamente, os carros à álcool sempre gastaram mais que os movidos por gasolina. Nos anos 80 e 90, eles tinham motores diferentes, sendo que isso mudou apenas em 2003, quando surgiu a tecnologia flex.

Até então, não havia mistério. O cálculo de consumo de cada carro estava atrelado apenas ao preço de cada combustível.

Quando a tecnologia flex uniu os dois, porém, o consumidor passou a ter que viver com a matemática na cabeça – claro, para aqueles que levam a vida na ponta do lápis – para calcular mentalmente quando cada combustível é vantajoso em seu automóvel.

Como cada combustível possui uma estrutura de preço diferente, sempre com o álcool mais em conta, o motorista muitas vezes desiste de ficar calculando e aposta apenas em um deles.

Para ajudar a tirar a dúvida em relação aos preços, alguns postos colocam a diferença dos valores em percentual, indicando se o álcool está mais ou menos vantajoso em relação à gasolina.

Mas será que todos os carros consomem álcool ou gasolina nessa suposta proporção de 70%?

Como saber se é mais vantajoso abastecer com álcool ou gasolina?

Bem, antes do Inovar-Auto , programa automotivo que vigorou por cinco anos no Brasil, entre 2012 e 2017, os carros tinham uma diferença grande em relação ao consumo de cidade e estrada.

Em realidade, tanto com álcool ou gasolina, os carros ficaram mais econômicos na cidade e mais gastões na estrada. Essa aproximação de consumos urbanos e rodoviários foi sentida em muitos lançamentos recentes e nas atualizações técnicas do período.

O objetivo, claro, era reduzir o consumo e a emissão para atingir a meta do Inovar-Auto, que previa redução de 12% em média. Ou seja, tirou-se da estrada para privilegiar a cidade.

Então, apesar dessa diferença ter sido polida ao longo dos cinco anos do programa automotivo, os 70% ainda são a base de cálculo que muitos usam para saber se álcool ou gasolina é mais vantajoso.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X