Carro da semana, opinião de dono: Chevrolet Kadett GLS 1998

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Meu nome é Alex, moro em São José, Santa Catarina, e tenho desde 2008 um Kadett GLS ano 1998.

Resolvi escrever esse relato pois, apesar de hoje em dia estar bem mais fácil comprar um carro, com certeza ainda há muitos jovens que como eu vão ter que se virar para ter o primeiro carro, sem ter muito pra investir nisso. Além disso, não deixa de ser também uma história de amor entre um homem e seu carro.

Decisão pela compra

Tudo começou quando, naquele ano de 2008, eu decidi comprar um carro para ir e voltar do trabalho e faculdade. Na época eu tinha 19 anos, não podia contar com “paitrocínio”, pois minha família não teria como ajudar a comprar o carro.

Fui atrás então de um usado que fosse relativamente barato, fácil de manter e que ao mesmo tempo me desse alguma “alegria” ao dirigi-lo, sem consumir o meu salário que teria que ser dividido entre as prestações do carro, faculdade, contas de casa (moro com meus pais e os ajudo com as contas) e outros gastos pessoais.

Procurei o carro por cerca de 2 meses, sem sucesso. Só encontrava alguns modelos (não olhei apenas Kadetts, mas vários modelos de diferentes fabricantes na faixa de 12 a 15 mil reais) em mau estado de conservação, por preços que não condiziam com a situação dos veículos.

Foi então que um dia, cerca de um mês após eu ter meio que parado de procurar por conta do desânimo de não encontrar nada bom, que por curiosidade olhei um site de anúncios de automóveis e vi anunciado um Kadett GLS 1998.

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Amor à primeira vista

Fui ver o carro e foi amor à primeira vista. Fiz um “test drive” e decidi pela compra. Na época, eu só tinha 2 mil reais para a entrada, pegos emprestados da minha namorada (época difícil).

Pelo carro eram pedidos 14.200 reais, mas após um chorinho consegui por 13.800 e ganhei todo o licenciamento do veículo, além de um trato na embreagem e no motor de arranque, que foram as únicas coisas que reclamei do carro na ocasião. O restante do valor foi, claro, financiado, dando um pouco de dinheiro para o banco em forma de juros, infelizmente.

A partir daí, além de um meio de ir e vir acabei ganhando um hobby. O Kadett é um carro muito fácil de manter. Qualquer mecânico mexe nele, mas depois de passar por alguns picaretas, acabei encontrando um baita mecânico, que deixa o carro sempre em estado de novo.

Gosto muito de mexer nele em casa também. Faço muita coisa que acho que ninguém mais vai fazer do jeito certo. Sou enjoado.

Gosto do carro limpo e com manutenção em dia. Se uma lâmpada queima, eu a troco o mais rápido possível. E dessa forma, concluí minha faculdade e andei milhares de quilômetros sem nunca ter ficado na mão com o Kadettinho.

Prazer ao dirigir

Além disso, é um carro gostoso de dirigir. Dá prazer sentir o ronco dele, fazer curvas, enfim, eu o acho um bom carro.

Importante relatar que quando o comprei, já veio com um kit GNV com cilindros de 15m³, muito bem instalado e totalmente regularizado.

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O antigo dono era muito caprichoso, o que se refletiu no excelente estado do carro no momento da compra. O GNV me ajudou demais com a economia.

Na ponta do lápis, meu carro gasta um pouco mais da metade do que um 1.0 gasta, isso que possui um motor 2.0 com um bom fôlego, e o ar-condicionado está quase sempre ligado.

Manutenção

A manutenção? Muito pouca, quase nada. Nunca precisei mexer em nenhum componente do GNV, a não ser limpeza e regulagem. Na inspeção anual realizada para receber o selo do GNV o carro sempre foi aprovado com elogios dos técnicos.

Entretanto, nem tudo são flores. Algumas outras manutenções já foram necessárias, e o carro tem alguns defeitos que as vezes incomodam, o que acaba deixando nossa relação ser de amor e ódio.

Defeitos

Por exemplo, os ruídos internos. O painel do carro não bate nada, mas os demais componentes internos fazem barulho quando se passa por irregularidades na pista. Já dei um trato nisso, diminuiu muito, mas ainda há uns grilos persistentes.

Outro defeito é o limitador das portas, que estourou dos dois lados. Após soldados, não deram mais problemas. Também fico louco por não ter porta objetos e porta copos dentro do carro.

Projetaram o interior sem alguns itens que não custaria nada se fossem colocados.

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Fora isso, houve outras manutenções, a maioria preventiva, além de outras coisas que fiz nele, como reforma dos bancos, instalação do spoiler lateral original (deu trabalho encontrar e paguei caro!), pintura das rodas e depois troca das rodas pelas atuais cor prata modelo Vectra Elite, troca de componentes da suspensão, correias do motor, pastilhas de freio, etc.

Sempre faço uma revisão semestral, e troco tudo o que é necessário. Além disso, retoques na pintura foram necessários, devido a marcas de pedras e areia no para-choque dianteiro e 3 encostadas de leve que deram na traseira dele, nada demais, somente pintura mesmo.

Ainda não sei quanto tempo vou ficar com meu Kadett, recebi algumas propostas de compra ao longo desses anos, mas sinceramente, não tenho como comprar um carro zero à vista e não estou nem um pouco afim de entregar meu Kadett em forma de juros para algum banco.

Também não é qualquer carro seminovo, usado ou novo que vai entregar o que ele entrega, ter um conjunto interior/exterior que me agrade, ou seja, terá de ser outra paixão para que essa seja “superada”.

Muita gente torce o nariz, chama de carro velho. Eu poderia hoje, se quisesse, comprar um carro moderno, “da moda”, “do ano”, pagar bem caro e abraçar mais um carnê, mas não farei isso, dou valor ao meu dinheiro e não quero mais ter que dar nem um centavo sequer a algum banco.

Enquanto isso, o Kadettinho vai ficando por aqui, e eu acho que ele e eu gostamos muito de nossa relação.

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Meu carro pode até não ser o mais seguro, o mais bonito, o mais econômico ou moderno, pode ser que não chame a atenção do(s) vizinho(s), mas não me importo com nada disso.

Meu carro me dá prazer em dirigir, meu carro tem uma história comigo, trato ele como se fosse da família, sou grato a ele por ter me ajudado a concluir minha faculdade sem nunca me deixar na mão, e isso não há preço que pague.

Ficha técnica: Chevrolet Kadett GLS 1998 M.P.F.I.

Motor:
– Cilindrada: 1998 cm³
– Potência: 110 cv a 5400 RPM
– Torque: 17,9 kgfm a 2800RPM
– Razão de compressão: 9,2:1
– Câmbio: manual de 5 marchas
– Combustível: gasolina
– Aceleração 0-100km/h: 11,9s

Itens de conforto:
– Ar condicionado / ar quente
– Direção hidráulica
– Volante com regulagem de altura
– Vidros e travas elétricas (vidros com one touch)
– Travamento elétrico do porta malas
– Travamento de portas, porta malas e subida dos vidros pelo alarme
– Aviso sonoro de faróis acesos quando o carro é desligado
– Primeira velocidade do temporizador do limpador de para-brisas programável

Extras:
– Bancos em couro
– Rodas de liga leve aro 15 (originais são de 14 polegadas)
– Kit GNV de 15m³
– Som

Por Alex Johansson

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.