A Ford Maverick Lariat FX4 ganhou recentemente uma versão híbrida, mas sua proposta a mais purista é a opção que explora mais o desempenho e com a vantagem de tração nas quatro rodas.

Com visual personalizado do pacote FX4, a Maverick Lariat era para ser uma versão bem completa, mas não é tão assim, porém, sua mecânica herdada do Fusion, empolga pela força.

Monobloco, a Ford Maverick fica no limbo entre as picapes leves e médias, buscando um cliente mais urbano e descolado, que não irá botá-la na rudeza do fora de estrada e nem levar carga em demasia.

Inspirando mais aventura que a necessidade no off road, a Maverick tem preço elevado por sua importação mexicana e proposta, custando R$ 244.890, o mesmo que a versão híbrida. Todavia, tem suas vantagens.

Índice

Por fora…

O visual da Ford Maverick é interessante, pois, não apela para a profusão de cromados e imponência da Série F e muito menos da Ranger, criando sua própria identidade na marca.

A frente com faróis full LED envolventes, chama atenção pelo tamanho e pelo friso que conecta as lentes sobre a grade estilizada, enquanto o para-choque com molduras pretas e visual robusto.

Interessante é que, olhando de perfil, a Maverick parece mais baixa que a Toro, mas é uma ilusão de ótica, talvez dada por seu porte maior e caçamba longa. As rodas aro 17 até parecem menores.

Com visual bem limpo, a Maverick tem códigos de acesso na porta do motorista e lanternas sem LED, além de tampa da caçamba ajustável e engate para reboque desmontável no para-choque.

Por dentro….

A Ford Maverick chama atenção por seu interior disruptivo, com acabamento em tom de azul nas guarnições de plástico e nos revestimentos soft, com detalhes em bronze e parafusos aparentes.

As portas possuem um design próprio para portar garrafas e copos grandes, assim como várias partes do habitáculo, com o banco traseiro basculante sobre dois compartimentos para compras e bagagens pequenas.

O painel analógico tem display de 7 polegadas, enquanto a multimídia SYNC 4 fica ao lado de um porta-treco, com comandos simples de mídia, ar condicionado dual zone e difusores de ar.

Logo abaixo, há o botão de partida, portas USB (A e B), fonte 12V e o botão da vigia elétrica traseira, como nas picapes da Ram, por exemplo. Atrás, não há difusores de ar, mas tem apoio de braço central.

Há espaços para carregamento de smartphone sem fio, mas não funciona. O aparelho móvel tem ainda apoio inclinado no console, onde fica o botão de marchas e comandos diversos.

Entre estes, controle de tração, auto-hold, controle de descida, start&stop, modos de condução e freio de estacionamento eletrônico. Na cabine, os alto-falantes ficam nas colunas.

O volante em couro multifuncional não tem paddle shift, assim como os retrovisores têm espelhos convexos, com o interno sendo dia e noite apenas.

O banco do motorista tem ajuste elétrico, enquanto o acabamento dos assentos tem boa aparência e resistência à sujeira, algo próprio de sua proposta.

Já o espaço atrás é bom pelo porte dela. No compartimento de carga, de 943 litros, o revestimento é em plástico, com um painel de energia com conectores externos.

Por ruas e estradas….

A Ford Maverick Lariat FX4 é um reflexo da substituição do Fusion, tal como seu irmão Bronco Sport. Tanto a versão EcoBoost quanto a Hybrid, herdaram a mecânica do sedã executivo.

Nesta, o motor 2.0 EcoBoost é um velho conhecido, com turbocompressor e injeção direta de combustível, tendo 1.999 cm³ e 253 cavalos a 5.500 rpm e 38,7 kgfm a 3.000 rpm.

Abastecido apenas com gasolina, o EcoBoost é conectado a uma caixa automática de oito marchas sem modo Sport e com opção L (Low) para uma reduzida.

Mesmo pesando 1.744 kg, a Maverick apresenta um bom desempenho usando o 2.0 EcoBoost, que responde bem nas saídas, com o giro subindo com vigor e empurrando bem com a tração AWD.

A sensação de força é boa e isso garante maior conforto ao dirigir, não exigindo ficar pisando em demasia no pedal do acelerador, chegando mesmo a dar impressão de ser mais leve.

Por conta de seu bom torque em baixa, bem como potência generosa, a Maverick não passa a impressão de exigir um modo Sport, sobrando na condução do dia a dia na cidade.

Nesse ambiente, pode-se manter um giro em 1.500 rpm, onde a Maverick exibe força e desenvoltura, mas tudo isso tem um preço e ele é cobrado no consumo.

Em nossa média, fizemos somente 6,7 km/l na gasolina, mesmo usando o start&stop e lembrando não haver um modo Eco, mas deveria.

Já na estrada, a Maverick se mostrou mais econômica naturalmente, mas não como se esperava, com média de apenas 10,5 km/l, alta para um motor forte com câmbio de 8 marchas.

Forte, vai de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos, com velocidade limitada de 175 km/h. Com ultrapassagens facilitadas pela boa performance, a Maverick não se ressente de subidas longas e íngremes.

O que pesa contra é a massa já citada, assim como o sistema de tração nas quatro rodas permanente, que possui acoplamento e distribuição de torque variável.

Com direção elétrica bem responsiva, a Maverick conta ainda com suspensão bem calibrada, confortável, que filtra bem as irregularidades, além de conferir uma estabilidade boa para a picape.

Tendo suspensão traseira multilink, a Maverick tem uma dinâmica de condução de SUV, não saindo de traseira como as picapes médias de chassi e muito menos pula em ondulações.

Os freios são potentes, mais que suficientes para a proposta, mas a Maverick tem ainda os modos de condução, com o modo Normal variando a força entre os eixos quando necessário.

Com rodas de liga leve escurecidas e aro 17 polegadas, a Ford Maverick tem ainda pneus 225/65 R17, que ajudam muito no conjunto, mas são voltados para asfalto.

Há o modo Escorregadio para pisos molhados, congelados ou neve, enquanto o modo Terra/Lama ajusta a tração para enfrentar a falta de aderência nessas condições.

Na Areia, a opção controla a força para evitar cavar e atolar em terrenos arenosos. Por fim, o modo Rebocar usa o engate para ajustar a tração de acordo com peso e deslocamento do reboque.

Por você…

A Ford Maverick Lariat FX4 é uma picape com conteúdo bom, que poderia ser melhor, visto que faltam coisas básicas, como retrovisor eletrocrômico e rebatimento dos espelhos automáticos.

Carregamento indutivo de smartphone e navegador GPS nativo também fazem falta, ainda que haja Google Maps e Waze do Android Auto e CarPlay.

Teto solar elétrico, capota marítima de série, controle de cruzeiro adaptativo, alerta de ponto cego e faixas, enfim, coisas que um veículo de R$ 244.890 deveria ter e a Maverick não tem.

Sem concorrentes em sua categoria, a Ford Maverick fica bem acima da Fiat Toro, com preço de algumas versões fracas de picapes médias, mas estas são mais raiz, para um uso focado no rural.

Como uma opção alternativa, fora da curva até, a Ford Maverick é uma boa opção para quem quer uma picape com desempenho de esportivo e um leve toque americano, bem distante da Série F.