Avaliação JAC J3 – Comportamento, consumo na cidade

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Andando com o JAC J3 na cidade, notamos nele qualidades superiores às de modelos chineses que já tivemos a oportunidade de conhecer. O modelo foi bem adaptado ao Brasil e ao gosto do motorista brasileiro, dentro é claro do que a JAC de Sérgio Habib tinha ao seu alcance.

Ou seja, detalhes mais superficiais, como nível de ruído baixo, graças a vedações reforçadas das portas, e uma suspensão mais firme, com amortecedores e molas mais duros, capazes de aguentar a buraqueira de nossas ruas.

O JAC J3 não tem regulagem de altura do banco do motorista, mas pelo menos para pessoas de estatura média para cima, a visão que se tem é boa, pois o banco já fica em uma posição um pouco alta. Os bancos são firmes mas macios, e o veludo, apesar de não ser coisa fina, também não desaponta.

Ele não demonstra fragilidade em terrenos irregulares, e a cabine não apresentou peças soltas ou mal encaixadas. Tudo parecia estar no lugar devido. De qualquer maneira, é claro que seria assim, pois as unidades entregues para a imprensa são sempre cuidadosamente verificadas com respeito a ruídos e coisa desse tipo.

O motor 1.4 16v de 108 cavalos do J3 entregou consumo de 11,7 km/l na cidade, um consumo bem consistente com o que todos os outros veículos da imprensa automotiva relataram. Nota-se que o consumo é um dos pontos fortes do JAC J3.

Dizemos isso apesar de 11,7 km/l não ser nada de especial, mas se compararmos com o consumo dos outros modelos que avaliamos aqui no NA, ele foi bem melhor. Até porque em cidade pequena só se faz percurso curto, o que faz com que o consumo aumente bastante.

Isso sem falar nas subidas abundantes no interior de Minas. E mesmo assim o J3 bebeu pouco.

Só que pela primeira vez em uma avaliação do NA notamos um defeito que pode ser encarado como grave por muitos que pensam em comprar o modelo em questão: o JAC J3 tem muita dificuldade em arrancar em primeira marcha em subidas bem inclinadas.

E quando falamos muita dificuldade, queremos dizer MUITA dificuldade. Em testes que fiz em uma subida íngreme, o J3 só conseguiu sair com sucesso se eu acionasse o freio de mão, pisasse fundo, até 5.000 rpm, e então soltasse a embreagem lentamente. E olha que isso foi feito com apenas uma pessoa dentro do carro e nada de peso no porta-malas.

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E ao falar subida íngreme, eu quis dizer uma subida difícil, mas que pode ser tranquilamente encontrada em qualquer lugar do país.

Dentro da cidade de São Paulo, lembro de ter visto subidas bem mais íngremes do que essa. Escolhi uma rua com inclinação comum, nada de necessitar de tração 4×4 e potência de 200 cavalos para conseguir superar.

Tanto que depois de ter feito isso com o JAC J3, fiz o mesmo com o Renault Logan, e ele subiu tranquilamente.

O que acontece é o seguinte: todo motor 16v realmente precisa de maior aceleração para entregar torque semelhante ao de um 8v, mas o motor do JAC J3 parece ter uma anemia adicional neste quesito. Ele também tem uma primeira e segunda marchas bem longas, o que não ajuda em nada.

E estes aspectos são daqueles que a JAC do Brasil não tem como modificar, pois os custos envolvidos em se desenvolver uma nova relação de marchas para o Brasil seriam altíssimos. É aí que entra a grande quantidade de dinheiro disponível a marcas internacionais, como as quatro grandes do Brasil e também outras, como as francesas e as coreanas.

Se a marca vai fabricar um certo carro no Brasil, se certifica de que ele atenda alguns requisitos mínimos, para que ninguém tenha o que falar daquele modelo. Relações de marcha são modificadas, até mesmo a motorização muda às vezes. E no caso do JAC J3, ele continua com o mesmo motor e câmbio existentes lá na China.

Agora me diga o que você acha. Se essa dificuldade foi tão clara com apenas uma pessoa a bordo, imagine com cinco e também com o porta-malas cheio. Você fará o que para subir aquela subida? Irá de ré?

Para que esta dificuldade fique mais clara para todos os nossos leitores, ainda nesta semana publicaremos um vídeo completo onde avalio o JAC J3 na cidade e mostro em detalhes como é este problema de não conseguir subir em primeira marcha. Tirando este problema, o J3 anda bem na cidade.

Quando você pega embalo com ele, se estiver em uma reta e pisar fundo o desempenho notado é até superior ao de um carro 1.4. Poderíamos dizer que é de um modelo 1.5 ou até mesmo 1.6. Mas fica essa inconsistência, de muita potência em uma certa rotação e pouca potência em outra faixa.

A partir das 4.000 rotações o J3 desperta de verdade, e fica bem disposto.

Fora o cheiro forte dos materiais plásticos do interior que já comentei, a posição de dirigir é boa, a suspensão lida bem com problemas do piso, o ar-condicionado gela bem, tudo tranquilo.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.